Amor platônico

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O som alto de uma sirene é o suficiente para faze-los pular de susto. Peter rapidamente desviou os olhos dos dela enquanto a atenção dele se voltavam para a viatura chegando cada vez mais perto dos dois. Foi quando perceberam que escolheram não só o pior lugar, como também o pior momento pra isso.

-É inacreditável que os dois sejam tão irresponsáveis assim - um dos policiais sai do carro e se aproxima de ambos, falando com severidade.

Peter revirou os olhos e o interrompeu no meio de sua palestra sobre o quão perigoso era que duas "crianças" tivessem escolhido paquerar em uma rua deserta no meio da noite.

-Ok, ok, você pode nos deixar em paz já, não é como se estivéssemos fazendo algo ilegal aqui. - Peter logo disse em um tom hostil.

No entanto, ao perceber que se ele continuasse falando merda, os dois poderiam até ser levados pra uma delegacia, Ren acerta sua costela com um murro e tenta tranquilizar a autoridade enquanto Peter reclama de dor atrás de si.

-Perdoe meu amigo, senhor policial... entendemos sua preocupação e estamos indo pra casa, não vamos causar um problema aqui...

-Tudo bem, então vão andando, não quero ver nenhum de vocês perambulando aqui mais uma vez. - ele bufou, então se voltou para dentro da viatura e continuou assistindo os dois até sumirem do seu campo de visão.

-Empata foda do caralho... - Peter murmurou pra si mesmo, ainda gemendo de dor enquanto se deixava ser arrastado pela menor.

-O que que cê disse? - ela ergueu as sobrancelhas, perguntando de novo pra ter certeza de que escutou certo.

-Nada...! - ele desviou o olhar enquanto bufava, corando feito louco.

Ren não pode segurar uma risadinha devido seu rubor e frustração.

-Você se faz de durão, mas na verdade é tão tímido - ela brinca.

Peter não gostou da brincadeira, embora, por algum motivo, não conseguisse ficar com raiva. Era mais por ele odiar o fato de se sentir nervoso com algo tão estúpido, visto que suas mãos sequer estavam dadas, Renée estava o segurando pelo pulso.

-Cala a boca... - ele suspirou, depois de sua voz ter saído baixa quando ele tentou soar ríspido.

-Bom... chegamos. Tem certeza de que você vai voltar a essa hora? tá realmente tarde... - Ren comenta como se passar a noite em sua casa fosse uma opção, mas não era.

-Sim... eu vou voltar agora. Nem é tão longe, então... nem faz tanta dif... eu vou voltar ja, já vou! - Peter começou a gaguejar, então rosnou e deu meia volta rapidamente.

-Me dá algum sinal de vida quando chegar em casa! - Renée gritou pra ele, que já estava em uma distância considerável.

Então ele parou de andar. Quando olhou pra trás, Ren já havia entrado em casa e Peter estava se sentindo ainda mais ansioso quando distanciaram-se. Então ele deu meia volta.

-Eu cheguei em casa. - ele digitou. - te dei um sinal de vida, tá feliz?

Renée estava a sentir uma mistura de emoções fortes por conta de tudo que rolou. Só o fato de ele a ter permitido se aproximar o suficiente pra dar um beijinho em sua bochecha já a fazia dar pulinhos de alegria dentro do banho. Ela precisou de um tempo pra se acalmar antes de pensar em algo racional pra responde-lo, mas desistiu de tentar usar palavras.

-🤗🤗.

-Eu não tenho certeza do porquê você enviou este emoji, mas eu vou interpretar isso como um sinal de que você gosta de mim, certo? - Ele respondeu rapidamente com leve sarcasmo, porém, não pôde evitar sentir que estava realmente ficando bastante animado com a ideia dos dois serem um pouco mais do que apenas amigos agora.

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