Finalmente perceber que estou apaixonada por Carol, foi como tropeçar em um mundo colorido, alegre e deslumbrante. Seus grandes olhos verdes feito esmeraldas, são como faróis me iluminando em meio ao caos cotidiano. Fazem poucos dias desde que me permiti admitir, que sim, eu estou apaixonada. A primeira vez em muitos anos, talvez a primeira vez em toda a minha vida.
Ainda não criei coragem de contar a ela sobre meus sentimentos, afinal esses sentimentos são meus, e ela não tem que lidar com eles, eu tenho.
- Oi, tem alguém em casa? - ouço quando alguém chama, me tirando dos meus pensamentos.
- Pedro! - Quase grito se eu pudesse saia correndo, mas fui até ele andando. - Pedro, você voltou. - deixo o borrifador em cima da mesinha.
- Voltei irmãzinha. - ele abriu os braços e eu o abracei tão forte, que talvez ele tenha trincado uma costela. - Tudo isso é saudade?
Há tanto tempo eu não me sentia feliz assim, eu nunca havia percebido o quanto Pedro me fazia bem. Ele não desfez o abraço e acariciou os meus cabelos com a ponta dos dedos.
- Sim! Eu senti muita saudades mesmo.
- Eu também, sabia? - ele me dá um beijo na testa. - Olha só pra você está andando, sem as muletas. - ele sorri e me gira pela mão.
- Sim, a fisioterapeuta nova é ótima, muito boa mesmo. - sorrio ainda segurando em suas mãos.
- Que bom que vocês se deram bem.
Ah se ele soubesse o quanto.
- Onde esta a minha cunhada? - pergunto olhando por cima de seu ombro procurando por Thais.
- Ela não... Ela ficou mais um pouco lá, eu decidi voltar antes. - ele da de ombros, mas posso ver em seus olhos que tem algo a mais.
- Você decidiu? Ou ela te expulsou de lá por alguma merda que você fez? - cruzo os braços diante dele.
- Tinha um cara lá, um grande imbecil, dava em cima dela descaradamente, na minha frente. - ele começou a ficar vermelho de raiva.
- E a Thais deu alguma moral?
- Ela diz que não, eu só não aguentei mais. - ele se defende. - Parti pra cima dele.
- Pedro, seu casamento acabou por causa do seu ciúme, vai fazer o mesmo com a Thais?
- Eu sei Natália, sei de tudo isso.
- Então vai procurar uma ajuda, fazer uma terapia. - digo fechando a cara. - Eu faço e é ótimo.
Pedro não fala nada, só pede licença e sobe para o seu quarto, desejo de coração que ele procure ajuda.
Vejo ele subir as escadas e me sinto realmente feliz, então volto a cuidar das orquídeas que estão em cima da mesa de jantar.
Já era final de dia, quando decidi procurar Carol, ela ficou sumida a tarde toda, tem feito muito isso desde que Pedro chegou.
- Vou lá falar com a Carol. - digo levantando do sofá onde eu e meu irmão estamos conversando há horas.
Subo as escadas e vou até o quarto, geralmente era onde ela estava.
- O que está acontecendo aqui? - pergunto parando a porta do quarto e vendo que algumas malas estão abertas em cima da cama, e roupas e equipamentos estão espalhados pelo quarto todo. - Você está indo para algum lugar?
- Sim, estou indo embora. - ela diz sem se virar para mim. - Pedro me contratou para te fazer companhia, agora que ele voltou, não tem mais sentido eu ficar aqui. - ela diz se virando pra mim com o kimono rosa na mão.
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De Volta ao Amor
FanfictionCarol é uma fisioterapeuta, que após um fracasso profissional, abandonou a carreira durante 5 anos. Casada com Ulisses há mais de 15 anos, ela não estava esperando quando ele vendeu a clínica de fisioterapia, a casa, e limpou as contas no banco do c...