*Um verdadeiro achado!*

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        O MEU LAR NOVO LAR É LINDO! 

        Ele é jeitinho que pedi.

       Assim que cheguei, mandei uma carta ao girassol:

       "Oi, pequeno girassol.

    " Hoje, conversei com a feiticeira. Eu pedi um novo Lar, mas ela disse que era besteira.

  "Na verdade, ele é perfeito! Passe aqui, para vê-lo de perto.

 "Assim, podemos conversar, aí eu aproveito para te mostrar o meu Lar.

  "O endereço é: Rua 16, número 84.

  "Não sei lhe dizer o bairro. Estou meio perdido. O cheiro lembra panqueca, mas há uma lixeira no fim da rua que fede a cueca!

  "Bom, passe aqui, podem tomar um chá e comer caqui."

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     Ele veio! Ele veio!

   Estou vendo ele brilhar lá fora!!!

  Abro correndo a porta e sinto cheiro de pólvora.

   "Boa noi..."

  Eu o abraço.

 "Oi! Que bom que encontrou o meu Lar! Achei que não viria me visitar!"

  "Por que pensou isso?" Olha em volta.

  "Bem, eu não sei... Mas venha, deixe-me te mostrar o meu Lar!"

   Puxo-o comigo pela casa.

  "Essa é a cozinha. essa a sala de jantar. Aquela, a de estar. Esse é o primeiro banheiro. Esse, o quarto de visita. Mais um banheiro. Noss... O meu quarto. Aquele, o canto do gato."  

  "Uau!"

  "Gostou?"

 "É incrível!"

  "E o melhor, não precisa de combustível." Sorrio.

 "Há um jardim para mim passear?" Claro, se eu puder ficar." Responde envergonhado.

  Sorrio ainda mais.

  "Claro! Vou lhe mostrar."

  Levo ele até o jardim.

  "Não é lindo?" 

  "M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!"

 "O único problema é que o gatinho é meio dengoso." Aponto para um filhote escondido dentro do caixote.

 "Não há problema. Ele pode nos acompanhar no cinema."

  "Você vai realmente ficar?" Sorrio mais uma vez.

  Desde que ele foi embora, nunca me senti tão bem como agora.

  "Claro! Só preciso saber onde encontro o sangue do teu Lar, e então poderei  ficar. Inclusive, eu não o vi. Onde o  encontro por aqui?"

  "Claro! O maldito sangue!" As lágrimas escorrem mais rápido do que nunca.

  "Por que estás a chorar?" 

  "Não há mais sangue no meu Lar..."

  Seu sorriso se desfaz.

  "Então era isso o que você queria dizer com 'não precisa de combustível'? O trocou por esse Lar horrível?"

  "ESTE LAR É INCRÍVEL!"

 "No SEU Lar não há o essencial! Ele é raso e superficial!

 "Ele não é superficial! Quem precisa de sangue quando se tem tantos cômodos, afinal?"

   "A pergunta deveria ser ao contrário! Isso é uma farsa com fala controversa! Se não há sangue não há nada... nem sala, sem escada."

     As lágrimas  correm contra o tempo como uma faca peito adentro, ardem como chamas do meu pulmão ao coração.

  "Vá, então. Tu poderias ter dito apenas não."

  Ele se adianta até a porta do jardim. Para, e sei que está olhando para mim.

  "És o fim. Não voltarei a pisar em terra de marfim."

    E então, para mim, ele se transforma em uma lua. Fria e crua. Sinto a dor da qual o tempo não cura.

 O sol parece zombar de mim. E por isso,  sei que realmente é o fim.

   O meu Lar sempre será quebrado. Ele nunca mais será encontrado. E nem por mim, será amado.

Os Monstros do meu LarOnde histórias criam vida. Descubra agora