21.

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JAMES GRIFFIN

— Está quase na hora de irmos — Davis falou comigo assim que ficamos ele, Ethan e eu.

— Pois é... — comentei vagamente, meus olhos presos na interação nada costumeira entre Marcos e Emma.

Eles estavam na varanda, sozinhos, conversando sobre alguma coisa que parecia séria pelas suas expressões, mas não tanto por conta da linguagem corporal.

— Está olhando para eles como se fosse um maldito psicopata — Davis disse, olhando para mim como se eu fosse um louco e com uma cara de deboche bem nítida.

— O quê? — perguntei finalmente tirando os meus olhos dos dois e dando atenção a eles.

— Está com ciúmes? — Ethan arqueou uma sobrancelha.

— Que ciúmes, Ethan? Não viaja, porra — passei por ele indo pegar um pouco de café para acalmar meus ânimos.

Abri a garrafa, despejando o líquido preto na xícara, meus olhos foram novamente até os dois quando acabei e prendi a respiração quando Marcos lançou um daqueles sorrisos cafajestes na direção da minha vizinha. Ele estava dando em cima dela, porra? Na cara dura? Essa isso mesmo?

— Calma, James — ouvi a voz de Ethan. Ele me conhecia bem o suficiente para saber que eu estava ficando puto.

Beberiquei o líquido fumegante sem desviar o olhar e sentindo-o descer como areia misturada com vidro pela minha garganta. Nem a minha bebida favorita estava fazendo o seu devido trabalho direito.

— Acabará furando a cabeça do Marcos apenas com esse olhar na direção dele — Ethan insistiu em me provocar.

— Não cansam de serem chatos, porra? — murmurei vendo que Mia estava vindo na nossa direção.

— E você não cansa de ser mentiroso? Está se mordendo de ciúmes, admite — Davis riu da minha cara de ódio na sua direção.

— Papai — minha filha me chamou e eu a peguei no colo quando estendeu os braços na minha direção, agradecendo por ele vir e eu poder mudar de assunto. — Poque você tá com essa cala de blavo?

E lá se vai por água baixo a minha tentativa.
Ouvi a risada baixinha dos dois idiotas.

— Eu... — não sabia qual desculpa inventar. Minha cabeça parecia ter dado pane.

— Conta a ela, Griffin — Davis deu um tapinha no meu braço e se afastou, junto de Ethan, que me deu um daqueles olhares dele e deixando-me com a minha filha olhando para mim com a maior expressão de confusão no rosto.

— E então, papai? — insistiu.

Respirei de maneira profunda.
— Não é nada, filha, estou apenas cansado.

— Essa não é a sua cala de cansado — cruzou seus bracinho como se fosse adulta.

— Ah é? E como sabe disso, pacotinho?

— Poque a sua cala de cansado é diferente. Se palece com a que você chega do trabalho — explicou do seu jeitinho.

Arregalei um pouco os olhos impressionado por ela saber diferenciar as minhas expressões.

ℰ𝓈𝒸𝑜𝓁𝒽𝒶 𝒞𝑒𝓇𝓉𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora