A feiticeira refere-se a uma amizade, a qual todos nós precisamos para nos curar dos nossos traumas.Ela apareceu no momento em que o homem mais precisava.
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O homem caminhava pela praça em que encontrou o vampiro, relembrando pela milésima vez o dia em que seu girassol foi embora novamente.
Ele debruçava-se em lágrimas, ao ponto de mal enxergar o que havia na sua frente.
Uma senhora, extremamente sábia, que o observava de longe, sentiu-se obrigada a acolher o jovem.
"O que um jovem tão bonito faz aqui, chorando em uma noite tão bela? Por que não estás a sair com seus amigos?"
"Não tenho amigos."
Ela ri.
"Como um homem tão jovem e charmoso não tem amigos?"
Ele hesita, morde os lábios antes de falar:
"Os troquei por um amor inútil."
"És muito jovem para trocar seus amigos por uma mulher, não acha?"
Ele suspira.
"Na verdade, não acho. Faria tudo de novo se ela prometesse voltar."
"E o que a levou deixar um homem desses?"
"Não sei. Dei o meu máximo, fiz tudo o que pude fazer por ela, mas nada foi o suficiente para mantê-la por perto."
"Então ela não merece o seu amor."
"Eu sei disso, mas não consigo viver sem ela. É o meu vício. Só o seu sorriso me faz bem à essas horas.
"Há amores que nos corrompem." Ele suspira.
"Há amores que nos permitem acabar com nós mesmos para salvá-los, enquanto há amores que para ser salvos, bastam ter o seu amor por perto."
"Ela deixou que eu me destruísse, e eu permiti. Enquanto isso o seus olhos me salvavam da minha tortura, a qual ela mesma causava."
"Estava cego. A idolatrava tanto, que se esqueceu do seu valor."
Ele assente.
"Ela é como uma doença. Vague esse mundo, és novo. Poderá encontrar outro amor. Mas nunca tente se curar com outra enfermidade."
"Mas apenas ela possuí a cura. "
A senhora olha para o banco da praça.
"Não diria isso." Dá um tapinha em seu ombro e saí.
O homem olha para o banco e vê o vampiro o observar.
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Os Monstros do meu Lar
PoetryEssa obra é um conjunto de poesias sobre um homem de rotina comum, vida comum, aparência comum, mas um lar muito extraordinário. Nessa jornada iremos acompanhar um homem fardo de viver a mesma vida todos os dias sem o seu girassol. Fardo de ter se...