LORENZO VALENTINI
Eu podia sentir o calor intenso das chamas ao nosso redor, a fumaça sufocante enchendo meus pulmões e dificultando minha respiração. Kyara estava pesada em meus braços, seu corpo frágil e inerte. Eu sabia que não podia desistir, eu precisava tirá-la dali, independente do que acontecesse.
Corri em meio aos carros em chamas, desviando das labaredas que pareciam dançar em minha direção. Minha mente estava em total alerta, focado apenas em encontrar uma saída, em encontrar um caminho para a segurança. A cada passo que dávamos, o fogo parecia se aproximar cada vez mais, como se estivesse nos cercando por todos os lados.
Meus olhos lacrimejavam por conta da fumaça, minha pele ardia com o calor insuportável. Mas eu não podia parar, não podia fraquejar. Kyara era minha vida, minha razão de viver. Eu não podia perdê-la, não ali, não daquela forma.
Finalmente encontrei uma saída, quando o ar puro me encontrou respirei fundo. Coloquei Kyara no chão, ajoelhando-me ao seu lado.
— Amor abre os olhos — Passei a mão em seu rosto.
Mas ela não reagia, e meu desespero só aumentava.
— Senhor — Uns dos meus seguranças vem correndo até a mim.
— Chama um ambulância — Grito.
— Já chamei.
Logo os outros seguranças estava ao meu redor. Quando a ambulância chegou, os paramédicos colocaram Kyara no oxigênio.
— O senhor precisa de assistência — Um homem da equipe disse, olhando meu braço.
— Minha esposa primeiro.
— Mas…
— Minha esposa primeiro — Digo entre os dentes.
Ele sai da minha frente, e eu entro na ambulância e vamos para o hospital. No meio do caminho, Kyara acorda tossindo. Kyara olhou para mim com olhos assustados, tossindo e tentando recuperar o fôlego. Segurei sua mão com força.
Chegando ao hospital, Kyara foi levada imediatamente para a sala de emergência, enquanto fui levado para ser examinado também. Eles queriam me colocar no oxigênio, mas mandei todos para puta que pariu. Fizeram um curativo no tiro que levei, e fui liberado. Fiquei na sala de espera, os minutos pareciam horas, até que finalmente um médico saiu para falar comigo.
— Senhor, sua esposa está estável, mas ela inalou uma grande quantidade de fumaça. Vamos mantê-la em observação por algumas horas, mas parece que ela vai se recuperar.
As palavras do médico trouxeram um alívio momentâneo para mim.
— Quero ver ela agora.
Ele assente e me leva até o quarto.
Kyara estava com os olhos fechados quando entro no quarto, mas quando fecho a porta ela abre os olhos.
— Ei, anjo. Você está bem?
Ela balança a cabeça confirmando.
— Você…
Sua voz sai rouca e fraca.
— Estou bem, não se preocupe.
Dou um beijo em sua testa.
— Já volto. Prometo não demorar.
Saio do quarto, e vejo meus seguranças.
— Seu celular.
Um deles me entregar o aparelho.
— Greg?
— Está te esperando.
— Fique aqui.
Digo olhando para uns dos homens.
Vou para sala de espera, onde Greg esta.
Quando entro na sala ele me olha nervoso.
— Como sua esposa está?
— Em uma cama de hospital, respirando com com ajuda de oxigênio. Como essa porra aconteceu?
— Eu não sei.
— Eu sei da metade. Um filho da puta do caralho tentou matar minha esposa. Mas eu não sei o porquê, ou como ele conseguiu fazer tudo que fez.
— Meus homens não encontraram nada. Nem no prédio que o atirador ficou. Mas como sabe que o alvo era sua esposa?
— Ele só mirou nela. Teve várias oportunidades para mirar em mim, mas não fez. A cidade e sua, então você tem 48 horas para me dá alguma coisa, se até lá não tiver nada, farei da minha forma. A linda cidade de Miami não será tão linda assim quanto eu terminar. Quero o nome da pessoa que devo matar Greg.
— Farei o que puder para achar o culpado.
— A última pessoa que fez mal a minha esposa está queimado no inferno. Já tem outra que logo terá o mesmo destino. A minha paciência para essa merda toda acabou. Tentar me matar eu nem ligo muito, mas tentar matar minha esposa, eu sou capaz de colocar uma cidade abaixo. É isso que acontecerá aqui se não encontrar nada.
Saio da sala com meu celular tocando, vejo o nome do meu irmão na tela.
Atendo a chamada.
— Lorenzo, que porra que aconteceu?
— Não tenho tempo de explicar nada agora, Matteo. Quando volta conversamos.
Digo e encerro a chamada.
— Suas roupas.
O segurança me entrega um bolsa com roupas limpas.
Arrumo um lugar para tomar um banho e trocar de roupas e volto para o quarto.
Quando entro, o médico está conversando com Kyara.
— Esta tudo bem?
Questiono encarando o médico.
— Sim, ela está bem. Fiz alguns exames, e está tudo bem com ela.
Olho para Kyara, que encarar suas mãos.
Quando o médico vou até a cama, quando chego perto, lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto.
— Está tudo bem. Você ficará.
Enxugo suas lágrimas.
— Amanhã vamos voltar para casa.
— Tá — Ela diz com a voz embargada.
Beijo sua testa, ela acaba chorando mais.
Ela acabou dormindo. Mas eu não.
Uma coisa eu tinha certeza, não era Leonel que estava por trás disso.
Assim que amanheceu, o médico veio da alta para Kyara.
— Vou pedir para enfermeira vim tirar os acessos.
Assim que a enfermeira saiu, entreguei uma bolsa para Kyara.
— Suas roupas.
— Obrigada — Ela dá um pequeno sorriso.
Vou até a porta e tranco para ninguém entrar de repente.
Kyara tira a roupa do hospital ficando nua. Tinha roxos em sua costa.
Chego perto dela, tocando sua pele.
— Dói?
— Não muito.
Quando ela vai se abaixa para colocar a calcinha, ela faz uma careta de dor.
— Deixa que te ajudo.
Pego a calcinha e abaixo. Ela coloca os pés em cada lado e eu subo, colocando ela.
— Nunca pensei que estaria colocando uma calcinha em você. Estou a costumado a tirar não a colocar.
Dou um selinho nela, arrancando um sorriso.
Depois ajudo a abotoar o sutiã. Por último colocar seus sapatos.
Fomos direto para o jato. Kyara foi se deitar enquanto fiquei conversando com Nathan pelo celular.
— Não achei nada nas câmeras, nada suspeito.
Nathan diz.
— Quero os nomes de todos que estavam na festa, e no hotel.
— Está bem. Até agora não recebi as imagens do prédio, quando receber te ligo.
Encerro a ligação.
Mesmo tendo um suspeito, preciso verificar tudo.
Se realmente for ele, dessa vez não deixarei somente uma cicatriz
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LORENZO VALENTINI- MÁFIA 'NDRANGHETA
RomanceSINOPSE Eu tive uma criação baseada em dor, era um produto de dor e mais dor. A escuridão era tudo que eu podia ver, era até ofuscante. Mas algo que me apavorava era o fogo... ele consumia tudo o que tocava, e ele me tocou também. E então, ele me c...