Acaso (Billie/You Gp)

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Lea

-- Agora é a vez de Lea falar -- a pofessora fala, e eu me levanto de minha cadeirinha -- vamos la Lea, hoje, no 'dia de quem me ama', de quem você quer falar?

-- Posso falar de duas pessoas? -- Pergunto e a Pro diz que sim com a cabeça -- eu vou falar da mamãe Billie e da minha mami S/n... Vou falar primeiro da mamãe Billie... Minha mamãe é a Billie, ela é a pessoa mais bonita do mundo todo, ela tem cabelinhos que brilham igual o sol e olhos que parecem duas piscininhas azuis. Ela sempre faz comidinhas gostosas pra mim e quando eu tenho pesadelos, ela me abraça e diz que tudo vai ficar bem. A mamãe me ensina a pintar e a gente sempre canta junto as músicas da "Moana", porque a gente adora aventuras, mesmo que seja só na sala de casa. Ela é a melhor mamãe porque sempre sabe como me fazer rir, mesmo quando estou tristinha.

Depois, olho ao redor, vendo todos os meus amigos e a professora me escutando, e começo a falar da minha mami.

-- Minha mami é a S/n, ela é muito alta e forte, parece uma super-heroina! Ela me chama de "princesinha" e me faz sentir especial todos os dias. Mami fez meu quarto novo que parece um castelo de princesa, com muitos brinquedos e livros. Ela sempre joga bola comigo no parque e me ensina a ser corajosa. Às vezes, a gente faz bolos gigantes juntos, e mesmo que a cozinha fique toda bagunçada, a gente ri muito. Eu amo muito minha mami porque ela sempre me dá os abraços mais apertados e quentinhos do mundo... E quando elas estão juntas, a mamãe e a mami, elas olham uma pra outra de um jeito engraçado e sempre acabam dando risada e me puxando pra um abraço bem grande. Isso me faz sentir a pessoa mais feliz do mundo. Eu amo muito elas duas!

-- Muito bem Lea! -- A Pro fala sorrindo para mim

-- Ela tá mentindo, ela nem tem uma mami -- Ryan fala e eu olho para ele brava

-- Tenho sim!-- Respondo rápido, sentindo meu coração bater mais forte porque não gosto quando as pessoas dizem coisas que não são verdade. -- Minha mami é a S/n e ela é a melhor mami do mundo!-- Digo, cruzando os braços e olhando para Ryan.

-- Ryan, não é legal dizer isso. Todo mundo tem uma família especial do seu próprio jeito -- a pofessora explica, olhando séria para ele. Depois, ela se vira para mim e dá um sorriso. -- Lea, é muito bonito ver como você ama sua família. Obrigada por compartilhar sobre sua mamãe e sua mami conosco.

Eu sorrio de volta, feliz porque a professora entendeu. Eu sei que minha mami e minha mamãe são as melhores e fico feliz em contar para todo mundo como elas são incríveis.

Quando a mamãe chegou pra me buscar, o vovô do Ryan tambem tinha chegado. Eu corro bem rapidinho pro colo da mamãe e ela me abraça bem fortao

-- Mamãe, né que eu tenho uma mami? O Ryan não acredita, ele falou que eu to mentindo, mas eu tenho sim ne?-- Falo e Ryan me olha bravo

A mamãe olha para mim com um sorriso carinhoso e faz carinho no meu cabelo, me abraçando mais forte.

-- Claro que você tem uma mami, meu amor. O Ryan está enganado, mas não se preocupe com isso, tá bom?-- Então ela se abaixa para ficar na minha altura e fala mais baixinho, só para eu ouvir: -- Sua mami ama muito você, e nós sabemos disso. Às vezes as pessoas não entendem as coisas, e tudo bem. O importante é que sabemos o quanto somos amados em nossa família, certo?

Eu digo sim com a cabeça, me sentindo melhor. Mamãe sempre sabe como fazer tudo ficar bem.

-- A gente pode tomar um sorvete de molan... mo-ran-go hoje?-- Pergunto e mamãe sorri concordando

Billie

-- eu queria que você e a mami fossem namoradinhas -- Lea declara

-- O que você diria se sua mamãe e sua mami fossem namoradinhas?-- Pergunto observando ela se lambuzar inteira com seu sorvete de morango

Lea parou de saborear seu sorvete por um instante, seus olhinhos brilhantes e o rosto cheio de sorvete de morango me encarando com uma expressão de surpresa e curiosidade. Ela inclinou a cabeça de lado, como sempre faz quando está pensando em algo importante.

-- Tipo de verdade? Como nos filmes? -- ela perguntou, a voz ainda infantil tingida com aquela dose de entusiasmo que só as crianças possuem.

-- Sim, pequenina, tipo nos filmes -- respondi, tentando conter um sorriso ao ver seu interesse.

Ela pensou por um momento, lambendo o sorvete que escorria por sua mão.

-- Eu ia gostar -- ela começou, seus dedinhos pegajosos agarrando os meus. -- Porque aí a mami ia ficar mais com a gente, né? Ela podia dormir na nossa casa todas as noites e contar histórias pra eu dormir...

O coração me apertou ao ouvir suas palavras tão simples, mas cheias de desejo por mais momentos juntos.

-- Isso mesmo, amor. Ela ia adorar estar mais tempo conosco -- afirmei, sentindo uma mistura de esperança e medo pelo que isso significaria.

-- Então eu quero que vocês sejam namoradinhas -- ela declarou com a autoridade que só uma criança de cinco anos pode ter, antes de voltar a se concentrar em seu sorvete, agora quase derretido.

Olhando para ela, eu não pude deixar de imaginar o futuro. A ideia de S/n mais presente em nossa vida diária, não só como pai, mas como algo mais, mexia comigo de uma maneira que eu não esperava. Será que estávamos prontas para dar esse passo? O olhar de Lea, cheio de inocência e esperança, me fez pensar que talvez, só talvez, valeria a pena tentar.