Simon Riley - 𝔇𝔢𝔳𝔦𝔩'𝔰 𝔈𝔶𝔢𝔰

C a p í t u l o 13

Tamborilando seus dedos freneticamente na superfície da mesa, Selene estava imersa em seus pensamentos enquanto Alejandro dizia as estratégias para um novo plano.  O espaço é iluminado por delicadas lâmpadas pendentes em forma de flores, que proporcionam sombras nas unhas de Selene sob a mesa.

Particularmente ela estava pouco se importando com o que ele dizia, e segundamente, não importava, ela faria outra coisa, ofuscando as ordens dele totalmente seguindo um rumo diferente.

Enquanto Simon ficava com desgosto de suas atitudes — as quais ninguém podia controlar.

— Devido ao último ataque, temos que ter estratégias para a próxima vez que sairmos pelas ruas, estávamos colocando a vida de civis em risco na última vez, e isso não ocorrerá novamente — ele falava.

O tenente encarava Selene atrás da balaclava, encostado de braços cruzados no balcão de pedra bege que percorria boa parte da cozinha, ele sentia que ela também estava o encarando e isso alimentou mais ainda seu ódio, pois ele sequer sabia como ela o olhava, qual expressão utilizava para ele.

— Contudo, a discrição vai ser a mais útil no momento, quando formos sair para comprar algo, estaremos com outras coisas para não sermos identificados, os únicos que não vão sair serão Simon e Selene, por motivos óbvios — a encapuzada se levantou e saiu andando em direção ao quarto, fechou a porta do mesmo com um baque, e do outro lado, Simon também se levantou, indo pro lado de fora — Dispensados — Alejandro falou respirando fundo.

Assim que todos foram fazer alguma coisa, Soap avistou Jones vindo com uma sacola enorme e mais duas estavam na mão de dois guardas, Mactavish ajudou os três soldados de cada vez pondo as sacolas na enorme mesa de madeira.

— Que coisas boas temos? — Soap curiou uma das sacolas.

— Comidas, roupas e algumas armas — respondeu Jones, vasculhando o local com o olhar buscando por Selene — Cadê a Sel?

— No quarto — Alejandro ajeitou uma panela no fogão emquanto se virava para encarar o soldado — Ela não estava muito disposta na reunião.

Jones parecia incrédulo.

— Ontem a noite eu vi o Ghost entrando no quarto dela, depois de alguns minutos ele saiu, porém tanto ele quanto ela aparentavam estar bravos, a Selene bateu a porta do quarto com força, chega me arrepiei — Soap disse, guardando as comidas nos armários de madeira de tom verde musgo, combinando perfeitamente com o teto de vigas de madeira expostas, o mesmo se ergueu na ponta do pé para jogar um saco de feijão quase no fundo — Também imagino que ela não se sente bem dormindo em um quarto de criança, deitada na cama com lençol da Barbie e um guarda roupa das Winx — ele riu, recebendo um cascudo de Alejandro — O que foi? Estou mentindo por acaso? — massageou a nuca.

Alejandro se virou e saiu para fora.

— Essa fazenda tem muitas lembranças dele com a Selene criança, acredito que não seja fácil para ambos ficarem em um lugar como esse — Jones disse, sorrindo bem levemente antes de sair pra cozinha.

Depois disso, até Soap sentiu uma sensação estranha dentro de si, ele imaginava-se em uma casa assombrada, rodeado de espíritos, ali não era muito diferente de sua imaginação.

Ele olhou para a janela e viu Alejandro perto do estábulo sentado no banco com Valéria se aproximando dele, ele desviou o olhar prendendo sua atenção em apenas arrumar as comidas em seus devidos armários e depois cuidar do almoço, daqui a pouco até a lavagem da fazenda iria depender dele.

— Está muito quieto, normalmente você fala muito — Valéria se sentou do lado dele, vendo-o acariciar a foto de uma moça — Quem é essa mulher? — ele ficou em silêncio — Está apaixonado, soldado? — ele deu um soquinho no ombro dele seguida de um risinho.