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EMMA CONWAY

Eu estava um caco. Completamente estraçalhada, fragmentada. Quebrada. Totalmente partida em milhares de pedacinhos sem concerto e tentava, de uma forma inútil, cessar as lágrimas que ainda insistiam em cair dos meus olhos sem pausa.

Enquanto eu ia para casa com a minha bebê no meu colo e acariciando o seu pelo, meu choro silencioso era meu companheiro fiel junto da dor dilacerante que eu sentia esmagar o meu peito da forma mais cruel que era existente nesse mundo cheio de amargura.

Era angustiante saber que o bem mais precioso que existia na minha vida, seria tirado de mim da forma mais desumana possível. Saber que eu teria um tempo completamente limitado para passar ao lado de Muse, me deixava totalmente sem rumo.

Meu coração esmagava o meu tórax com uma força violenta; o tormento tomava todo o meu corpo deixando-me com um bloqueio na respiração e as mãos trêmulas. O ar estava entrando errado por conta da minha garganta fechada e isso só me deixava com mais pânico do que eu já estava.

Ao chegarmos na minha casa, Nolan ajudou-me a levá-la para dentro e colocá-la na sua caminha. Tentei dar um pouco de água e um mingau que James me receitou, mas minha cachorra apenas beliscou um pouquinho e não quis mais saber da comida líquida.

Mesmo sob os chamados de Nolan para que eu fosse deitar ou ocupar minha cabeça com alguma outra, eu não lhe dei ouvidos. Não queria sair de perto dela, não queria deixá-la sozinha ou apenas piscar e perder alguma coisa e encontrá-la... Balancei a cabeça em negativa quando esse pensamento passou pela minha cabeça.
Tive vontade de soltar uma risada sarcástica quando ele disse isso. Como que eu a deixaria ali, sem o meu apoio?

Meus músculos estavam todos resetados, doíam de tanta tensão acumulada. O sangue nas minhas veias não parecia circular corretamente e um zumbido irritante e insistente tilintava no meu crânio. Tortura seria uma boa forma de descrever pelo o que eu passava naquele momento.

Quando já estava anoitecendo, Nolan avisou que teria que ir embora, mas que havia deixado o jantar pronto e que tinha deixado guardado no microondas para que eu comesse mais tarde. Apesar de não querer ficar sozinha, agradeci por ele se preocupar em não me deixar com fome, porque, sendo sincera, eu não iria conseguir fazer nada para comer nesse estado.

Pensei em ligar para os meus pais, avisar o que estava acontecendo e contando o grau da Muse para que ficassem por dentro da situação, mas acabei desistindo. Dionísio e Giane não se importavam em me ligar para saber como estávamos, acho que nem me atenderiam caso eu tentasse algum contado.

Chorei ao ter que relembrar cada coisinha que o veterinário Marcos e o James haviam falado. Não soube como dormi naquela noite, acho que chorei tanto que havia chegado em um ponto de exaustão tão grande que apenas apaguei sem nem notar.

Na verdade, não saberia dizer como dormi ou vivi os dias que se passaram desde que eu havia a trazido de volta para casa. Ela continuava na mesma condição. Vomitou algumas vezes, defecou com sangue também e continuou bem quieta no seu cantinho, tentei levá-la para fora, mas foi em vão. Por isso optei por não força-la a fazer algo que não queria.

Não havia visto nenhuma pessoa habitante da casa ao lado por conta disso. Tinha me enfurnado dentro da minha própria casa, não saindo para nada e nem estava respondendo as mensagens insistentes que chegavam no meu celular. Nem mesmo as de Nolan.

ℰ𝓈𝒸𝑜𝓁𝒽𝒶 𝒞𝑒𝓇𝓉𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora