CAPÍTULO VINTE E UM

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Os braços cruzados, a cara feia e sobrancelhas arqueadas, são o primeiro sinal de que ela está furiosa comigo, e com razão.

- Ana Carolina Soffredini, que palhaçada é essa? - Adriana diz, assim que estou perto o suficiente para ouviu a sua voz.

- Oi Dri. - digo sentando não cadeira a sua frente.

- Sem essa de "oi Dri", comece a falar. - Porque eu fiquei sabendo sobre você e a Natália, pela Ester?

- Porque a Ester não sabe guardar a língua na boca, eu estou cercada de fofoqueiras, meu Deus. - Reviro os olhos.

- Você está falando, mas não do que eu quero saber, anda Carol. - ela faz manha, afinal a maior fofoqueira é ela.

- O que você quer saber?

- Estão namorando?

- Sim.

- Como? Quando? Onde? Porque? Detalhes.

E assim começo uma descrição detalhada dos acontecimentos, da última sexta feira.

- Ulisses o que?

- Uma história de cada vez Adriana, foca.

- Como eu foco se a sua vida é melhor do que qualquer novela? - ela ri. - Mas sério agora, ela simplesmente disse que te amava assim, e você disse que amava ela também? E foi isso?

- Se você parar de interromper consigo contar.

Adriana tenta manter a boca fechada enquanto narro a ela, a forma como Natália quebrou todas as minhas barreiras, e fez o amor transbordar por cada átomo do meu ser. Seu sorriso aumentando a cada minuto, ao fim ela já estava praticamente derretida na cadeira.

- Eu estou sem palavras, é tanta boiolice.

- Você não viu nada, eu estou parecendo adolescente, sério. - consulto as horas. - Fazem 7 horas que nos despedimos pela manhã, e eu estou com saudades como se não a visse há um mês. É um pouco constrangedor.

- O que aconteceu com "Natália é instável, vamos afundar juntas" Carolina? - ela ri para me provocar.

- Natália é instável, perigosa, cheia de questões, uma bomba relógio, tudo isso ainda é verdade, mas na sexta feira, quando ela olhou nos meus olhos e disse que me amava, com todas as letras, não pude mais negar Adriana, não pude quebrar o seu coração quando ela o entregou para mim assim.

- Carol....

- Não estou dizendo que fiquei com ela por pena ou qualquer coisa assim, não, eu a amo Adriana, e eu tenho medo, claro. Mas não vou deixar de viver algo bom, por medo de algo ruim acontecer, entende?

- Acho que sim.

- Estou apaixonada pela Natália, se ela cair outra vez, vou estar lá para ajudá-la a se levantar, e caso eu caia, ela estará lá também por mim. - digo devolvendo a xícara de café ao pires.

- Estou extremamente feliz por você, pois você merece ser feliz, amada. Mas tenho medo dessas suas certezas Carolina.

- Estou absolutamente disposta a me entregar a ela Adriana, nós vamos afundar juntas ou vamos navegar até um porto seguro.

2 semana depois

Natália me arrastou para o shopping outra vez, sua exposição é amanhã a noite e ela ainda não decidiu o que vestir. Já experimentou mais ou menos 287 peças de roupa diferentes. Um vestido pavoroso atrás do outro.

- Amor, você não tá me ajudando, você não gosta de nada. - ela diz saindo da cabine, com vestido azul cheio de babados.

- Acho que você fica linda em qualquer roupa amor, mas não essas. - digo. Ela entra outra vez e despeja em cima de mim, uma montanha de vestidos que já foram descartados. A vendedora vem e os retira de meus braços para guardar.

De Volta ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora