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Elisa mantinha seus olhos fechados e uma careta em seu rosto, aquilo mostrava o medo das palavras ditas. A garota ouviu uma risada e sentiu os dedos de Maísa percorrerem sua bochecha.

- Você tá rindo? - Elisa disse ainda sem olhar para a brasileira.

- Sim, Elisa, eu tô rindo. - Maísa disse sorrindo enquanto observava a expressão da alemã. - Abre esse olho e olha pra mim.

- Não.

- Anda, abra. - Maísa disse e novamente Elisa negou. - Elisa!

- Eu tô te ouvindo, não quero que me veja com vergonha. - Elisa parecia uma criança, a brasileira riu de sua palavras e deixou um beijo lento na bochecha da alemã, que respirou fundo com esse ato.

- Eu te amo, Elisa, não precisa ter medo de mim. - A alemã abriu os olhos lentamente e observou o brilho no olhar da garota a sua frente. - Lembra do que conversamos? Entre nós duas não iria ter brincadeira ou mentiras, eu tô do seu lado por causa que meu coração é seu.

- Então, você riu do que?

- De você pensar que eu poderia não corresponder. - Maísa disse e deixou um cheiro no pescoço da mais alta, que aproveitou o momento e fechou os olhos novamente, mas dessa vez não era por medo, mas sim pela paz que sentia ao estar com a brasileira. - Elisa, eu amo seu cheiro, amo seus toques, seus beijos, sua risada, suas artes, amo você, entendeu?

- Ama até que sou alemã? - Elisa disse fazendo graça e recebeu um respiro lento da cacheada.

- Todos tem defeitos, né? - Maísa disse fazendo carinho na mais velha. - Mas, eu amo mesmo assim.

- O que eu fiz pra te merecer? - Elisa disse se deitando novamente sobre a cacheada.

- Eu acho que o destino fez com que a gente acontecesse, Elisa. - Maísa disse voltando a fazer carinho nos cabelos loiros, Elisa ouvia atentamente as palavras da brasileira. - Quem diria que não falar francês iria dar a chance de eu te conhecer?

- Eu não sei, mas agradeço por você nunca ter feito aulas de francês. - Maísa riu.

- E por você ser tão sem vergonha, né? Ainda deixou seu número.

- Eu não podia perder a chance de te conhecer, eu me perdi nos seus cachos e me derreti no seu sorriso, eu tinha que ao menos tentar. - Elisa confessou e deixou beijinhos no bochecha da atriz que sorria.

- Você é uma sem vergonha.

- Eu só tô falando a verdade, Cachinhos. - A garota disse se aproximando ainda mais da garota. - Você foi algo que me impactou muito, era como se meu coração soubesse que um dia ele iria ser inteiramente seu.

- Eu me senti um pouco louca de sair com você, hoje me acho ainda mais, tinha tudo pra você me sequestrar.

- Eu? - Elisa riu da fala da garota. - Maísa, mais fácil você me sequestrar do que eu, eu sou um bicho inofensivo.

- Hoje eu sei disso, né? - Maísa disse sorrindo. - Mas você tinha todo um ar de confiança, você é envolvente.

- Obrigada, obrigada. - Elisa disse fazendo graça.

- Tem que parar, se não vai ter um monte de mulher no seu pé.

- Ih, Maísa, eu só consigo pensar em uma mulher. - Elisa disse em meio ao escuro, sua mão segurava a cintura da mulher ao seu lado, fazendo com que um carinho fosse depositado ali. - E ela tá bem aqui comigo, me fazendo feliz e me enchendo de amor, não quero mais nada, você é demais.

- Acho bom. - Maísa disse fingindo braveza e deixou um selinho nos lábios da garota. - Antes de dormimos, tenho um convite pra você.

- Diga, Cachinhos.

- A nova temporada de De volta aos 15 vai ser lançada em agosto, o pessoal está organizando algo, gostaria que fosse. - Elisa sorriu com o convite.

- Vou fazer o possível pra ir, ok? Depois me fala a data que organizo tudo pra poder estar lá, nem se for só naquele dia, mas eu vou. - Elisa disse deixando beijos na mandíbula da garota. - Eu te amo.

- Eu amo mais.

- Duvido.

- Meu pau no seu ouvido. - Maísa disse fazendo Elisa respirar frustrada.

- Depois dessa vou dormir. - Elisa se virou e desvencilhou-se da garota, que se aconchegou como conchinha maior da garota.

- Pode dormir, só não fica longe de mim. - Maísa disse e se aconchegou na garota, Elisa sorriu com essa atitude e agradeceu pela garota ter te abraçado, não tendo levado sua graça a sério.

(...)

- Ciao papà. - Maísa ouviu a voz de Elisa depois de alguns barulhos, em seguida ouvindo duas vozes masculinas e uma feminina. Possivelmente era a família de Elisa. A garota pensava que deveria ter acordado mais cedo e receber a família junto de Elisa, mas nem a alemã sabia que eles estariam ali tão cedo. A loira foi acordada com batidas na porta, que por sorte, ou melhor mania, foi trancada na noite anterior, a garota acordou assustada e nem ao menos teve tempo de avisar sua namorada, ou quase isso.

- Desculpe por não te buscar ontem, as reuniões foram se alongando e você sabe. - Alessandro disse e Elisa concordou com a cabeça, ela como sempre, afinal, Elisa sempre entendia. - Mas, você chegou bem, né? - Se não tivesse, já seria tarde. A garota pensou, mas apenas respirou fundo concordando.

- Tá ansiosa? - Melissa disse observando a irmã. - Você veio sozinha? Não ia trazer sua namorada?

- Namorada? - O pai de Elisa disse e a mesma respirou fundo novamente.

- Ela não é minha namorada. - Elisa disse enquanto bebia um gole de sua garrafa de água. - Inclusive, se vocês não tiverem acordado ela com essa faladeira, eu não digo nada. - A garota disse prendendo parte do cabelo.

- Sua amiga então? - Marco disse apenas para encher o saco da cunhada e teve apenas um dedo médio como resposta.

- Vão se fuder.

- Olha a boca, Elisa. - O mais velho da sala a repreendeu.

- Vocês vão ficar aqui? - Elisa disse observando todos.

- Eu também moro aqui. - Melissa disse e viu a irmã concordar, como se dissesse que a pergunta não era pra ela, mas sim pra o pai.

- Papai?

- Vamos almoçar juntos, que tal? - Ele disse olhando no relógio de pulso. - Onze horas, já está em um horário ótimo, depois vamos para sua exposição, preciso estar às três em uma reunião.

- Tudo bem, eu vou arrumar as coisas. - Elisa disse voltando para o quarto e encontrando Maísa sentada na cama enquanto mexia no celular. - Bom dia, Linda. - Elisa disse deixando um beijo sobre a touca de cetim da mais nova.

- Sua família tá aqui, né? - Elisa concordou enquanto recebia o olhar da menor, que apenas abriu os braços e deixou com que um abraço fosse entrelaçado entre elas.

- Ele nem pediu desculpa. - Elisa disse já no colo de Maísa que deixou um beijo em sua bochecha. - Minha criança interior sofre com isso.

- Com todo respeito, mas ele que tá perdendo, não estar ao seu lado é idiotice. - Maísa disse passando o indicador pelo nariz da loira. - Vamos nos arrumar, você vai colocar a roupa que mais gosta, fazer tudo do seu jeito, hoje é o seu dia, Amor. - Elisa sorriu com apelido e respirou fundo. - Eu não vou deixar que nada apague o brilho de hoje pra você.

Primeira vez - Maísa SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora