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- Você vem pro Brasil pra ficar atrás de mulher ou pra visitar a família? - Elisa ouvia a avó falar assim que parou na porta do quarto, a olhou e riu baixo. - Estou falando sério, Elisa, daqui a pouco eu não tô mais aqui e aí?

- Para disso, você é mais saudável que eu. - A alemã disse caminhando até a mais velha e a abraçando. - Desculpa, eu vou sair hoje de novo.

- Com aquela garota que sua mãe falou? - Elisa concordou. - De novo? - Concordou novamente. - Você tá mais afoita que todas as mulheres dessa família, por Deus. - Helena disse e ouviu o riso da neta em seguida.

- Acho que é primeira vez que me apaixono, vó. - Elisa confessou e assim pode ver um sorriso genuíno no rosto da mulher.

- Ela também tá apaixonada?

- Possivelmente.

- Possivelmente? Que resposta horrível, não somos mulheres de possivelmente, somos mulheres de claro, óbvio, com certeza. - Elisa riu do jeito que Dona Helena disse e se olhou no espelho. - Pra onde vão?

- Casa dela, as melhores amigas dela vão me conhecer.

- Vocês duas estão apaixonadas, possivelmente é uma ova. - Helena disse caminhando até a neta e colocando as mãos na cintura da mesma, assim puxando-a para um abraço. - Elisa, não vai se meter em encrenca, tá? Você já tá velha demais pra isso, paixão de adolescente não acontece mais na sua idade.

- Pode deixar, tô consciente. - Elisa disse e piscou pra mais velha. - Tava pensando de chamar ela pra vir em casa, com Ceci e Pi. - A mais nova disse e viu a avó sorrindo ainda mais.

- Pode chamar, você sabe que eu e sua mãe ficamos muito felizes quando você chama seus amigos pra virem aqui, eles devem estar tão crescidos que me assusta. - A mais alta sorriu e deixou um beijo na testa da mais velha.

- Vou pensar sobre e vou avisando, tá? - Helena concordou. - Tô bonita o suficiente?

- Você já nasceu bonita o suficiente. - Helena disse e arrumou a camiseta da garota. - Mas está arrasando como sempre, Lisa. - Ela olhou novamente para todo o corpo da mais nova. - Se você não voltar pra casa falando que ela está apaixonada, você não tem sangue Lins.

- Obrigada vovó. - Elisa disse rindo. - Vou tentar, ok? - Ela disse e deu um beijo na testa da avó.

Elisa mais uma vez era liberada para entrar no prédio da sua ficante, a garota carregava as sacolas do mercado que Maísa havia pedido, assim que o elevador abriu no andar correto Elisa sentiu um frio na barriga.

Sua avó tinha a alertado sobre a paixão de adolescência, mesmo que tenha vindo um pouco tarde, Elisa sabia que possivelmente era um sentimento como o que ela sentia. Era como se fosse um momento crucial para sua existência, Elisa se importava se as amigas de Maísa vão ou não gostar dela, algo que a alemã havia deixado de lado por um tempo de sua vida, mas ela realmente se importava com a opinião de alguém.

Bem, ela não queria ser odiada por quem a garota, que ela gosta, ama. Ela tinha uma razão sólida para se importar. Elisa tocou a campainha com o cotovelo e logo a porta foi aberta, não era Maísa que estava ali, a garota era um pouco mais alta do que a garota que Elisa esperava, mas ainda sim tinha cabelos e olhos castanhos, ambas se olharam por alguns segundos até uma ajuda ser oferecida a Elisa.

- Obrigada. - A alemã disse assim que elas colocaram as sacolas sobre o balcão. - Bem, prazer, Elisa. - Elisa disse sorrindo sem graça e com vergonha da situação e recebeu um sorriso da garota a sua frente.

- Júlia, prazer é todo meu. - Ela disse e cumprimentou Elisa com um beijo de bochecha. - Elas tão no quarto, Fernanda tá experimentando um vestido pra um encontro, vem cá. - A garota saiu andando e olhou para trás, para assim conferir que Elisa a seguia, e sim, ela seguia, com as mãos nos bolsos e perceptivelmente constrangida. - Maísa, sua encomenda chegou.

Primeira vez - Maísa SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora