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Elisa não se atrasou, para encontrar mulheres ela nunca se atrasa, seu problema é com homens, principalmente empresários. A garota vestia calças pretas largas, um moletom branco e uma jaqueta de couro por cima, além de claro, um tênis da adidas, já que Elisa tem relacionamento sério com a marca, suas amigas até brincam que no dia em que ela namorar vai gerar ciúmes. A garota avisou a cacheada que estava em frente ao hotel, logo recebendo uma resposta, mais rápido ainda vendo Maísa saindo pelas portas a sua frente.

A garota vestia um vestido preto, uma jaqueta de couro marrom acinzentado e uma bota preta, além de claro uma bolsa pendurada no ombro, Maísa tinha um gloss, alguns chicletes e um cartão, já que, mesmo que interpretasse como um encontro, não sabia ao certo como aquilo seria.

Elisa abriu um sorriso ao ver a garota, a cacheada, que tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo, caminhou calmamente até a alemã, dando lhe um beijo na bochecha.

- Estava pensando em te levar em um lugar furreca, mas com você vestida desse jeito não vai ter como. - Elisa disse olhando dos pés a cabeça de Maísa que riu com vergonha. - Você tá linda. - Elisa disse quando pousou os olhos nos de Maísa. A garota queria descobrir o que a brasileira queria.

Uma companhia, ou a sua companhia?

- Você não tá nada mal também, um pouco abaixo, claro, mas dá pro gasto. - Maísa disse fazendo graça e Elisa respirou fundo.

- Meu charme compensa, garanto. - Elisa disse.

- Acho que não, brasileiras são mais charmosas. - Maísa disse enquanto ajeitava a jaqueta da mais alta.

- Algum charme eu tenho, né? - Elisa disse arrumando o cabelo pra trás. - Me ligou e tá aqui comigo, um zero à esquerda não sou. - Elisa disse sorrindo convencida e Maísa negou.

- Precisava de uma tradutora. - Maísa disse dando ombros e Elisa riu.

- Sorte a sua que veio uma tradutora bonita, bem vestida, cheirosa e também guia turística. - Elisa disse e estendeu ao redor do seu corpo para que Maísa entrelaçasse seus braços, assim a brasileira fez.

- Realmente, tive sorte. - Maísa disse sorrindo tímida. - Onde vamos?

- Estava planejando realmente em um lugar simples, não sou muito fã de lugares chiques, mas agora, bem, eu não vou levar você lá. - Elisa disse enquanto as garotas andavam.

- Não, Elisa, me leve onde você quer ir.

- Não, eu quero ir pra praia, tá afim? - Elisa disse brincando pra brasileira que riu. - Tá vendo, vamos continuar em Paris, outro dia podemos ir de metrô pra algum país.

- Quer me sequestrar? - Maísa disse olhando para a garota que tinha as bochechas rosadas novamente por conta do vento. Maísa parou por alguns segundos, enquanto olhava pra garota, seus cabelos sendo movidos pelo vento, suas bochechas rosas. Era fofo.

- Nunca, tô afim de perder a liberdade não. - Elisa disse e parou de andar, parando na frente de um lugar iluminado por luzes amarelas e muito bem decorado. - Vem cá. - A alemã segurou a mão de Maísa firmemente e passou na frente de todos da fila.

As pessoas olharam para as duas com repúdio. Elisa não se importou e se aproximou do atendente, a garota pronunciou algumas palavras em alemão e o funcionário se comunicou por um rádio com o gerente, logo liberando Elisa para entrar, houveram algumas reclamações, mas a alemã pouco se importou, ela estava senda frente a frente de Maísa em pouco segundos.

- Você é filha de quem? Entrar assim como se fosse nada. - Maísa disse assim que o garçom saiu de perto delas.

- Minha madrinha é uma das donas daqui. - Elisa disse como se não fosse nada, era um dos restaurantes mais falados de Paris, Maísa estava assustada e a cada segundo pensava mais na possibilidade da garota ser uma super estrela da qual ela não sabe a existência.

- E você?

- Eu? - A garota disse desviando o olhar do cardápio e apontando pra si.

- Faz o que? - Maísa disse e Elisa coçou a nuca envergonhada.

- Depende, você quer saber da parte que eu ganho dinheiro ou da parte do amor? - Elisa disse e Maísa achou fofo a maneira que a garota disse, Maísa queria saber de ambas. - Hm, bom, trabalho pro meu pai, acho que escolhi o caminho mais fácil pra ter um emprego formal, mas sou boa no que faço, então, os dois tem ganhos.

- Mimadinha. - Maísa disse e Elisa fez uma careta.

- Eu sou artista plástica, não tenho muito reconhecimento, mas tenho alguns admiradores. - Elisa disse deixando Maísa incrédula, o que essa mulher não sabia fazer? - E você?

- Espera, me mostra agora algo que você fez. - Maísa disse um pouco mandona e Elisa apontou para trás da garota, havia um quadro, era uma pintura que imitava um tronco, porém as curvas do mesmo formavam animais em bandos. Maísa observou por algum tempo e depois se virou para a garota a sua frente que fazia o pedido ao garçom, a brasileira não havia nem percebido que aquela conversa havia se iniciado.

- É vegetariana? - A garota perguntou e Maísa negou. - Ótimo, espero que goste do que pedi.

- Vamos voltar pro assunto, você fez aquilo? - Maísa disse e Elisa concordou, ela sorria orgulhosa e Maísa sorria admirada. - Cacete.

- Foi a primeira obra que dei pra minha madrinha, ela gosta de expor meus trabalhos em seus negócios. - Maísa se sentia pequena perto dela, mas ao mesmo tempo Elisa tinha algo que fazia que tudo ficasse grande ao seu redor.

- Ela tem o que mais?

- Alguns restaurantes, bares, essas coisas, sabe? Ela fez gastronomia junto de minha mãe, a diferença é que ela cozinha bem, já a minha mãe quis ir pra faculdade pra saber temperar salada. - Elisa disse rindo e Maísa riu. - Você não me respondeu, você faz o que?

- Sou atriz. - Maísa disse e Elisa virou um pouco a cabeça enquanto sorria, a alemã também não esperava por essa.

- Quero todos os nomes de seus trabalhos, vou ver todos! - Elisa disse animada e Maísa negou.

- Para disso. - A cacheada disse envergonhada.

- Preciso aprender português melhor, poxa. - Elisa disse fazendo bico e Maísa não resistiu a rir da garota.

Primeira vez - Maísa SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora