As fronteiras que nos unem

XVI. Sequestro - Parte I

Esse capítulo vai ser dividido em duas partes (só porque eu gosto de fazer suspense mesmo). Espero que estejam prontos para fortes emoções, pois um homem corno é capaz de tudo, viu?

A música de hoje é Rolling In The Deep - Adele, no momento indicado. (Link da playlist no Twitter @_gabtt_).

Sem mais delongas, bora lá!

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O carro rasgou pela estrada, deixando para trás uma nuvem de poeira que pairava no ar. No banco de trás, Simone lutava contra as amarras que a mantinham presa, seus olhos vendados tentavam se abrir em puro terror enquanto sentia a presença dos homens à sua volta.

Simone se perguntava o que estava acontecendo e o porquê daquilo. Só podia ser por dinheiro, pelo que mais seria? O carro se movimentava bruscamente com frequência, denunciando que estavam passando por uma estrada irregular, ou seja, longe da cidade.

Quase uma hora depois, Simone sentiu o carro parar e um dos homens puxar sua venda com força, fazendo o clarão do lugar desconhecido incomodar sua visão. Simone notou que parecia se tratar de uma espécie de galpão abandonado e sem qualquer vizinhança, apenas areia e alguns poucos vegetais espalhados por ali.

Os homens mascarados puxaram Simone para fora do carro com uma certa intensidade, fazendo ela desequilibrar e cair na areia. Um dos homens repreendeu os outros com o olhar e a levantou, em seguida, levou-a até a entrada do galpão.

O galpão era escuro e quase insalubre, sem muitas aberturas, era improvável que alguém conseguisse fugir dali sem ajuda, ainda mais com três homens extremamente fortes lhe vigiando.

Simone foi colocada em uma cadeira no centro do galpão e teve suas mãos desamarradas apenas para que pudesse tomar uma água que um dos homens havia lhe dado. Logo em seguida seus pulsos foram amarrados na própria cadeira.

— O que vocês querem de mim? — Simone questionou e não obteve resposta. — Respondam!

Entendeu que os homens não lhe diriam nada, certamente por serem apenas peões naquele jogo. Outra pessoa estava por trás, obviamente. Só não entendia quem e muito menos o porquê.

Os homens pareciam impacientes, desconfiados. Vez ou outra olhavam para Simone e se entreolhavam, como se conversassem por telepatia.

Alguns instantes se passaram e o celular de um dos homens tocou. Rapidamente o homem saiu para fora do galpão para atender a ligação enquanto os outros dois ficaram ali vigiando a libanesa.

Enquanto se mantinha na ligação, Felipe dirigia até o endereço dito pelo homem, onde finalmente ficaria frente a frente com Simone. Seu rosto estava em um misto de raiva e excitação pela adrenalina. Seus olhos brilhavam intensamente enquanto acelerava ainda mais o carro.

Quando ele finalmente chegou ao local e entrou no galpão, viu Simone sentada na cadeira com os olhos cheios de medo e confusão ao observar sua chegada. Um sorriso diabólico curvou os lábios de Felipe ao ver que tinha causado exatamente a sensação que queria.

— Surpresa! Aposto que você não esperava me ver aqui. — Felipe disse com a voz carregada de ameaça enquanto se aproximava.

Simone engoliu em seco, seus olhos queimavam de puro terror encarando os olhos de Felipe. Já imaginava saber o porquê de tudo aquilo, dado todo o contexto, mas precisava ser cautelosa.

— O que está acontecendo, Felipe? Que droga é essa? — Simone questionou e Felipe gargalhou.

— Qui drigui i issi? Chata! Insuportável! Realmente não sei o que a Soraya viu em você. — Felipe disse. — Quer saber o que está acontecendo? Está acontecendo que você está vivendo as últimas horas da sua vida, Simone Nassar.