H o m e

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—É aqui — respirou fundo. — Me espere aqui.

—Tudo bem — Taehyung o encarou, ainda confuso, mas o deixou entrar naquela casa sozinho, sem dizer uma palavra.

Alguns minutos se passaram e nada do Jeon aparecer. Kim estava sentado na calçada enquanto esperava por ele mas já estava ficando preocupado com sua demora. Olhou para a porta e respirou fundo, tomando uma decisão que jamais tomaria na sua vida em  circunstâncias normais, mas levantou da calçada e caminhou até a entrada da casa, abriu a porta e entrou.

Lá estava lotado de gente, velhos e adultos seminus se esfregando uns nos outros enquanto bebiam, uma cena repugnante. A música estava alta e tudo naquele lugar  incomodava o Kim, mas ainda assim relutou e procurou o Jeon. No térreo não havia sinal dele, então decidiu subir as escadas até o primeiro andar, onde estava mais calmo. Esbarrou em algumas pessoas até finalmente chegar na escada e subiu correndo para o primeiro andar.

Quando chegou, deu de cara com um casal se beijando afoitamente e se arrependeu de ter tomado aquela decisão. Eles apenas sorriram para o garoto e desceram as escadas aos beijos. Taehyung revirou os olhos e andou pelo cômodo, também não o encontrando. Estava praticamente desistindo e indo embora quando ouviu uma voz familiar atrás da porta ao seu lado. Parou de andar e prestou atenção no que ele dizia para alguém com voz desconhecida.

—Acha que três mil é muito pra alguém que está morando na rua? É sério isso? — sua voz estava alterada. Seja lá com quem ele estivesse conversando, essa pessoa fez algo terrível e está pagando caro por isso.

—Eu não posso fazer mais nada, Jungkook! — a voz feminina desconhecida respondeu no mesmo tom. — Você sabe que o Rodrigo me proíbe de te dar dinheiro, eu sinto muito mesmo por isso.

—Sente? — uma risada irônica soou junto com uma pancada, provavelmente um murro na parede, que fez o Kim se afastar de supetão. — Não, caralho! Você não sente muito! Se realmente sentisse, priorizaria o seu filho em vez de um cara qualquer.

—Não fale assim dele, Jungkook! Eu amo ele, você não tem o direito de ofendê-lo dessa forma.

—Ama tanto que se prostitui pra ganhar dinheiro porque  ele não te deixa trabalhar e não te dá nada, né? — outra risada irônica. Taehyung certamente não deveria estar ouvindo aquela conversa mas estava morrendo de curiosidade para entender o que tinha acontecido. —  Quer saber? Eu prefiro morrer no meio da rua do que voltar pra essa casa, pra essa vida. Você não é uma mãe, é só uma vadia que não liga pro filho.

Os olhos do Kim estavam arregalados, ele não imaginava que o Jungkook passava por tudo aquilo, agora entendia o porquê dele não querer gastar o dinheiro e nem querer atrapalhar. Estava completamente em choque quando ouviu passos vindos da escada, e, em um ato automático, se escondeu na segunda porta que viu, num banheiro. Ouviu a porta do cômodo em que o Jungkook estava ser aberta e fechada de supetão, e logo em seguida um grito feminino desesperado.

—Não faz isso, Rodrigo! — a mãe dele gritou implorando e a situação ficou ainda mais aterrorizante quando Jungkook deu um grito de dor.

Taehyung queria correr, queria ajudá-lo, mas não podia, sabia que não tinha força para intervir naquilo. Os gritos de dor misturados aos gritos da mulher eram perturbadores, Taehyung sentia o coração apertar de uma forma jamais sentida. Quando tudo se acalmou e a porta do cômodo foi aberta novamente, ouviu passos saindo apressados do lugar, provavelmente dos dois adultos.

Abriu a porta do banheiro e correu até lá, encontrando o Jeon sangrando em posição fetal no meio do quarto. Seu coração trancou e sua garganta fechou, quase não conseguindo respirar. Entrou no quarto, trancou a porta por dentro e correu até ele, agachando ao seu lado. Jungkook olhou com  para ele e não conseguiu se segurar, lágrimas escaparam dos seus olhos negros sem vida.

The Coffee Shop BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora