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A mesa a qual estavam sentados faziam com que Elisa e Melissa ficassem ao lado do pai - que estava na ponta - e de seus respectivos romances. Elisa estava cansada de ouvir tantas perguntas e fatos inúteis sendo destinados para Maísa e torcia silenciosamente para que isso não estivesse atingindo a cacheada da mesma forma.

- Você tem alguma faculdade? - O homem mais velho da mesa disse e Maísa negou rapidamente.

- Sou atriz, fiz alguns cursos pra área, mas nada além. - Maísa respondeu.

- Elisa também era assim, pelo menos falava que ia ser, né? - Alessandro disse dando um tapinha na filha mais nova que não deu atenção ao homem. - Querer só fazer arte, mas nessa família aqui não tem essa, temos que ter algo sério pra seguir, Elisa já te contou como é ótima na empresa?

- Já. - Elisa disse enquanto mexia nas ervilhas que sobraram em seu prato. - E arte é algo sério, é exatamente sobre isso o dia de hoje. - Pela primeira vez o olhar da garota se levantou e ela conseguia sentir o apoio de sua irmã, que apesar dos pesares sempre estava junto dela.

- Tatinha, eu tenho muito orgulho disso, inclusive, vamos um pouquinho mais cedo pra você me contar mais sobre as suas obras que vão ser expostas? - A filha mais velha disse e Maísa respirou aliviada, ao menos alguém naquela mesa parecia pensar. Alessandro observava a cena intercalando seu olhar entre as garotas.

- Você não precisa ir, se estiver ocupado ou não quiser, tá tudo bem. - Elisa disse para o pai que ficou quieto por um tempo recorde. - Não quero que vá pra não admirar. - Elisa disse e sentiu os dedos da brasileira se encaixando nos seus junto de um carinho. O mais velho pagou o almoço e eles foram até o estúdio, Elisa conversou por alguns minutos com o dono do mesmo que elogiou seu trabalho.

Maísa estava junto da irmã de Elisa e de Marco, o namorado, Alessandro estava no telefone fora do local. Algumas pessoas já estavam lá, olhando os novos artistas que estavam sendo expostos.

- Me desculpa pelo meu pai. - Maísa ouviu da mais alta e a encarou. - Ele é bem legal, isso quando não quer ser babaca, ele queria te impressionar, mas sei que pra Elisa estar com você isso significa que você odiou cada palavra que ele disse. - Maísa sorriu levemente.

- Tudo bem, Elisa havia me avisado disso. - Melissa concordou e observou a irmã de longe.

- Ela realmente gosta de você, fico muito feliz com isso, qualquer coisa que precisar pode me falar, tá bom? - A loira disse e viu a cacheada concordar.

- Eu também gosto dela, muito. - Maísa disse também olhando pra Elisa, a garota sorria enquanto recebia abraços, apertos de mão e elogios. Era fácil ver que ela estava transbordando de felicidade. - Ver Elisa feliz assim é algo muito bom.

- Fazia tempo que não via ela sorrir por tanto tempo, ela é da graça, mas sempre aquela cara de marra, chega a ser irritante. - Maísa riu da fala da cunhada, já que essa característica é uma das coisas que Maísa acha atraente em sua mulher.

- É a maneira dela ser tão especial, quando ela se abre mostra uma beleza tão grande. - Elisa olhou para o lado e viu que sua irmã e Maísa conversavam, seu sorriso ganhou mais intensidade e ela sentiu seu olhar se cruzar com os olhos castanhos de Maísa, que sorriu.

- Esse foi meu favorito. - O senhor que ela conversava disse apontando para o quadra em sua frente. - Teve alguma inspiração?

- Tive sim. - Elisa sorriu e respirou fundo. - A paixão, da inspira de uma forma avassaladora. - Elisa admitiu e viu o mais velho sorrir.

- Quer dizer que essas cores são a paixão?

- Exatamente, cada uma delas uma parte do sentimento. - Ela disse e ele continuava sorrindo.

- Cinco mil euros e eu posso levar ela pra casa? - Ele disse se virando para a mais nova que se surpreendeu. - Meu marido iria amar ela, ele precisava ver isso, é maravilhoso.

- Fechado. - Elisa disse sorrindo e apertou a mão do mais velho.

(...)

- Finalmente em casa. - Elisa disse assim que a porta foi aberta e pode se jogar no sofá, Mel havia ido dormir na casa do namorado, Maísa caminhou até a loira e se jogou por cima da mesma. - Sabe, Maísa Silva, eu acho que você foi uma das melhores coisas que já apareceram na minha vida.

- Devo essa honra por?

- Você me rendeu alguns mil euros hoje. - Elisa disse rindo e viu Maísa se assustar.

- Eu?

- Não é possível que você não percebeu que todas aquelas telas foram feitas pelo meu sentimento por você. - Elisa disse e viu a garota negar. - Cachinhos! Você sempre foi a cor em meio ao caos, não que meu mundo não fosse colorido, ele era, mas era tão bagunçado que no final acabava por ser um cinza sem graça, mas você chegou e me mostrou a beleza de cada cor, cada sensação, cada momento, como se você me mostrasse como a vida não precisa ser uma correria, não precisa ser frenética.

- Você me deixa sem graça com essas declarações artísticas. - Maísa confessou e deixou alguns beijos na pele da mais velha. - Sua irmã é fofa.

- E meu pai? Amou ele? - Elisa disse rindo e viu uma careta.

- Podia ser pior, mas falar que ele é fofo não dá.

- Ok, você se saiu muito bem. - Elisa disse e abraçou a garota pela cintura se ajeitando no sofá com a mesma. - Podemos ficar grudadas até dormir?

- Vamos tomar um banho antes, né?

- Amanhã cedo eu tomo. - Elisa disse e fechou os olhos fingindo dormir.

- Eu fui me apaixonar por uma europeia fedida, onde que me enfiei? - Maísa disse enquanto andava até o banheiro e viu a loira a olhar brava, caminhando até sua direção.

- Eu não sou fedida.

- Agora que já tá na porta do banheiro, vamos tomar banho, Amor. - Maísa disse puxando a mais velha pela camiseta e colando os lábios com os dela. - Eu te amo, porquinha.

- Eu te amo, mentirosa.

Primeira vez - Maísa SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora