* De fato, você não é um girassol. *

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   São 23:00 quando chego do trabalho

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   São 23:00 quando chego do trabalho. Estou cansado, completamente acabado.

   Está nublado, chove mais do que no último feriado.

   Você deve se perguntar o porquê trabalho em um domingo, em um feriado. Pois lhe digo:

      Hoje não é dia 05 de março.

       Não faz Sol.

     E mesmo se fizesse, não cultivo mais um Girassol.

     Ao chegar, vejo que ainda está tudo bagunçado, do jeito que foi deixado.

    Mas há alguém aqui. E de novo você deve se perguntar: Como sabes que há alguém no seu lar?

   Dessa vez, não saberei lhe responder, pois não é VOCÊ. É apenas um ser.

  Ele não tem forma, mas não me assusta.

    Ao me ver, diz:

       "Me impressiona a sua astúcia."

  
   Me sento ao lado daquele fantasma. Da cozinha vejo o quarto,  e então vejo que ele quebrou a minha cama.

      "Posso explicar!" Diz, parecendo amedrontado, ou talvez até alarmado.

   Dou de ombros.

    "Não me importo."

   Confuso, responde:

   "Não viu o que eu fiz com a sua moto?"

     Dou de ombros mais uma vez.

   "Não sentes medo de mim?"

    Rio com sua acidez. Ele se estressa.

   " Cheguei atrasado?"

    Respondo, olhando no vão dos seus "olhos": "Suponho que sim." Suspiro. "Mas se quer me afetar, talvez devesse procurar um lar menos bagunçado."

     Ainda irritado, responde: "Não poderia ao menos ter avisado? Assim eu não teria entrado."

 
  "E por que não entrarias?"

   "Sou um fantasma de dar medo e que faz tudo errado, não quero limpar o que está bagunçado."

      Irritado, respondo: "Isso não é culpa minha! Você deveria ter avisado que viria, assim lhe diria que está trancado!"

  "Mas eu passei pela porta!" Ele grita. "Perdi o meu tempo lhe esperando aqui sentado! Quantos lares eu poderia ter assustado?!"

  Me sinto mal ao lhe ouvir, mas, afinal, o besta foi ele por vir.

  "Deveria, ao menos, ficar para um chá, já que entrou sem avisar, invadindo o meu lar. Talvez possamos conversar."

   Ele dá de ombros ao suspirar. "Acho que tenho tempo para um chá."

    Me olha esperançoso ao falar: "Mas não lhe dei nenhum sustinho? Não ficou com medo? Nem um pouquinho?"

  Rio da sua decepção. Realmente, a sua vinda foi em vão. 

    "Nadinha. Mas relaxe, fantasminha, pode me acompanhar em um jantar, e se quiser, pode dormir no sofá quebrando, onde outro costumava se deitar."

    Ele parece pegar fogo; percebo, então, que minhas palavras foram um mal jogo.

   "Não me chame assim! Estou aqui para te assustar, não para um chá, e muito menos um jantar!"

   Mas uma vez, fico chateado com suas palavras, elas são tão afiadas como um machado.

    "Tudo bem, você é só um fantasma mesmo! Eu prefiro os girassóis! Nunca curti essa ideia de 'lençoís'!"

    Ele se sente ofendido e se levanta: "Pois bem, procure um girassol nesse lugar frio, segurado por UM PEQUENO anzol. Nesse lugar bagunçado, que girassol irá gostar de se abrigar?"

   "Espere!" Grito ao vê-lo sair. Do que adianta agora insistir?

   De fato, ele não parece um girassol, mas é melhor do que o meu velho sofá e um lençol.

Os Monstros do meu LarOnde histórias criam vida. Descubra agora