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EMMA CONWAY

Mia agarrou forte o pescoço do pai e suas perninhas prenderam a cintura do homem quando James passou por mim correndo e entrou com ela na água salgada.

— Tá gelada, papai! — gritou, tentando inutilmente sair do seu agarre, no entanto estava rindo da brincadeira.

— Não está! — respondeu, rindo também e afundando com a criança ainda mais.

Eu fiquei para trás, os observando. Apenas tinha colocado o meu pé quando veio uma onda e notei que não queria mais entrar no gelo desse mar, como uma boa covarde que era.

Quando estava decidida a voltar, James veio para a borda, colando Mia até onde cobria apenas os seus pés e caminhou rápido na minha direção com o sorriso mais sapeca e zombeteiro que uma pessoa poderia ter.

Meu primeiro instinto foi começar a andar para trás devagar, mas ele começou a correr e eu fiz o mesmo. Foi em vão, no entanto. Suas mãos pegaram as minhas e ele começou a me puxar de volta para a água.

— Não, James, não, não, não. Eu não vou entrar aí! Está congelando! — reclamei, tentando me soltar, só que ele não colaborava com seu aperto forte no meu pulso, que por incrível que pareça, não me machucava.

— Ah, mas você vai, sim — rebateu.

Mesmo sob os meus protestos, praticamente fui carregada por ele e, quando senti aquele líquido gélido, a única coisa que pensei em fazer foi voltar a correr, e foi exatamente o que eu fiz, principalmente quando este homem mandou a filha jogar água em mim.

Mas não consegui dar nem três passos para longe dele quando senti seus braços rodeando a minha cintura e ele voltar a me carregar para o mar. Assim que a água chegou na sua cintura, ele se abaixou, comigo ainda em seu colo e veio uma onda, molhando-nos inteiros.

Emergi rapidamente da água depois dele me soltar, abrindo a boca em choque e retirando meu cabelo grudado do rosto.
— Seu filho da...

— Ei, ei, ei — me interrompeu e apontou com o queixo para a sua filha que agora ele ia buscar. — Tem crianças presentes!

De repente, caí na gargalhada, eles se juntaram a mim e aproveitei o momento para jogar água neles. Eles não perderam tempo em me jogar de volta e do nada estávamos em uma guerrinha de quem molhava quem.

Corremos naquela água, nos derrubamos uns aos outros, jogamos água para o alto e rimos como se não houvesse amanhã. Nossa bolha particular era a única coisa que importava. A nossa felicidade em fazer aquela pequena algazarra era definitivamente mais necessitada do que ar para respirar e nem a água gelada foi capaz de nos parar.

Eu me sentia completa. Com eles, ali, naquele mar enquanto o resto do mundo fingia não existir, era onde eu me encontrava plenamente preenchida e feliz. Inteira.

O dia passou em um piscar de olhos. Comemos peixes e carnes diversas, bebi muitos copos de caipirinha, ficando levemente embriagada, conversei amenidades com todos eles e impliquei com as meninas e com os rapazes. Fiz muitos castelos de areia com as crianças.
Mia fez tranças no meu cabelo.
Daniel me ajudou a catar conchinhas.
E eu não conseguia parar de olhar para James em nenhum momento, assim como ele mantinha os seus em mim a todo instante.

ℰ𝓈𝒸𝑜𝓁𝒽𝒶 𝒞𝑒𝓇𝓉𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora