EMMA CONWAY
Era o dia do meu casamento. O dia que deveria ser o melhor dia da minha vida. Mas enquanto eu olhava para o vestido pendurando pelo reflexo do espelho, sentia que era o começo de um pesadelo.
Eu não tinha madrinhas escolhidas por mim, não tinha a decoração que desejava enfeitada na igreja, não usaria o vestido dos meus sonhos, nem o penteado, até mesmo os sapatos não eram os que eu queria.
Não sabia o que eu estava fazendo. Porque ainda continuava com a ideia de persistir com aquilo tudo sendo que, lá no fundo, eu sabia que eu só estava fazendo por um senso de obrigação.
A família Smith foi quem me acolheu quando tudo tinha dado errado na minha vida, quando, meus próprios pais me abandonaram e elas me deram esperanças de vir para uma cidade completamente nova e realizar o meu sonho de ser artista.
Eu já amei muito Nolan, já senti que ele era o amor da minha vida, mas olhando agora, no exato momento em que eu iria me casar com ele, sabia, lá no meu âmago, que eu não estava fazendo aquilo pelos motivos certos.
E pensar sobre isso me fazia lembrar de James, em como estar com ele parecia o certo, como parecia que eu tinha completado caso buraco mão tapado da minha vida, que tinha finalmente chegado onde sempre almejei.
Batidas na porta me fizeram sobressaltar no lugar por conta do barulho repentino e me levantei do banco em frente a penteadeira, caminhando a passos vagarosos até a porta, encontrando uma das mulheres responsáveis pela organização do casamento.
— Desculpe incomodar, senhorita, mas tenho uma entrega para você — e sem dizer mais nada, estendeu um envelope de papel claro na minha direção, deixando-me confusa e colocou na minha mão, dando-me as costas e saindo, sem mais nem menos.
Estranhando, fechei a porta em um baque seco, olhando para o objeto em minhas mãos com as sobrancelhas juntas, não entendo o que tinha acabado de acontecer.
Sentei-me novamente no banquinho, as lâmpadas fortes da penteadeira reluzindo no papel e brilhando o meu nome escrito com uma caligrafia bonita no externo.
Abri com movimentos lentos o envelope, encontrando lá dentro uma folha dobrada. Retirei, ainda mais devagar, com medo do que poderia estar escrito naquele papel.
Assim que desdobrei, reconheci de imediato de quem era. A lembrança daquela mesma caligrafia no dia em que essa pessoa escreveu um pequeno bilhete no primeiro dia em que dormiu na minha casa, deixando também uma linda mesa de café da manhã.
Meus olhos encheram sem nem mesmo ler o que estava escrito. A saudade de James apertando o meu peito, assim como a falta que sentia da sua filha, de Beatriz, dos seus amigos...
Respirei fundo, limpando uma lágrima fujona que escapou dos meus olhos. E abri totalmente a folha.
"Querida Emma,
Não sei nem porque estou escrevendo essa carta para você, não sei nem se verá ela antes de subir no altar, ou se apenas quando já tiver com uma aliança dourada no anelar esquerdo mostrando para o mundo que você é de outra pessoa, mas, não pude impedir meu coração de fazer o que ele implorou para mim.
Quero que saiba que essa não é uma carta de amor, por isso tentarei não ser clichê e nem tão dramático — apesar disso fazer parte de mim — e que também não é uma carta de despedida.
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ℰ𝓈𝒸𝑜𝓁𝒽𝒶 𝒞𝑒𝓇𝓉𝒶
RomanceEmma Conway e James Griffin. Duas pessoas que tinham suas vidas estáveis, apesar de todas as dificuldades que a vida lhes traziam, e nunca imaginaram que o destino pudesse fazer com que se encontrassem em meio a milhões de pessoas. Mas quando Emma v...