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Elisa havia acabado de chegar em terras brasileiras, Melissa deveria estar junto com a garota, mas um imprevisto fez com que a garota não estivesse mais ali. Elisa não se surpreendia, era comum que isso ocorresse, dizem que entre dois irmãos sempre há um que terá uma relação melhor com o pai e outro com a mãe, Elisa não concordava plenamente com isso. Ela mantinha uma boa relação com ambos, mas sua irmã não fazia parte do universo da mãe, Melissa é uma mulher de negócios, sonha em ter sua própria empresa, Maitê admira isso e sempre apoiou a filha mesmo de longe, mas os assuntos não batem, há amor, carinho, admiração e respeito, mas não passariam horas conversando como Elisa passa.

Maitê foi quem começou a incentivar Elisa na parte artística, era ela quem elogiava a filha, Alessandro não sabia como elogiar ou apoiar a filha, apenas a deixava fazer, enquanto ao mesmo tempo tentava deixar a garota por dentro de números, tabelas, textos, tudo que futuramente a ajudaria no mundo acadêmico.

Foi assim que Elisa foi criada, tendo um lado artístico e um empresarial, um lado ligado com a emoção e outro com razão. Era um equilibro que havia ensinado muito a garota.

Assim que desceu sua mala do Uber e se viu na frente da casa de sua mãe Elisa se sentiu uma criança novamente, sua avó a esperava na porta, a mais nova não podia ter outra reação a não ser correr até ela e a abraçar.

- Elisa, que saudades. - Helena disse para a neta, os cabelos curtos, brancos e encaracolados da senhora estavam abaixo do queixo de Elisa que continuava abraçada com a mais velha. - Você está linda! - Ela disse segurando os braços da mais nova e a afastando para assim poder vê-la com mais detalhes.

- Você também está, vovó! - Elisa disse arrancando um sorriso da mulher. - Que cheiro gostoso é esse? - Elisa disse respirando fundo.

- Sua mãe está fazendo feijoada pra você. - Elisa sorriu, era uma das comidas brasileiras que a alemã mais sentia falta. A garota pegou sua malas e deixou na sala, indo até a cozinha e abraçando a mãe pelos ombros.

- Mamãe, cheguei. - Elisa disse e beijou a orelha da mãe, fazendo com que ela lhe batesse com o guardanapo. - Assim que mostra que sentiu saudades?

- Para ser besta, Elisa, venha me dar um abraço certo. - Maitê disse, a mais nova se aconchegou nos braços da mãe. - Senti sua falta, filha. - Elisa sorriu e apenas aproveitou o calor da mãe, era um lar em uma pessoa, Elisa sentia falta daquilo todos os dias.

- Eu também, Mãe. - A loira disse e viu que ambas eram observadas por Bryan, o cachorro da família, Elisa se abaixou o ele foi até a garota, Elisa quem pegou o cachorrinho da rua e trouxe para casa durante as férias escolares, a garota tinha dado o nome do cão em homenagem à velozes e furiosos, já que segundo ela, os pelos dele pareciam o cabelo de Paul Walker. - Amor, quanto tempo! - Elisa disse
abraçando o cachorro que abanava o rabo feliz.

Logo, todos estava prontos para o almoço, Elisa estava radiante, as mulheres de sua vida, seu filho, o acolhimento, Elisa se sentia em casa.

Maísa esperava a resposta de Elisa, a garota avisara que embarcou, mas não disse se havia chego a solo brasileiro, a cacheada não queria parecer desesperada, mas estava preocupada pela falta de notícias, portanto mandou mais uma mensagem, apenas perguntando se estava tudo bem. Elisa respondeu que sim e mandou foto de um cachorrinho.

- Oi. - Elisa disse após receber que poderia ligar para a cacheada. - Olha meu filho. - Maísa observava a cena de Elisa em um campo de grama e um cachorro deitado ao seu lado.

- Loiro igual você. - Maísa disse e recebeu um sorriso da mais alta. - Foi bem de viagem?

- Sim, tranquilo, foi mal ter demorado, fiquei conversando por um tempão com minha mãe e minha vó. - Elisa disse envergonhada.

- Elas moram juntas? - Elisa concordou. - Você tá bem?

- Tô feliz, sinto falta delas. - A alemã disse sem jeito e Maísa achou fofo. - E você? Está bem?

- Sim, estou, tava terminando de ajeitar minha agenda pro mês que vem. - Maísa disse enquanto olhava alguns papéis.

- Separou um tempo pra ir pra Alemanha comigo? - Elisa disse e Maísa deixou transparecer o desespero em seu rosto, ela não havia levado a sério o convite de antes. - Ei, não precisa se não quiser, só se você tiver a toa.

- Eu não sei, posso tentar, mas achei que estivesse brincado.

- Se quiser que eu esteja brincado, então estou brincando. - Elisa disse se ajeitando e por fim deitando na toalha que estava estendida sobre a grama. - Você também achou que eu estivesse brincando sobre o jantar?

- Não sei. - Maísa disse sincera.

- Nisso eu não tô, eu só vou no seu aniversário se a gente se ver antes, nem se for pra sentar na porta do seu prédio. - Elisa disse sem pensar e continuou. - Quero te ver como fomos por aqueles dias.

- Como fomos por aqueles dias? - Maísa disse enquanto se divertia ao ver Elisa se abrindo.

- Nós duas, conversando, comendo, rindo, sem
preocupação, sem nada e nem ninguém. - Elisa disse e Maísa concordou.

- Eu aceito te dar essa chance, Elisa. - Maísa disse arrancando um riso sincero da alemã.

- Cuidado que logo você tá querendo ganhar cidadania alemã. - Elisa brincou.

- Não é má ideia. - Maísa disse entrando na brincadeira. - Você poderia me apresentar alguém, né?

- Tá louca? - Elisa disse rapidamente. - Olha essa alemã aqui, tá querendo outro? - Elisa disse mostrando seu corpo todo. Maísa parou de respirar por alguns segundos, Elisa vestia um top preto e um shorts largo, nada mais, as lembranças de tocar aquele corpo, de deslizar seus lábios por aquela pele, as memória com certeza fizeram Maísa perder o
foco daquela conversa.

- Convencida. - Foi a única resposta que Maísa conseguiu dizer. - Meus melhores amigos querem te conhecer, disseram que se não gostarem de você, acabou sua vida.

- Bom, não vou tá indo no seu aniversário. - Elisa  disse prontamente.

- Eles vão gostar de você. - Maísa disse e Elisa levantou uma sobrancelha em dúvida.

- Tem tanta certeza assim?

- Óbvio. Eu gosto de você, eles também vão gostar. - Maísa disse sorrindo e Elisa a acompanhou, as garotas continuaram a conversa, Elisa contou sobre seu almoço e sobre como sua mae arrasava na cozinha, prometendo que um dia Maísa provaria da comida da mulher, nem se for para ganhar uma marmita da família Lins, mas de algum modo conheceria.

Maísa, por sua vez, contava sobre seus planos para o seu aniversário.

Primeira vez - Maísa SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora