CAPÍTULO 62

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              LORENZO VALENTINI

Olhei para Matteo, que está paralisado. Sei oque estava passando em sua cabeça. Tudo que o fodido do nosso pai fez com a gente. A mesma merda aconteceu comigo quando eu o vi. Todas as surras, mesmo eu sendo uma criança. Todas as cenas que vi ele fazendo com a nossa mãe. Tudo que ele nos fez fazer, nos obrigou. E toda a raiva que pensamos que era enorme, aumenta mais ainda. Parecia que explodiria.

Alessandro se aproximou lentamente, seus olhos buscando os nossos, como se quisesse nos queimar com seu olhar. Eu me perguntei o que ele queria, porque tinha aparecido de repente depois de tanto tempo sem dar sinal de vida. Matteo permaneceu em silêncio, observando cada movimento do pai com atenção.

— É bom, está de volta.
Alessandro diz dando um sorriso mordaz para mim e Matteo. 

Todos na sala estavam perplexos, o olhando.
Não… esse caralho não morreu.

— Mas como? 

Um dos capo questionou, de boca aberta. 

— Será uma longa reunião, senhores. 
Alessandro diz se sentado de frente para Matteo. Que não tirava os olhos dele.

— Sofri um atentado. 
Ele disse.

Todos se olharam.

— Quase morri. Mas alguém leal me ajudou. Fiquei em coma por quase um ano. Depois que acordei tive que me recuperar. Não consegui totalmente, como podem ver. 

Ele levantou a bengala. 

— Que foi? Não podemos deixar isso assim.
O outro capo diz indignado.

Filhos da puta.

— Um russo filho da puta. Mas soube que meu filho já acabou com eles.

Como?
Que merda ele estava fazendo?

Ele olhou para Matteo, e depois para minha.

— Mesmo não sabendo de tudo vingou o pai de certa forma. Mas agora estou de volta.

Os desgraçados sorriram.

— Como vão ficar as coisas? — Gabriel  Cavalieri perguntou.

— Meu filho está fazendo um ótimo trabalho. A 'Ndrangheta continua sendo a realeza do submundo. Ninguém pode contra nós. Meus filhos já demonstraram isso. Só estarei aqui para ajudá-los. 

As mãos estavam fechadas em punho. Suas mãos estavam brancas, de tanta forma que ele fazia.

— Já sabiam que ele estava vivo?
Gabriel questionou.

— Não. Eles não sabiam — Alessandro respondeu.

— Pelas caras deles, e claro que não sabiam — Sebastian capo de Washington disse.

— Temos que comemorar!
Um disse, e todos concordaram.

— Uma grande festa — Alessandro disse.
Ele nos olhou.

— Saudade da minha esposa e filhos. Agora tenho noras, e netos. Mas uma coisa para comemorar. 
Sua voz suave contrastando com sua expressão maligna.

Eu e Matteo ficamos calados, enquanto conversavam. Alessandro dispensou todos, ficando só nós três. 

Assim que a porta se fechou com o último a sair, o ar ficou sufocante. A sala diminuiu. 

— Qual é a da vez? 
Questionei acabado com o silêncio. 

Alessandro riu.

— Só estou tomando o quê é meu. 

— Você quer a porra da cadeira. 

— Não. A organização está em boas mãos. Tive observando tudo durante esses anos. Vocês me surpreenderam. Pensei que seriam fracos, uns merdas. 

— Tivemos um ótimo professor — Matteo diz sorrindo de lado — Sei o que esta fazendo pai. Mas você cometeu um erro. Você está no nosso território. Você não nos controlar mais. Seu projeto de Frankenstein deu certo. Você criou monstros, que vão devorá-lo. 

Matteo se levantou. 

— Não chega perto da minha família. Se chegar, mato você, na frente de todos. Estouro sua cabeça bem na cara desses filhos da puta. A 'Ndrangheta não é sua e minha.

Ele chegou mais perto dele.

— Se eu quiser te fodo a qualquer momento. Esqueço esse joguinho. E nem vem achando que alguém pode fazer alguma coisa contra mim, porque não podem. Lembra o que nos ensinou?
O mundo é nosso, todos estão de baixo dos nossos pés. A porra do mundo está de baixo dos meus pés. No meu mundo eu sou um deus, e você está no meu mundo. Sua vida me pertence, na hora que eu quiser eu a tiro de você. 

Ele abotoar o termo e sai da sala.

— Bem-vindo ao nosso mundo, papai.

Digo sorrindo saindo da sala.

Eu e Matteo fomos para boate, já que estava fechada.

A primeira coisa que ele fez quando chegou na sala foi tacar um vaso de decoração na parede.

— Só me faltava essa, ele querer brincar de casinha. 

Me sento e observo meu irmão furioso. 
Ele me encara. 

— Que porra Lorenzo! Por que está tão tranquilo?

— Sempre fui o mais tranquilo de nós dois. Não vai adiantar em nada quebrar tudo, o gritar. Não mudará em nada Matteo. Ele não fará nada, por hora. Ele que nos amedrontar, fode com a nossa cabeça. Tê-lo, por perto tem um lado bom, podemos vigiá-lo, e será mais fácil de saber o que ele está planejando. 

— Você tem razão. Pensei que ele iria dizer que foi você que quase o matou.

Sorrio.

— Aquele desgraçado não ia acabar com tudo assim. Ele que brincar com nós, só quando cansar, aí sim. Tentará mandar nós dois para o inferno. 

— Vamos fazer isso primeiro. Desça vez com um tiro na cara.

Ele respira fundo, passando a mão pelo cabelo com raiva.

— Nossa mãe. 

— Ele vai querer ela de volta.

— Um caralho que vai ter.

— Tem essa merda de festa. 

Meu saco.

— Temos que ir — Digo com desgosto. 

— Ele vai querer todos lá. 

— A Mia está viajando, então vai continuar assim. Giulia e Ethan vão estar gripados, então Emma não poderá ir. E Kyara está grávida, e passando mal — Falo.

— Mas a nossa mãe?

— Temos que dar um jeito. Ela não pode ficar mais sozinha. 

— Vou mandar buscá-la. Ela ficará comigo até isso acabar. 

Assinto.

Na casa dela Alessandro entraria facilmente, mas nas nossas casas ele não entraria. Não pela porta da frente. 

— Se ele chegar perto da minha casa, os seguranças vão ter ordens para atirar, descarregar as armas nele — Digo.

— Farei o mesmo. 

O lado ruim de tê-lo por perto, é que vou vê-lo com frequência. Olhar para ele me faz lembrar de tudo. Todas as sensações que senti, todas as dores que sentir, tudo vem a tona. Tudo que deixei para trás, volta com mais força.






LORENZO VALENTINI- MÁFIA 'NDRANGHETA Onde histórias criam vida. Descubra agora