CAPÍTULO 13 - VERDE

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09/10/1782 (Quarta feira)

Jimin estava se divertindo como ninguém com a cidade cheia de visitantes. O beta se deliciava na atenção que recebia de todos os estranhos com quem flertava por diversão, pousando de grupo em grupo feito beija-flor, distribuindo leves toques e sorrisos, sempre deixando-os à querer mais.

De todos os problemas que tinha, reconhecer sua própria beleza definitivamente não era um. Ele sabia que nunca seria dócil e delicado como os ômegas que se curvam perante qualquer alfa e jamais seria o forte e alto estereótipo dos alfas que os ômegas procuravam. Mas ele era Park Jimin, e isso ninguém poderia tirar dele.

Ele não se importava com as coisas que as velhas fofoqueiras do Solar diziam. Já havia passado da idade de acreditar em contos de fadas, e toda essa coisa de encontrar sua alma gêmea era problema das outras classes. Betas não tinham que pensar em futilidades como essas. Mas elas o faziam lembrar de sua mãe.

"Você vai encontrar amor em corações que nunca esperaria que se abrissem à você, meu filho."

Ela dizia isso o tempo todo. Mas Jimin sabia que era pena. E ele sentia pena dela também. Ter o poder de ver almas gêmeas e saber que seu próprio filho iria morrer sozinho era um destino sórdido e ele jamais a culparia por ter mentido. Qualquer um faria o mesmo.

Se não pudesse ter amor, procuraria a melhor próxima opção. Ser desejado era, provavelmente, quase tão bom quanto.

O solar tinha apenas um pequeno pub chamado A Raposa e a Serpente. Ninguém entre seus conterrâneos entendia o motivo para nomearem bares com nomes de animais na Inglaterra, mas ninguém contestou quando um garoto de Londres veio de carona na carruagem de Taehyung para pedir permissão à Hoseok para abrir um negócio ali.

Grant era um ômega, mas mal parecia um. Tinha cabelos loiros sempre mal cortados e os olhos azuis cansados que eram a única coisa realmente atrativa em seu rosto marcado pelo tempo e pelo que parecia ter sido um terrível caso de acne em sua adolescência. Jimin sabia muito pouco sobre o rapaz, mas sabia que havia fugido da capital por ter se envolvido em problemas com uma gangue de trombadinhas que roubava cigarros e carregamentos de tecido no porto. Pelo menos, o beta pensava consigo mesmo enquanto entrava no bar por volta do meio dia, Grant parecia mais do que satisfeito em ter deixado aquela vida para trás.

- Jimin! Hiya, mate! - O bartender o cumprimentou com um largo sorriso e seu forte sotaque de East End.

Jimin acenou com a cabeça e sentou em seu lugar habitual no balcão, em um banco com a espuma gasta em marcas perfeitas para o acomodar, sendo prontamente servido com uma caneca de madeira cheia até o topo com hidromel irlandês. Virou a bebida em um gole só, e quando levantou a mão para pedir mais um, viu que Grant estava ocupado pregando um aviso na parede.

- Escutem bem, seus bêbados! - Ele disse, batendo na placa com seu pano de prato e pendurando-o novamente em seu ombro. - Por mais que eu ame esse meu trabalho de lavar canecas bebidas pela metade e carregar vocês pra vomitarem lá fora sem sujar meu chão, já 'tô avisando que não vou abrir esse fim de semana, então arranjem outro lugar pra se encherem de cerveja. AINDA SÃO TODOS BEM VINDOS AMANHÃ, mas depois disso só segunda!

As vaias dos bêbados caíram em ouvidos surdos.

O loiro buscou uma garrafa nas prateleiras e voltou ao balcão para servir Jimin mais uma dose.

- O fim se semana todo, Grant? O que vai ser de mim sem esse bar? - O beta dramatizou com uma mão donzelesca em sua testa.

- Eu posso te vender umas garrafas de antemão se quiser beber em casa com Taehyung - Jimin torceu o nariz para a menção do alfa, mas não disse nada. - Vou à Londres na primeira luz da sexta-feira, sabe? Eu e uns antigos parceiros vamos quebrar Bedlam.

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⏰ Última atualização: Apr 16 ⏰

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