São 17:00 horas e o sol é escaldante.
Eu estou do lado de fora. Ao me lembrar da noite passada, o meu rosto cora.
Estou sentado vendo o meu Lar ser queimado.
( Estou vendo o meu coração se perder enquanto destruo tudo o que há de lembranças do que eu era.)
Queimado por mim mesmo. Mas é melhor do que deixá-lo ser encontrado, ou pior, ser amado.
Eu o vejo morrer. dói, mas conseguirei sobreviver.
Onde viverei, eu não sei. Mas devo viver como um andarilho, pois provavelmente o meu olhar perderá o brilho.
"Não, não... Não!!"
Vejo o vampiro a correr e chorar. O vejo se despedaçar ao olhar para o meu Lar.
"O que você fez?! Por que desististes de vez?"
"Acalme-se, velho amigo." Respiro fundo. "Desisti pois ninguém quis ficar comigo."
"Você não devia destruir o seu Lar! Poderia concertar!"
Rio.
"Não há mais concerto."
"Levante-se! Precisamos apagar o fogo! Vamos, acabe com essa besteira de jogo!"
"Você deveria se sentar."
"Você deveria me ajudar a concertar!"
"Acredite, eu tentei."
Ele se senta ao meu lado.
"Não tentastes o suficiente. Vamos, pode ser que agora seja diferente..."
"Não será."
"Onde tu irá morar?"
( Como vai sobreviver sem nada? Como voltará a amar, do jeito que sempre quis?)
"Não terá mais nenhum Lar."
( Não voltarei a amar.)
"Mas..."
"Como me encontrou?"
"Nunca deixei de tentar te agradar."
Penso que ele fugiu da minha pergunta, mas continuo.
"Como assim?"
"Eu estava disposto a concertar o seu Lar." Ele não parava de chorar.
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Os Monstros do meu Lar
PoetryEssa obra é um conjunto de poesias sobre um homem de rotina comum, vida comum, aparência comum, mas um lar muito extraordinário. Nessa jornada iremos acompanhar um homem fardo de viver a mesma vida todos os dias sem o seu girassol. Fardo de ter se...