Capítulo I (Primeiro Livro)

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✨Corrigido✨ 02/10/2024


Esse é minha primeira fanfic de All For The Game e eu estou completamente viciado nesses personagens, por isso não resisti. Eu precisava escrever essa ideia. Aqui vai ter algumas coisas diferentes dos acontecimentos dos livros, no começo vai ser mais ou menos tudo igual, mas acho que a partir do terceiro capitulo vocês já terão uma surpresa.

Obs: Talvez Andreil venha mais rápido nessa fic. Neil está um pouco "descaterizado", mas tem uma justificativa e ele ainda tem sua essência de boca de sacola.

Era isso. Obrigado e boa leitura.

Bjs, Alex.

*****

Neil é um idiota.

Ele sabe que é um completo idiota enquanto olha fixamente para a ponta brilhante do cigarro e inspira um pouco da fumaça acre do mesmo, sem sentir o breve prazer da nicotina. A fumaça o lembra de sua mãe, e, droga. Ele não deveria lembra dela. Pois lembrar dela é o mesmo que lembrar de todos os seus erros desde que eles se separaram. Lembrar dela é o mesmo que lembrar que ela morreu.

E isso era demais para o pequeno e frágil e muito estupido Abram - como sua mãe gostava de lhe chamar quando não estavam se escondendo entre as pessoas ou o fazendo se acostumar com uma nova identidade.

Mas para Neil, isso era infortúnio. Para Neil, isso era passado - ou assim ele se forçava a acreditar.

Neil sentiu seus pés pisando em um terreno arenoso e isso o fez arrepiar até os ossos. Ele ouviu a voz da sua mãe lhe amaldiçoando em todas as línguas que conhecia e puxando seus cabelos até seus olhos arderem. Ele sentiu a necessidade de gritar por perdão e implorar para ela parar, mas sua garganta estava seca para isso. Neil desviou o olhar para o céu, uma tentativa de abafar a voz da mulher mais importante de toda sua vida - não, da vida de Abram -, mas as estrelas estavam ofuscadas pelo brilho das luzes do estádio.

Ele se perguntou - não pela primeira vez - se sua mãe estaria o assistindo.

A questão fez sua garganta tremer e algo parecido com uma risada - só que mais seca - escapou de seus lábios rachados.

Mary nunca o olharia ali de cima. Não. Se ela estivesse o assistindo, ela estaria ao seu lado gritando em seus ouvidos ou mais abaixo, tentando arrastá-lo para o inferno junto com ela.

Em todo caso, Neil esperava que ela não estivesse o assistindo de nenhuma maneira. Sua mãe - seja no inferno ou como uma assombração - o espancaria ao vê-lo sentado e deprimido como estava no momento. Uma porta se abriu, grunhindo atrás dele, espantando seus pensamentos. Neil deu um pulo rápido e apertou a alça de sua mochila e, suavizando sua expressão, olhou para trás.

Treinador Hernandez fechou a porta do vestiário e se aproximou.

- Neil, garoto, então você estava aqui. - disse Hernandez e fez uma pausa, talvez dando oportunidade para Neil falar alguma coisa, mas sua fala não precisava de resposta, então Neil apenas acenou em reconhecimento.

Hernandez não pareceu se decepcionar e limpou a garganta.

- Não vi seus pais no jogo.

A resposta de Neil veio rápida:

- Eles não estão na cidade.

- Ainda ou outra vez?

Neil suavizou o aperto da mochila e encolheu os ombros, um gesto despreocupado.

Felizmente, nenhum dos dois; pensou ele. Mas ele nunca diria isso.

Seus professores já estavam cansados de ouvir a mesma desculpa sempre que o perguntavam sobre seus pais, mas era uma mentira tão fácil e clichê de ser usada. Isso explicava o motivo de ninguém jamais ter visto os Jostens pela cidade, e o porquê Neil era um pouco reservado. Afinal, ele era só um pobre garoto traumatizado pelos péssimos pais, o que, de certa forma, não estava errado.

I Need to Live, Not Survive - All for The GameOnde histórias criam vida. Descubra agora