E u p h o r i a

441 51 11
                                    

—Ele morreu..

—Sim, ele morreu.

—Mas... Tae, era só ele ter imprimido uma foto nova.

—Sim, mas ele tinha um apego enorme por aquela foto — Taehyung limpou uma lágrima da bochecha alheia.

—Mas... isso não é justo — Jungkook revirou os olhos e fez um bico emburrado.

—Uma verdadeira criança — Taehyung riu.

—Não é justo ele morrer sendo que quem mais parecia que ía morrer era ela — abraçou as próprias pernas e escondeu o rosto entre as mesmas.

—Kookie, o pai dele doou o rim pra ela — aproximou-se e puxou o seu queixo com cuidado para que lhe olhasse. — E ela disse que depois do universo ainda se amariam.

—Isso não é justo — puxou o castanho para um abraço, praticamente se jogando no corpo dele. — Você me chamar assim é apelação.

—Você me chama de Tae e eu não reclamo — sorriu e acariciou os seus fios negros.

—Idiota — Jungkook sussurrou com a voz abafada no pescoço dele.

—Você — disse no mesmo tom e fechou os olhos para apreciar aquela sensação.

—‘Cê vai pra sempre estar em mim, diz que a história não acabou — Jungkook cantou baixinho.

Que depois do universo ainda existe o nosso amor — Taehyung completou com a voz mais baixinha ainda.

Esse não pode ser o fim, tem que existir outra versão, depois do universo, além da nossa dimensão… e eu te vejo lá — quando Jungkook cantou aquele último verso, uma onda elétrica correu pelas suas veias e um arrepio tomou conta de todo o seu corpo. Não disseram mais nada, apenas continuaram naquele abraço por vários e vários minutos. Quando os seus corpos já estavam se cansando, aos poucos, Taehyung foi deitando no sofá e trazendo o Jeon junto consigo, sem se afastarem daquele abraço.

Ainda te sinto nos meus sonhos. Toda noite eu te encontro nas estrelas pra dançar nossa canção  — começou a cantar baixinho. — Lembro da sua boca no meu rosto na última noite de agosto, ‘cê já sabia que ia levar meu coração — aos poucos a sua voz ía ficando mais baixa e suave, agradando o Kim de um jeito inexplicável. Seus olhos estavam fechados e ele continuava acariciando o cabelo do Jeon enquanto o ouvia cantar lindamente, prestando atenção em cada palavra daquela música e em cada pedaçinho da voz do moreno, que parecia que cantava exclusivamente para ele. — E foi difícil ver o sol se por quando você se foi, mas acredito que existe um final infinito para nós dois..

E eu te vejo lá.

—Eu te vejo lá? — Jungkook perguntou baixinho.

—Eu te vejo lá.

Não disseram nada após aquilo, apenas se aconchegaram mais um no outro e ficaram curtindo a presença alheia até finalmente dormirem juntos no sofá, como estavam fazendo há alguns dias.

.

—Acho que vou comprar algo na cafeteria para comermos — Taehyung diz ao fechar os armários da cozinha. Estavam pensando em algo para comer no café da manhã e não encontraram nada do agrado deles.

—Posso ir com você?

—Claro — fez um carinho na sua bochecha e em seguida caminhou até as escadas. — Vou pegar minha máscara — disse antes de subir até o primeiro andar.

—Você tá me deixando maluco — Jungkook sussurrou e puxou uma cadeira para se sentar. Cruzou os braços sobre a mesa e escondeu o rosto ali.

O que estava acontecendo? Que sentimentos estranhos eram aqueles? Depois da confissão dele sobre a sua sexualidade, tudo pareceu mudar no ponto de vista do Jeon. Aquele carinho que sentia, a forma como gostava do abraço e da companhia dele, o jeito que o seu coração acelerava ao chegar perto dele; tudo mudou depois de descobrir sobre a sua orientação sexual. Mas não mudou para algo ruim, pelo contrário,  agora tudo parecia ter um novo significado.

The Coffee Shop BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora