ℰ𝓈𝒸𝑜𝓁𝒽𝒶 𝒞𝑒𝓇𝓉𝒶

16.

EMMA CONWAY

— Hoje foi incrível — falei para James quando se ofereceu para me trazer até a porta.

Tínhamos passado mais um dia brincando e conversando no nosso gramado como se não nos importássemos com nada além de nós. Diariamente tínhamos criado uma rotina da qual eu já não via mais fora da minha vida. Eles se inseriram no meu cotidiano sem ressalvas, rebobinando tudo.

— Foi mesmo — concordou com um meio sorriso.

James estava muito mais sorridente do que há um mês quando o conheci. O cara que parecia sombrio e recluso, se mostrou afetuoso, gentil e muito amoroso, surpreendendo-me.

Seus olhos estudaram o meu rosto inteiro. Correndo suas íris por cada cantinho do meu rosto com destreza e lentidão. Uma eletricidade percorreu o meu corpo e um arrepio instantâneo fez com que os meus pelinhos eriçarem e meu coração bombeasse forte contra o peito.

Era sempre assim. Todas as vezes que nossos olhos batiam um no outro, algo mudava na atmosfera. Desencadeando uma tensão gritante sobre nós que me tirava o ar e, vez ou outra, suspirar pela sua beleza arrebatadora.

Sabia que isso era errado. Que não deveria me sentir atraída por James, afinal, eu tinha namorado, um namorado de quem eu estava noiva. No entanto, como ser imune a um homem lindo como esse? Seus braços fortes cheios de veias saltadas que subia até os ombros e peitoral largo, deixava-me quente. O rosto com maxilar quadrado e forte, as sobrancelhas grossas sobre o olhar marcante e potente e o cabelo negro como a noite eram o combo completo da perdição.

Era difícil ser indiferente quando além de tudo era gentil comigo e desde o primeiro momento, eu ter sentido uma atração física atormentadora por ele.
E o que falar do sorriso? Não tinha nem palavras.

— Quando iremos marcar outro dia como esse? — Perguntei tentando focar em um assunto para dissipar a quantidade de tensão que se acumulava ao nosso redor.

Ele deu um passo à frente, extinguindo ainda mais todo o meu ar.
— Falando nisso... É aniversário da Bia esse final de semana, acho que ela já te contou.

— Sim, ela me chamou sim para ir, mas não sei se é uma boa ideia, não quero incomodar.

— Ela disse que você diria isso — soltou uma risada nasalada. — Foi por isso que ela pediu para mim vir reforçar o convite. Será na ilha Mojin e iremos até lá para comemorar

Arregalei um pouco os olhos.

— Meu Deus, eu ouvi falar muito de lá! Me disseram que tem uma das paisagens mais lindas dos Estados Unidos — contei, lembrando-me de que, por curiosidade, pesquisei na internet pelo lugar e vendo como era encantador e maravilhoso.

— Essa é a sua oportunidade de conhecer — falou, arrumando os ombros. — Ethan conseguiu uma folga dos shows pra ir conosco, assim como Davis, Nicolli e Marcos dos seus trabalhos. Assim como alguns amigos da minha irmã.

— E onde iremos ficar? — inquiri.

— Eu tenho uma casa lá com uma parte privativa da praia e meus amigos e eu sempre aproveitamos. Todos nós vamos na sexta à noite e seria muito bom te ter lá.

— Vocês ricos sempre se exibindo, não é? — impliquei de brincadeira.

Deu de ombros.
— Apenas gostamos de privacidade — falou. — E não é como se você também não tivesse dinheiro.