O girassol refere-se a alguém que o protagonista amou como ninguém.
O protagonista se doou ao máximo por ele, lhe entregou todo o amor que tinha, mas o girassol era ganancioso. Para ele, não bastava só o amor daquele homem. Era nescessário mais atenção, mais presentes, mais desejo, mais sol.
O girassol era uma mulher linda, radiante, seu olhar era como diamante. Mas, mesmo tão amável, era podre por dentro e nada maleável.
O homem, fascinado por sua beleza, por sua voz, pelo seu jeito de ser, se apaixonou cada vez mais por aquele monstro, que consumia sua mente, lhe trazia palavras falsas em troca de amor e carinho.
A cada dia que se passava, aquela mulher consumia o sua alma.
Para ele, tudo era perfeito. Mas com as suas atitudes estranhas, ele percebeu que um dia a perderia, que ela já não era a mesma.
Ele pensava que estava amando errado, que não sabia cuidar dela, mas nunca cogitou a hipótese de que o problema estava no girassol.
Ele tentava de tudo, mas nada era o suficiente. E cada vez mais cansado de tentar reverter a situação, começou a esfriar.
No momento em que a mulher percebeu que ele cansou de se humilhar por ela, decidiu partir, procurar outra pessoa para magoar.
Ele implorou para que ela ficasse, tentou de tudo, até mudar o seu jeito de ser. Mas nada foi o bastante.
E então, durante o dia, em um sol radiante, ela partiu. Ele chorou, disse que mudaria, faria o que fosse preciso para tê-la ali. Mas já era tarde.
Desde aquele dia, ele começou a odiar o sol, odiar a praia e tudo o que ela amava, tudo o que o fazia lembrar daquela tarde.
Ele passou a trabalhar durante o dia inteiro, se escondendo da realidade. Buscando não ver o sol brilhar.
Trancou o seu coração a sete chaves, para que NINGUÉM pudesse ver o quão ruim era - ou o quão ruim ele pensava ser.
O girassol tornou o coração dele um lar quebrado, doente e que se ele tivesse sorte, nunca mais seria encontrado.
Ele implorou para que se curasse sozinho, mas não adiantou. Logo desistiu e aprendeu a viver com a dor.
Seu coração se tornou frio, um lugar onde vivia chovendo. As feridas e rachaduras apareceram, doeu tanto até ele se sentir apodrecer.
Ele se culpou por não conseguir mantê-la lá, e o seu maior medo o acolheu, a solidão.
E, assim como quebraram
o meu Lar, que
quebrem esse mundo infeliz,
onde todos nós fingimos
nos amar com palavras falsas.
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Os Monstros do meu Lar
PoetryEssa obra é um conjunto de poesias sobre um homem de rotina comum, vida comum, aparência comum, mas um lar muito extraordinário. Nessa jornada iremos acompanhar um homem fardo de viver a mesma vida todos os dias sem o seu girassol. Fardo de ter se...