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Elisa estava apenas caminhando pela França, mais uma vez havia sido enviada em uma viagem para representar a empresa de seu pai, ela não reclamava, havia apenas um dia de trabalho chato e muitos homens enchendo o saco, mas teria quase uma semana para caminhar, conhecer lugares e pessoas nas terras francesas, além de claro, melhorar seu francês.

A garota não esperava conhecer uma brasileira, não esperava que seria tão fácil de conversar com ela e nem que seu sorriso fosse tão lindo. Definitivamente Maísa havia sido uma surpresa para Elisa.

A alemã entrou no escritório que deveria comparecer, ótimo, estava adiantada, digamos que quando se trata da empresa Elisa nunca consegue chegar na hora certa, sempre há algo mais interessante. Logo, a garota estava sentada entre homens que vestiam ternos e tentavam impor seu poder, mas ela não deixa isso a assustar, a garota dizia os termos para que o acordo ocorresse e não tinha medo de perder o negócio. A garota coloca sua típica frase em jogo: "Vocês quem vão perder de fechar com a empresa mais promissora do mercado.", logo depois ela colocava sobre a mesa uma pilha de respostas, com a garota e seu pai estampados na capa e títulos chamativos para o quanto o negócio deles era promissor. Assim, o braço foi estendido e a mão de Elisa foi apertada por todos aqueles empresários, assinado o papel e pronto, Elisa estava pronta.

A garota saiu daquele prédio cinza e ligou para seu pai.

- Deu certo! - Ela disse assim que o mais velho atendeu e ouviu-o comemorar. - Eu tive que usar as revistas. - Ela disse envergonhada, sabia que ele não gostava disso.

- Elisa, você usou quais? - Ele disse sério, sem a felicidade de segundos atrás.

- Todas.

- Elisa, eu disse pra você usar só as verdadeiras! Você precisa parar de jogar sujo. - Ele disse bravo e Elisa riu.

- A gente não tá tirando dinheiro de quem passa fome, a gente tá tirando dinheiro de gente que não tem o mínimo de visão de mundo, se eu pudesse teria aumentado ainda mais o preço. - Ela disse e ouviu seu pai reclamar. - Pai, você sabe que eu tô certa, esses homens que se acham melhores que qualquer um merecem tomar um pouco.

- Eu também sou dono de empresa, Elisa.

- Você tem visão de mundo, você tem três projetos sociais, você não fecha os olhos pros problemas. - Elisa disse rapidamente e ouviu o homem respirar fundo. - Quase 50% da receita da empresa vai pra questões sociais, você quer mesmo se comparar com aqueles idiotas? Eles estavam fazendo piadas machistas comigo lá, você tem ideia de como isso mostra a índole deles?

- Elisa, tudo bem, obrigado por ter conseguido, se cuida e não apronta. - Ele disse e ambos se despediram. Alessandro nunca gostou de admitir que Elisa estava certa, mas ele sabia que a filha tinha razão e ficava feliz que mesmo crescendo em uma família com dinheiro a garota entendia que nem todos tinham a mesma sorte.

Elisa continuou com seu trajeto até uma praça próxima ao escritório, era lei visitá-la todas as vezes que vinha a Paris. A garota se sentou no banco e vestiu seu capuz, passando a observar as crianças correndo pelo parquinho.

Seu telefone vibrou em seu bolso, assim que o pegou viu um número desconhecido na tela, a garota atendeu esperando que fosse algum empresário sem graça tirando sua paz.

- Elisa? - A voz recém conhecida de Maísa saiu pelo telefone da alemã, que acabou por sorrir, além da garota realmente ter a procurado, não era mais alguém enchendo o saco.

- Maísa? - A garota disse no mesmo tom, tentando fazer uma graça, como sempre.

- Estava com medo que você tivesse me dado um número aleatório. - A brasileira disse e fez a alemã rir.

- Nunca, não sou louca, ou preciso me preocupar com você? - Elisa disse e ouviu Maísa negar. - Pois não, brasileira, o que você necessita?

- Então, estava querendo jantar em algum lugar que nunca fui. - Maísa disse sorrindo do outro lado do telefone, a garota torcia pra que Elisa a chamasse para sair.

- Alguma comida em específico? - Elisa disse e ouviu negação do outro lado. - Sozinha ou acompanhada? - Maísa passou a língua entre os lábios tomando coragem para de uma maneira sútil a convidar.

- Depende de você. - Nem tão sútil assim.

- Acompanhada. - Elisa disse e Maísa teve seu sorriso aumentado. - Bem, então me fala onde você
tá ficando, eu passo aí e vamos em algum lugar, pode ser? - Elisa disse nervosa e ouvir Maísa concordar. A mais alta levantou a pulso e viu o horário. - As oito estou aí na porta. - Maísa disse onde estava hospedada e elas se despediram.

Era difícil dizer quem estava mais nervosa.

Elisa com ver a cacheada novamente e sentir seu coração derreter a cada sorriso que ela dava.

Ou, Maísa que estava se interessando pela primeira vez por uma mulher.

Primeira vez - Maísa SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora