CAPÍTULO 72

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                LORENZO VALENTINI

Vingança era algo que te consumia, assim como o ódio e a raiva. Esses sentimentos tomavam o controle de seu corpo; sua vida era movida por eles. Enquanto seu desejo de vingança não fosse saciado, ele não pararia.
Enquanto eu não tiver o sangue do meu pai em minhas mãos e seu corpo sem vida aos meus pés, não iria parar.

— O hospital está completamente cercado por soldados, e Nathan está lá.
Disse para Matteo.

Antes de sair do hospital, eu o deixei seguro e coloquei Nathan no quarto. E três soldados na porta.

— Ele vai tentar fazer algo com elas — Alertou Santiago.

Matteo, Nicolo, Santiago e eu estávamos reunidos, planejando algo para acabar com o nosso pai.

— Temos que agir logo — Ponderou Nicolo — Mas precisamos ter cuidado.

Se descobrirem que estamos tramando contra a vida dele, seremos condenados à morte.

Uma das leis mais antigas e rígidas da nossa organização é que atentar contra a vida de um dos nossos resulta em punição capital. Não importa quem você seja; a sentença é a mesma.
Olhei para Matteo.

— A ‘Ndrangheta pertence a quem? — questionei.

— A nós — Ele respondeu sem hesitar.

— Nossa casa está infestada de ratos. É hora da dedetização.
Ele sorriu.

— Faça as honras, irmão —Abri um sorriso enorme.
Nicolo franziu a testa.

— E o que você fará?

— A ‘Ndrangheta é nossa tio, nossa casa. E quem na casa é o dono, não as visitas. E visitas indesejáveis, colocamos para fora.
Olho para Santiago.

— Convoque uma reunião com o conselho.
Ele assente.

— Qual o tema dessa reunião?
Nicolo pergunta.

— A sobrevivência deles.

Santiago marcou a reunião com o concelho. Quando entrei na sala todos estavam presentes. Santiago marcou a reunião com o conselho. Quando entrei na sala, todos estavam presentes.

— Cadê o Don? — perguntou Gabriel Cavalieri.

Me sentei na cadeira que era ocupada por Matteo.

— Não virá. A reunião será comigo.

— Então vamos logo com isso — disse Sebastian, de forma grosseira.

— Vai ser rápido. Também não quero demorar. Minha filha nasceu e está no hospital com a minha esposa. Não posso ficar muito tempo longe delas.

— Meus parabéns. Espero que elas estejam bem — disse Henrique Viana, com um meio sorriso.

Ele era um senhor de 72 anos. Meu pai estava planejando a aposentadoria dele, sete palmos abaixo da terra, antes de tudo acontecer. Henrique era contra muitas coisas que Alessandro queria fazer.

— Elas estão — respondi.

Olhei para os 11 homens sentados ao redor da mesa de madeira escura.

— É simples. Vou fazer uma pergunta e só quero saber a opinião de vocês.

— Faça — disse Gabriel.

— Meu pai, quem o quer de volta à cadeira?

— Como? — questionou Henrique, me olhando confuso.

— Todos viram que meu pai está perfeitamente bem o suficiente para estar à frente da nossa organização. Se todos concordarem.

— Se não tivesse acontecido esse absurdo, ele estaria até hoje comandando tudo — disse Sebastian.

Todos concordaram, menos Henrique, que ficou calado e sério.

— Alessandro é o melhor para a organização. Digamos que amolecemos em alguns aspectos com seu irmão — sorri.

— Henrique? — olhei para ele, que parecia um pouco temeroso.

— Já que não concordou, pode ir. O que for decidido será anunciado depois para todos.

Ele acenou com a cabeça e se levantou, saindo da sala.

Quando a porta se fechou, olhei para os outros 10 homens com um sorriso satisfeito no rosto. Recostei-me na cadeira, cruzando os braços.

— Sabe, meu pai mentiu quando disse o que tinha acontecido com ele.
Todos me encararam.

— Fui eu quem tentou matá-lo. Deveria ter atirado no meio da cara dele — disse, com raiva de mim mesmo.

Sebastian se levantou abruptamente.

— Senta — apontei uma arma para ele.

— Você é um homem morto. E sua esposa e filha terão o mesmo destino — disse ele entre os dentes.

— Vocês não são nada, Sebastian. A ‘Ndrangheta é minha e de Matteo. Quem manda nessa porra somos nós. Vocês são apenas um bando de ratos que estão me incomodando muito. Minha filha acabou de nascer, e quero que, quando ela sair do hospital, venha para uma casa limpa. E eu vou limpar a casa para ela, sem ratos.
Levantei-me.

— O conselho da ‘Ndrangheta acabou.
Uma fumaça começou a sair dos dutos de ventilação.

— Nos vemos no inferno.

Abri a porta e saí, trancando-a. Eles começaram a bater na porta, gritando.
Coloquei gás de sulfeto de hidrogênio na sala, um gás letal.

Saí do prédio e acessei as câmeras da sala. Pelas câmeras, vi os velhos agonizando; dois já estavam mortos. Quando o último caiu, acionei a bomba.

Tudo explodiu. Fiquei um tempo parado, olhando as chamas.
Meu celular tocou, e vi o nome de Matteo na tela.

O que você fez? — ele perguntou.

Não havia contado a ninguém o que eu iria fazer.
Abri um sorriso.

— Matei o conselho. Estão queimando.

Isso nem era metade do que eu era capaz de fazer pela minha mulher e minha filha.

LORENZO VALENTINI- MÁFIA 'NDRANGHETA Onde histórias criam vida. Descubra agora