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JAMES GRIFFIN

— Temos uma emergência — Marcos avisou assim que eu o encontrei no corredor do HVG.

Continuei a andar em direção ao meu escritório enquanto ele vinha caminhando ao meu lado. Entrei e rapidamente retirei o paletó e coloquei o jaleco.

— O que houve? — Perguntei, já pegando a prancheta que ele me me estendia.

— Uma cachorra com quase dez anos. Os sintomas são: Letargia, algia, emagrecimento, diarreia com sangue e vômito. Encontrei caroços nas axilas e no pescoço.

— Fizeram um hemograma nela? — perguntei analisando alguns dos exames.

— Sim, está na próxima folha e as plaquetas estão muito acima do indicado.

— Qual o nome? — questionei tirando os olhos dos papéis que estava analisando o fitando.

— Muse — contou.

— Irei preparar uma ultrassonografia para ela. Peça para refazer o exame de sangue e me mantenha informado se tiver qualquer outra alteração — assentiu e rapidamente saiu da minha sala.

Continuei analisando alguns pontos importantes no prontuário, fazendo anotações vez ou outra, e terminei de pegar todos os meus matérias para finalmente sair da minha sala.

Encontrei Stephani, uma das técnicas em veterinária, terminando de retirar o sangue de Muse e avisei para que levasse até o laboratório para a análise.

— Sebastian, prepare a sala para o ultrassom, por favor — pedi para o outro técnico que terminava de organizar alguma bandeja no balcão.

Parei ao lado da cachorra e fiquei acariciando o seu pelo caramelizado por algum tempo, notando que vez ou outra dava uns espasmos.

— Espero fielmente que esses sintomas não seja o que eu esteja pensando — falei baixinho, mesmo sabendo que, apenas ao olhar algumas coisas no seu exame, seu estado não era nada bom. — Você parece uma boa garota...

Quando a sala para fazer a ultrassonografia ficou pronta, levei-a em uma maca para ir fazer o exame e, após fazer a tricotomia no lugar indicado e passar uma boa quantidade de gel, fiquei os próximos minutos passando o aparelho transdutor observando cada detalhe que aparecia no meu munitor. A Muse nem precisou de sonífero, anestesia ou a ajuda do técnico para ficar imobilizada, ela estava tão letárgica que mal se mexeu quando a coloquei na cama.

Mesmo que os exames estivessem bem claros sobre o resultado do que a cadela tinha, senti uma tristeza profunda ao ver aqueles resultados comprovados.

O redor das mamas estavam avermelhadas e havia alguns caroços nessa região, além da parte da axila e pescoço. E analisando a imagem do ultrassom na minha frente, o câncer de mama já havia se agravado causando uma metástase pulmonar e em boa parte dos ossos.

Era uma metástase bem avançada. O câncer havia tomado uma parte irreversível que nem uma cirurgia seria o indicado nessa situação, e pelo o que eu via na tela, ela teria um mês e meio, no máximo dois, de vida.

— Porra! Temos um grande problema. — falei quando a coloquei em uma área separada dos outros cães para que tivesse um sossego melhor.

ℰ𝓈𝒸𝑜𝓁𝒽𝒶 𝒞𝑒𝓇𝓉𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora