Simon Riley - 𝔇𝔢𝔳𝔦𝔩'𝔰 𝔈𝔶𝔢𝔰

C a p í t u l o 10

A escuridão caía sobre a cidade de La Muerte, a pista se iluminava com os faróis dos carros que passavam velozes de um lado para o outro, dando vida aquela estrada deserta e cheias de corpos multilados que serviam de aviso para não ultrapassar.

A à medida que a noite avançava, os outros carros gradualmente desapareciam, deixando apenas o Porsche solitário na pista carregando consigo as presenças conturbadas que acabará de sair do olho do tornado.

Chegando a uma encruzilhada, Jones diminuiu a velocidade e virou em uma entrada lateral, desaparecendo da pista, o lugar era deserto, só havia matos altos que balançavam de acordo com o vento gélido.

Soap estava com sua cabeça encostada na janela, sentindo o vento em seu rosto, da mesma forma que Price estava do outro lado, ambos permaneciam em silêncio, suas expressões tensas, recordavam das torturas que sofreram, as lembranças vívidas ecoando em suas mentes como cicatrizes que nunca sairiam da pele, Jones dirigia de uma maneira tão calma que fazia ambos fecharem os olhos e voltarem naqueles momentos.

Já Selene demonstrava-se aflita, sua mente em alerta máximo após o encontro com o homem que tanto a assombrava, imaginou que nunca mais o veria, e o se recordar daquele sorriso distorcido, a mulher ouvia gritos femininos em sua própria mente, a fazendo fechar os olhos e por as mãos nos ouvidos buscando abafar as vozes. Contudo, as lembranças dos toques e beijos de Simon em seu corpo a trazia um conforto momentâneo ao seu coração inquieto.

O tenente não demonstrava muita coisa, a máscara pequena se mantia em seu rosto enquanto ele olhava para a estrada a frente, tão calma e quieta, como ele estava, mas por dentro, estava tudo turbulento.

Nunca imaginou que chegaria a um ponto em que suas emoções falariam mais alto que sua própria noção. Sentia-se dentro de uma teia de desejos proibidos, além de se sentir atraído pela mulher que jurava para si mesmo odiar, tê-la tocado não foi o suficiente, ele queria mais, sentir o calor do corpo dela sobre o dele e o sabor venenoso de seus lábios que tanto o provocavam com palavras.

— Chegamos — Jones disse, todos encararam o enorme prédio a sua frente, assim que ele estacionou na garagem, ouviu o celular tocar e saiu logo para atender.

O restante, inquietos, saíram de dentro do carro e foram para dentro, Soap e Price se ajudavam a caminhar, deveriam ir direto a enfermaria tratar rapidamente dos ferimentos, Selene havia contratado um médico para ficar ali 24 horas por dias, ela estava pagando o dobro que ele recebia, o que era uma oferta mais do que legível.

Alejandro os esperava na porta, o rosto aliviado por todos estarem bem, seu olhar percorreu Selene que estava com as mãos trêmulas, a mesma passou reto dele sem se importar com seu olhar preocupado, o mesmo encarou Simon que desviou o olhar.

— Que bom que estão todos bem — disse, se virando — Alguma novidade sobre a missão?

— Tentaram nos matar no processo — respondeu Simon, se sentando no sofá, vendo Soap e Price com auxílio do médico irem até a sala — Soap foi sequestrado e acabou sendo torturado no processo, Price foi achado completamente fodido.

Alejandro riu.

— Deveria ter um linguajar mais apropriado para esse tipo de situação — cruzou os braços, encostando-se na parede — E a Selene? Como ela se saiu?

— Ela colaborou bastante — olhou em volta buscando a mulher que não estava em nenhum canto — Ajudou com o resgate e matou alguns caras junto comigo.

— Humm, vejo que vocês estão se dando bem — sorriu levemente, Simon arqueou as sombrancelhas pela comentário que ele achou maldoso — Se for tranquilo, ela também será tranquila, isso que é parceiria.