P i e d P i p e r

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Chegaram em casa e  foram direto preparar a janta na cozinha. Taehyung  confessou que não havia almoçado e o Jeon insistiu com a ideia de que ele tinha que comer algo antes de dormir, apesar de também não ter comido nada. Quando chegaram na cozinha, Jungkook observou ele pegar um papel que estava sobre a mesa e guardar no bolso como se não quisesse que ele visse aquilo. Não se importou, afinal devia ser alguma coisa pessoal.

—Estou com preguiça de fazer comida —Taehyung ponderou um pouco— o que acha de pedirmos pizza?

—É uma boa ideia, eu ajudo a pagar —Jungkook parou perto dele.

—Não precisa, eu pago —pegou o celular do bolso e já começou a fazer o pedido. — Escolhe um sabor — aproximou-se para mostrar o cardápio.

—Hum, pode ser frango —Jungkook quase não conseguiu prestar atenção no celular, apenas no cheiro doce do cabelo do Kim, parado ao seu lado, com o braço encostado no seu.

—Então metade frango e metade calabresa? —molhou-o nos olhos e recebeu apenas uma confirmação com a cabeça. — Certo, vou pedir um refrigerante também —voltou sua atenção para o celular e realizou o pedido, guardando-o logo em seguida.

Taehyung caminhou até o sofá e sentou em uma das pontas. Jungkook foi até ele e sentou do outro lado, deixando um espaço vazio entre os dois. Ele observou o Kim fazendo um movimento estranho, como se estivesse com dor ou incomodado.

—Está tudo bem? —perguntou, olhando para ele.

—Sim, só estou com um pouco de dor nas costas —encostou-se  no sofá e fechou os olhos. Aquilo era horrível, deveria ter pensado duas vezes antes de passar horas com a coluna todo encurvada na mesa.

—Vem aqui — Jungkook bateu no espaço vazio do sofá para que ele sentasse ali. Taehyung abriu os olhos e franziu o cenho. —  Eu faço massagem nas suas costas como recompensa por tudo que tem feito por mim.

—Não precisa recompensar nada, Jeon — olhou nos seus olhos. — Já vai passar, tomei remédio.

—Por favor — sussurrou. — Estou cansado de você sempre me ajudar e eu não poder retribuir.

Taehyung ponderou um pouco. Quais as chances de não se aproximar dele depois de tudo que estão fazendo? Não queria machucá-lo, não queria deixar ele se aproximar, não queria se apegar a ele porque sabia que ele fugiria se descobrisse quem realmente era. Mas Jungkook não facilitava as coisas, ele sempre fazia algo que deixava o Kim com vontade de se aproximar, de se render à ideia de finalmente ter um amigo depois de anos. E se tudo se repetisse? E se acabasse da mesma forma? Mas tinha o outro lado, o que não agía racionalmente, o que agía emocionalmente. O lado que lhe questionava: e se fosse diferente?  E se o Jeon não fugisse? Basta esconder o que é, ele não precisa saber desse  lado.

—Tudo bem — aproximou-se, sentando no meio do sofá de costas para ele. Cruzou as pernas sobre o assent e logo sentiu as mãos quentes do Jeon em contato com a sua pele, próximas ao seu pescoço, arrepiando seus pelos. Ele sabia o que fazia porque a cada movimento o seu corpo tenso ia relaxando mais. Fechou os olhos e jogou a cabeça para o lado, apreciando a sensação mais prazerosa que sentiu durante anos. É impressionante o quanto aquilo era relaxante, sentia que precisava daquilo.

Jungkook passou longos minutos massageando a região das costas, ombros e pescoço dele, se atentando a cada reação do mesmo. Seus ombros estavam mais relaxados, diferente do que estavam quando iniciou a massagem, como se ele temesse aquele toque. Só fugiram daquela "bolha" quando ouviram batidas na porta e  deduziram ser o entregador. Taehyung murmurou bem baixinho quando parou de sentir as mãos do Jeon na sua pele, mas levantou do sofá e foi atender a porta. Como o previsto, era o entregador do fast food. Taehyung pagou e pegou a pizza e o refrigerante, levando para a mesa. Quando chegou, viu que o Jeon estava separando dois copos e uma faca para cortarem as fatias.

The Coffee Shop BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora