CAPÍTULO VINTE E DOIS

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Natália

A água morna cai sobre o meu corpo, me dando uma sensação gostosa de relaxamento, após tantas emoções das últimas horas. Doeu ver a dúvida de Carolina sobre Helena e eu, é inconcebível para mim, que ela possa mesmo que por pouco tempo, ter acreditado na palavra daquela cretino.

Desligo a água e me seco ainda no banheiro, vestindo a roupa de baixo logo em seguida. Carolina está deitada na minha cama, com um pijama de bichinhos, ainda com um bico do tamanho do mundo.

- Amor desfaz esse bico aí. - digo jogando a toalha nela.

- Eu estou tentando, mas ele tem vida própria... - ela olha pra mim. - Natália, olha isso. - levanta aumentando a voz.

- Isso o que?

- Seu braço, você está toda roxa. - ela toca delicadamente meu braço e eu olho pela primeira, e reparando no hematoma gigante. - Está doendo?

- Não tanto quanto doeu, quando você duvidou de mim. - não consigo manter a boca fechada.

- Queria ver se fosse você no meu lugar, a Helena estaria hospitalizada agora.

- Não estaria, porque eu confio em você. E eu jamais tiraria conclusões com base na palavra de Ulisses, dentre todas as pessoas.

- Você consegue se colocar no meu lugar por cinco minutos? - ela solta meu braço. - E ver as coisas pelos meus olhos? E tentar entender o porquê eu tive 5 minutos de dúvidas? Será que dá?

- Não, não dá Carolina, é tão irracional que eu não consigo pensar como você pensa.

- Olha pra você, agora olha pra ela e depois olha pra mim, será que você consegue ver o porque eu fiquei insegura? - ela se afasta. - Sabendo que vocês já tiveram algo no passado, que estavam juntas ontem, que você desapareceu logo depois de sair pra encontrar ela, e depois ver uma foto que insinua que vocês estavam em um encontro? - sua voz aumentando um tom.

Que droga, ela tem razão, em partes.

- Eu entendo, eu juro que entendo, as coisas fizeram algum sentido, mas Carol eu escolhi você, eu quero você. Pra mim, só existe você. - cubro a distância que ela colocou entre nós em dois passos rápidos.

- Ciúme não é um sentimento racional.

- Não, não é.

- Me descul... - ela começa a falar e eu calo com um beijo, começo lentamente pedindo passagem, explorando seus lábios carnudos, desço e subo as mãos por suas costas. - Natália... - ela começa a reclamar, as mãos indo para a minha nuca, é ela quem aprofunda o beijo e invade minha boca com a língua.

Pernas entrelaçadas, mãos juntas, pele arrepiada, sentimentos transbordando pelos olhos, pela intimidade em meus dedos, lábios. Palavras não se fazem necessárias agora, somente os gemidos e suspiros são ouvidos pelo quarto. Os grandes olhos verdes sorriem para mim, entendo o que eu estou dizendo, antes de se fecharem com força, os músculos se retesarem e depois amolecerem em seu gozo.

Beijos seus lábios mais uma vez. - Pra mim, só existe você. - digo.

- Eu te amo, desculpe estragar a sua noite.

- Você não estragou nada, você melhorou bastante na verdade. - ela ri, e eu não consigo evitar rir também. - Você consegue pensar em algo mais Natália Cardoso do que uma briga ao fim da exposição?

~•~

Ao acordar pela manhã, Carolina está dormindo de bruços, o lençol cobrindo apenas suas nádegas e deixando suas costas nuas expostas. Seu rosto está sereno, então deixo ela dormindo, enquanto tomo um banho e desço procurar uma xícara de café.

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