A Natália é até uma boa companhia quando ela quer. O difícil mesmo é ela querer. Passeamos pelo jardim botânico, vimos as orquídeas e ela ficou muito animada.
- Eu amo orquídeas, uma parte difícil do que eu tô passando, é que eu não consigo ir até o orquídario tanto quanto eu gostaria.
- Se você fizer os exercícios direitinho, se dedicar bastante, levar a sério, logo você vai estar se movimentando sozinha muito melhor. - digo enquanto andamos por entre as flores.
- Eu não tenho nenhuma esperança mais. - ela suspira. - Podemos parar um pouquinho? Sentar ali, estou ficando cansada.
- Claro, vamos parar o tempo que você precisar. - sentamos em um banco
Natalia joga a cabeça para trás e fecha os olhos, absorvendo o calor, o sol bate em seus cabelos castanhos, deixando um brilho avermelhado incrível. Consigo reparar nesse momento o quanto ela é bonita, de um jeito que eu não sei explicar, uma beleza natural, irresistível.
- Porque você diz que já perdeu as esperanças? A sua lesão, não é tão grave assim, se você me deixasse fazer alguns exames...
- Já fiz exames Carol, eu não quero melhorar, a minha vida não tem mais sentido. Desde que o meu irmão Bruno morreu, era pra eu ter morrido junto.
- Não fala isso Natália, você sobreviveu ao acidente.
- Mas eu não devia ter sobrevivido. Eu prometi a ele que nós íamos ficar juntos para sempre. Mas ele se foi e eu fiquei, e não tenho coragem de ir.
- Não fala isso nunca mais. - falo mais alto do que planejei. - Você não merece morreu por causa dele.
- Porque você falou assim. - ela abre os olhos e me olha franzindo a testa. - Usou esse tom pra falar do meu irmão Bruno. Você conhecia ele Carol?
- O que? Não.
- Conhecia sim, pode começar a me conta e me contar agora.
- Aí Natália, vamos pra casa que está ficando tarde. - mudo de assunto.
- Vou deixar você não falar agora, mas nós vamos voltar nesse assunto. - ela segura a minha mão e levanta. - Eu tô com fome, vamos pedir uma comida hoje?
- Vamos sim. Já aproveita e dá uma folga pra Claudia.
Voltamos para o sítio enquanto a Natália pensava nas milhares de opções de deliverys disponíveis, ela tagarelava uma opção e logo em seguida ela mesma fazia uma objeção àquela sugestão, era divertido acompanhar como os seus pensamentos mudavam de forma tão rápida e muitas vezes confusa. Tá bem, na maioria das vezes confusa.
- Eu já sei. - disse ela quando eu a ajudei a sair do carro quando chegamos em casa - Vamos comer hambúrguer. - ela estava absurdamente animada. - Tem um lugar que eu e o Pedro sempre pedimos que é ótimo. Muito bom mesmo.
- Está decidido vamos comer Hambúrguer, mas só se tiver batata frita.
- Eu posso até ser um pouco maluca, mas nem tanto assim, hambúrguer tem que ter batata frita né Carol. - ela deu uma risada alta. - Vem, vamos tomar um banho abrir um vinho.
- Você parece tão feliz Natália, tão tranquila. - comento.
- Sempre fico assim quando visito a Dra Ligia.
Levo a Natália para o quarto e depois a ajudo a ir para o banho, enquanto ela está no chuveiro aproveito e vou tomar uma ducha rápida. Me troco no quarto coloco uma camiseta velha que vai até o meio das minhas coxas, e um shorts curto por baixo, geralmente durmo de calcinha mas me lembro que não estou em casa, estou no trabalho. Vou ver a Natália, ela está saindo do banheiro enrolada em um roupão felpudo branco.
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De Volta ao Amor
FanfictionCarol é uma fisioterapeuta, que após um fracasso profissional, abandonou a carreira durante 5 anos. Casada com Ulisses há mais de 15 anos, ela não estava esperando quando ele vendeu a clínica de fisioterapia, a casa, e limpou as contas no banco do c...