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Billie

Era tarde no dia seguinte, e ainda estávamos na chácara. S/n decidiu que passaríamos alguns dias aqui com as crianças, aproveitando o ambiente tranquilo. No entanto, ao procurar por eles dentro de casa, não os encontrei. Com a chuva que caía lá fora, supus que estivessem dentro, mas algo dentro de mim insistia para que eu verificasse mesmo assim.

Caminhei até a vidraça da sala e, ao olhar para fora, vi Caleb engatinhando pela grama molhada. Lea e S/n brincavam de pega-pega ao redor do pequenino, todos rindo e parecendo incrivelmente felizes, indiferentes à chuva que os molhava.

A cena era tão bela quanto inesperada. S/n, com a roupa encharcada, corria atrás de Lea, que gritava de alegria, enquanto Caleb, em sua inocência, ria a cada movimento brusco da mãe e da irmã. A visão de minha família se divertindo em meio à natureza, livres e despreocupados, fez meu coração se aquecer, mesmo com o tempo frio e chuvoso.

Decidi me juntar a eles, não querendo perder aquele momento de pura felicidade. Peguei um casaco e saí para o jardim, a chuva fria batendo em meu rosto. S/n foi a primeira a me notar, parando de correr por um instante e abrindo um sorriso caloroso.

-- Ei! Olha quem decidiu se juntar à festa! -- ela gritou, e Lea imediatamente correu até mim, rindo.

-- Mamãe, a chuva é tão divertida! -- ela exclamou, agarrando minha mão e tentando me puxar para o meio da brincadeira.

Caleb, ao me ver, tentou se levantar, mas acabou caindo sentado na grama, ainda rindo. S/n se aproximou e o pegou no colo, protegendo-o um pouco da chuva.

-- Achei que vocês estivessem aqui dentro -- falei, rindo ao ver a expressão molhada e feliz de S/n.

-- Não pudemos resistir -- ela respondeu, rindo também. -- É uma oportunidade rara de brincar na chuva. -- eu riu fraco, me aproximando e selando nossos lábios delicadamente

Lea continuava a correr ao nosso redor, rindo e gritando de alegria. Caleb, agora seguro nos braços de S/n, esticava as mãozinhas, tentando pegar as gotas de chuva que caíam.

-- Vem, mamãe! Vamos brincar! -- Lea insistiu, puxando minha mão novamente.

Eu não podia resistir. Soltei uma risada e me deixei levar, correndo e brincando com minha família na chuva, sentindo a alegria pura e simples daquele momento. As preocupações e o cansaço do dia anterior desapareceram, substituídos pelo som das risadas e pelo toque refrescante da chuva. Estávamos juntos, felizes, e nada mais importava.

Após um bom tempo de brincadeiras na chuva, decidimos entrar e tomar banho. S/n pegou Caleb no colo e se dirigiu ao quarto que ela havia arrumado para os pequeninos. Eles iriam tomar banho juntos, uma maneira prática e carinhosa de limpar e aquecer Caleb após toda a diversão. Lea e eu nos juntamos no banheiro do meu quarto, ansiosas por um banho quente e relaxante.

Enquanto a água esquentava, ajudei Lea a tirar suas roupas molhadas. Ela estava exausta, mas seus olhos brilhavam de felicidade.

-- Você se divertiu muito, não é, querida? -- perguntei, sorrindo enquanto enrolava uma toalha ao redor de seus ombros.

-- Foi incrível, mamãe! A chuva é tão legal! -- Lea respondeu com entusiasmo, os dentes batendo um pouco devido ao frio.

Finalmente, entramos no chuveiro quente, a água reconfortante nos envolvendo. Lea suspirou de alívio, e eu senti o calor começando a relaxar meus músculos tensos.

-- Isso é muito bom -- murmurei, massageando suavemente o shampoo no cabelo de Lea. Ela fechou os olhos, aproveitando o momento de carinho e cuidado.

Depois de nos lavarmos e nos aquecermos, saímos do chuveiro e nos enrolamos em toalhas macias. Ajudando Lea a secar o cabelo, conversamos sobre a brincadeira na chuva e os planos para o resto do dia.

-- Mamãe, você acha que podemos fazer isso de novo algum dia? -- Lea perguntou, os olhos cheios de esperança.

-- Claro, querida. Podemos brincar na chuva sempre que quiser. -- Eu sorri para ela, adorando a simplicidade de seu desejo.

Assim que estávamos secas e vestidas com roupas limpas, fomos até o quarto de Caleb e de Lea. S/n estava terminando de secá-lo, ambos cheirando a sabonete infantil. Caleb parecia adoravelmente sonolento, esfregando os olhinhos enquanto S/n o vestia em um pijaminha confortável.

-- Prontos para um cochilo? -- perguntei, acariciando a cabeça de Caleb.

-- Acho que ele está mais do que pronto -- S/n respondeu, rindo baixo. -- E eu também, se for honesta.

-- Parece uma boa ideia -- concordei, pegando Caleb nos braços e me preparando para amamentá-lo quando percebi ele puxando minha blusa.

-- Vem aqui você também! -- S/n disse, pegando Lea em seus braços e deitando-a ali. A pequenina riu baixinho, se acomodando nos braços de S/n. -- Não é só Caleb que merece colinho na hora de dormir -- ela comentou, balançando suavemente o corpo de Lea.

Eu me sentei em uma poltrona confortável e posicionei Caleb para amamentá-lo. Ele começou a mamar com calma, seus olhos lentamente se fechando enquanto sugava ritmicamente. Ao lado, S/n estava sentada na cama, com Lea aninhada em seus braços. Ela estava aconchegada contra o peito dela, os olhos pesados de sono.

-- Hoje foi um bom dia -- S/n murmurou, olhando para mim com um sorriso de contentamento.

-- Foi sim -- respondi, observando nossos filhos começarem a cair no sono. -- Momentos como esse são os que fazem tudo valer a pena.

Caleb finalmente terminou de mamar, soltando meu seio com um suspiro satisfeito. Eu o posicionei no ombro para arrotar, e ele logo adormeceu profundamente. Com cuidado, coloquei-o no berço e me voltei para S/n e Lea.

-- Parece que temos dois anjinhos dormindo -- comentei, sorrindo para a cena adorável.

S/n beijou a testa de Lea e a deitou suavemente na cama ao lado do berço de Caleb. Ficamos alguns minutos ali, observando nossos filhos respirarem suavemente, completamente tranquilos.

-- Eles são tudo para nós, não são? -- S/n perguntou baixinho, sua voz carregada de amor e admiração.

-- Sim, são -- concordei, pegando a mão dela e apertando-a gentilmente. -- Nossa família é tudo para nós.

Saímos do quarto com cuidado, fechando a porta atrás de nós. A casa estava em silêncio, e a tranquilidade do momento nos envolveu.

-- Vamos aproveitar esse tempinho para nós também -- sugeriu S/n, guiando-me para a sala.

Sentamo-nos no sofá, e ela puxou-me para um abraço reconfortante. O som suave da chuva lá fora e a sensação de estarmos juntas e em paz fizeram daquele momento um dos mais preciosos.

-- Agora que estão todos dormindo, posso encher minha esposa de beijos? -- S/n pergunta, um sorriso travesso brincando em seus lábios.

Eu sorrio de volta, sentindo um calor agradável se espalhar pelo peito.

-- Acho que você pode -- respondo, inclinando-me para ela.

S/n não perde tempo. Ela me puxa para mais perto, seus braços me envolvendo com firmeza. Seus lábios encontram os meus em um beijo suave e apaixonado, e o mundo ao nosso redor parece desaparecer.

-- Eu amo você -- ela murmura contra meus lábios entre beijos, sua voz cheia de sinceridade.

-- E eu amo você -- respondo, sentindo-me grata por cada momento que compartilhamos.

Acaso (Billie/You Gp)Onde histórias criam vida. Descubra agora