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Elisa jogava uma partida no videogame com seu cunhado, Marco, Melissa os observava e ria das discussões que surgiam entre os dois.

- Pelo amor de Deus, isso é injusto. - Marco disse após um pênalti a favor de Elisa ser marcado, a garota se divertia. - Olha, não foi nada.

- Claro que foi, animal. - Elisa disse enquanto se ajeitava no sofá com um sorriso arteiro no rosto. O pênalti foi convertido e logo o jogo acabou, com vitória da garota e frustração de garoto.

- Amor, isso foi injusto. - Marco disse deitado sobre a namorada que fazia carinho em seus cabelos escuros.

- Qual é, vai chorar? - Elisa disse e recebeu alguns xingamentos.

- Tá com inveja que eu tenho namorada pra me dar carinho? - Marco disse agarrando a irmã da garota que apenas ria da situação, era sempre assim, os dois implicavam um com o outro, mas no fim gostavam muito de estarem na mesma família.

- Marco! - Melissa repreendeu o homem e Elisa revirou os olhos. - Um dia ela vai encontrar alguém certo.

- Eu sou seletiva, ok? - Elisa disse pegando o celular e vendo que Maísa havia lhe mandado mensagem, a garota abriu um sorriso sincero.

- Já achou. - Marco cutucou a mais nova que lhe deu dedo. Elisa lia que a brasileira a convidada para sua festa de aniversário, elas conversavam quase todos os dias, era impressionante que um mês após se separarem ainda mantinham contato. Elisa enviou sua resposta dizendo que iria, desde que Maísa aceite ir jantar com a garota em algum dia que ambas estiverem no Brasil.

Em São Paulo, Maísa sorriu com a resposta da alemã. Elisa parecia saber exatamente o que falar para derreter a cacheada.

- Não vai me dizer que tá sorrindo assim pra aquela lá. - Concon disse para Maísa que bloqueou a tela do celular. João Guilherme e Fernanda estava na casa de Maísa para beber e conversar sobre a vida, apenas ter um momento de paz em meio a correria do dia a dia.

- Não gosta da alemã, Fernanda? - João disse curioso e viu a morena dando ombros.

- Tem tudo pra dar errado, imagina a Maísa se apaixonando por alguém que mora na Alemanha, na Alemanha! - Fernanda disse inconformada e arrancou uma risada de João.

- Eu não tô apaixonada. - A cacheada disse em sua defesa.

- Ninguém disse que está, mas do jeito que tá sendo, logo com certeza vai. - Concon disse e João concordou com a garota. - Eu tenho um motivo bem concreto pra achar que vai dar terrivelmente errado, não é João?

- Ela é rica, capaz de vir ver a Maísa todo mês. - João disse sem muita importância. - Mas se bem que você ama contato, né? Então complica. - O garoto disse e Maísa deu ombros, ela não se importava, ela não estava apaixonada por Elisa e nem iria se apaixonar, ela sabia que seria impossível ter uma relação com alguém de tão longe, ela apenas queria uma amizade colorida com a garota, ou apenas amizade, qualquer opção parecia válida.

- Gente, isso nunca vai acontecer, nenhuma de nós quer isso. - Maísa disse e ambos fingiram concordar, era óbvio que nenhum dos amigos havia sentido firmeza em suas palavras. - Aliás, mês que vem você conhecem ela.

- Ela vai vir pro seu aniversário? - Fernanda disse e recebeu a resposta de Maísa com uma mexida de cabeça. - Puta que pariu, você não vai dar chance pra ninguém no seu aniversário, cadê a Maísa que distribuía beijos em seus aniversários?

- E quem disse isso? - Maísa perguntou indignada. - Ea só vai vir, como amiga, pronto.

- Se você não der um beijo nela na noite da festa do seu aniversário você pode pedir qualquer coisa que eu compro. - João disse e Fernanda esteve em seu lado na aposta. - E ficar com alguém.

- Pode se preparar pra me comprar um carro! - Maísa disse apertando a mão do garoto.

- Pode se preparar pra ser contrariada, a gente tá muito certo. - Fernanda disse e Maísa sabia que provavelmente perderia a aposta, ou não, era apenas não beijar ela naquela noite.

João e Fernanda continuavam sem ter muita fé na relação que se construía a base de ligações e mensagens de texto. Maísa sinceramente não se importava muito, ela apenas estava deixando
acontecer, mesmo que sentisse que não iria dar em nada aqui. Eles estavam fazendo chuva em um copo d'água.

Maísa realmente sentia falta da garota, sentia falta de ouvir ela explicar sobre seus quadros e duas novas ideias, de como a garota conhecia lugares escondidos que a brasileira nunca pensaria em entrar, como Elisa conseguia segurar sua mão sem ter medo que isso significasse algo a mais, Maísa gostava da maneira que Elisa agia, gostava como
ela era comunicativa e tratava todos bem, gostava de como o contato entre as duas aumentava quando estava em quatro paredes, mas a alemã não deixava de as conectar mesmo em público.

Maísa pensava que alemães eram frios, caretas e ríspidos, mas aquela alemã não tinha nada disso, Elisa era pra quente, aberta e gentil.

Enquanto, Elisa sabia que brasileiros eram simpáticos e sorridentes, mas não imaginava que encontraria um sorriso tão lindo, uma risada tão gostosa e uma conversa tão boa.

Era claro que ambas foram pegas de surpresa, colocadas em um local que não fazia sentindo para quem não viveu aquilo. Qual a necessidade de manter contato com uma garota que você conheceu na cafeteria? Não havia motivo, mas a companhia da outra era boa, fazia com que os dias fossem mais engraçados.

Maísa adorava quando Elisa gravava alguns segundos só que estava fazendo, Elisa adorava ouvir os áudios sobre como a brasileira estava feliz do apoio do público a sua série. Maísa gostava da maneira que Elisa a ouvia, ela conseguia abraçar a garota mesmo a quilômetros de distância, era impressionante a presença que Elisa tinha.

Primeira vez - Maísa SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora