Billie
Alguns meses depois (um ano e dez meses de Caleb)

Eu estava na praça com meus filhos, aproveitando a tarde ensolarada. Lea estava brincando na caixa de areia com Caleb, os dois rindo e compartilhando brinquedos. A praça estava cheia de crianças, e o som das risadas e das brincadeiras enchiam o ar.

Enquanto observava, notei que um colega da sala de Lea estava ali também. Era o Ryan, o garoto de quem Lea sempre reclamava por fazer bullying com todos na classe. Eu o observei de longe, preocupada, mas esperando que nada de ruim acontecesse.

Em um determinado momento, vi Ryan se aproximar da caixa de areia. Ele começou a provocar as outras crianças e, antes que eu pudesse reagir, empurrou Lea com força. Ela caiu no chão, surpresa e machucada.

Antes que eu pudesse intervir, Caleb se levantou rapidamente. Com o rostinho sério e determinado, ele segurou firmemente seu baldinho de areia e marchou até Ryan. Sem hesitar, Caleb bateu com o baldinho na cabeça do garoto, que imediatamente começou a chorar alto.

Eu corri até eles, pegando Lea nos braços e certificando-me de que ela estava bem.

-- Está tudo bem, meu amor? -- perguntei, passando a mão em suas costas enquanto ela assentia, ainda assustada.

Olhei para Caleb, que agora estava de pé, ainda segurando o baldinho com uma expressão de desafio no rosto.

-- Caleb, querido, não devemos bater nos outros -- eu disse com firmeza, mas também com um toque de carinho, percebendo que ele só queria proteger a irmã. Ryan continuava chorando, e uma mulher que presumi ser a mãe dele se aproximou, parecendo preocupada e irritada.

-- O que aconteceu aqui? -- ela perguntou, pegando Ryan no colo e tentando acalmá-lo.

-- Seu filho empurrou minha filha, e meu filho reagiu para defendê-la -- expliquei, tentando manter a calma.

Ela olhou para Ryan, que ainda chorava, e depois para Lea e Caleb, meu pequeno continuava com sua expressão de seriedade, encarando Ryan. Desde que coloquei Caleb na creche, ele tem demonstrado um comportamento um pouco execivo com suas emoções. Eu achei por bem contratar uma psicóloga infantil, e estamos investigando e ajudando-o a lidar com suas emoções da forma mais adequada e segura para ele mesmo.

-- Sinto muito -- disse a mãe de Ryan, parecendo sinceramente arrependida. -- Vou falar com ele sobre isso.

Eu assenti, ainda segurando Lea em meus braços.

-- Obrigada -- respondi, aliviada por ela compreender a situação. Depois que Ryan e sua mãe se afastaram, me abaixei na altura de Caleb.

-- Caleb, querido, eu sei que você queria proteger a Lea, mas precisamos encontrar maneiras melhores de resolver esses problemas, ok? -- Ele me olhou com seus olhos grandes e brilhantes, parecendo um pouco confuso, mas assentiu devagar.

-- Kay, mamã -- disse ele suavemente, soltando o baldinho e abraçando minha perna. Lea, ainda um pouco abalada, abraçou Caleb.

-- Obrigada, Caleb -- ela disse com gratidão. Caleb sorriu levemente, contente por ter ajudado.

Peguei os dois nos braços, sentindo um misto de orgulho e preocupação. Sabia que, com o tempo e a orientação certa, Caleb aprenderia a lidar com suas emoções de forma mais adequada. Por enquanto, o mais importante era que estávamos juntos, prontos para enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente.

(...)

Quando chegamos em casa, encontramos S/n chegando do trabalho. Ela sorri abertamente ao nos ver.

-- Olá, meus amores, como estão?! -- pergunta, se abaixando e abrindo os braços para Caleb, que corria em sua direção.

-- Mami... Taleb, aqui... -- Caleb fala embolado por estar com sua chupeta na boca. S/n ri e pega Caleb no colo, tirando delicadamente a chupeta da boca dele.

-- E aí, campeão, como foi o dia? -- pergunta, beijando a bochecha de Caleb, que ri contente.

-- Teve um probleminha no parque, mas nada que não pudéssemos resolver -- digo, dando um beijo em S/n.

-- Probleminha?-- Ela pergunta, levantando uma sobrancelha preocupada.

-- Um garoto empurrou Lea, e Caleb acabou reagindo. Mas já conversamos sobre isso -- explico, acariciando os cabelos de Lea, que agora segurava minha mão.

-- Entendi. E você, Lea, está bem? -- S/n pergunta, se agachando para ficar na altura dela.

-- Estou bem, mami. Caleb me defendeu -- ela responde com um sorriso orgulhoso, olhando para o irmãozinho.

-- Isso é ótimo, Caleb. Mas lembra: precisamos resolver as coisas sem brigas, tá bom? -- S/n diz, olhando para Caleb, que balança a cabeça afirmativamente. -- Bom, que tal um jantar gostoso para esquecer esse dia? -- sugere, pegando Lea no colo também.

-- Sim! -- Lea responde animada.

Entramos em casa, prontos para deixar o dia difícil para trás e aproveitar o resto da noite em família.

Acaso (Billie/You Gp)Onde histórias criam vida. Descubra agora