CAPITULO OITO

969 114 127
                                    

Finalmente perceber que estou apaixonada por Carol, foi como tropeçar em um mundo colorido, alegre e deslumbrante. Seus grandes olhos verdes feito esmeraldas, são como faróis me iluminando em meio ao caos cotidiano. Fazem poucos dias desde que me permiti admitir, que sim, eu estou apaixonada. A primeira vez em muitos anos, talvez a primeira vez em toda a minha vida.

Ainda não criei coragem de contar a ela sobre meus sentimentos, afinal esses sentimentos são meus, e ela não tem que lidar com eles, eu tenho.

- Oi, tem alguém em casa? - ouço quando alguém chama, me tirando dos meus pensamentos.

- Pedro! - Quase grito se eu pudesse saia correndo, mas fui até ele andando. - Pedro, você voltou. - deixo o borrifador em cima da mesinha.

- Voltei irmãzinha. - ele abriu os braços e eu o abracei tão forte, que talvez ele tenha trincado uma costela. - Tudo isso é saudade?

Há tanto tempo eu não me sentia feliz assim, eu nunca havia percebido o quanto Pedro me fazia bem. Ele não desfez o abraço e acariciou os meus cabelos com a ponta dos dedos.

- Sim! Eu senti muita saudades mesmo.

- Eu também, sabia? - ele me dá um beijo na testa. - Olha só pra você está andando, sem as muletas. - ele sorri e me gira pela mão.

- Sim, a fisioterapeuta nova é ótima, muito boa mesmo. - sorrio ainda segurando em suas mãos.

- Que bom que vocês se deram bem.

Ah se ele soubesse o quanto.

- Onde esta a minha cunhada? - pergunto olhando por cima de seu ombro procurando por Thais.

- Ela não... Ela ficou mais um pouco lá, eu decidi voltar antes. - ele da de ombros, mas posso ver em seus olhos que tem algo a mais.

- Você decidiu? Ou ela te expulsou de lá por alguma merda que você fez? - cruzo os braços diante dele.

- Tinha um cara lá, um grande imbecil, dava em cima dela descaradamente, na minha frente. - ele começou a ficar vermelho de raiva.

- E a Thais deu alguma moral?

- Ela diz que não, eu só não aguentei mais. - ele se defende. - Parti pra cima dele.

- Pedro, seu casamento acabou por causa do seu ciúme, vai fazer o mesmo com a Thais?

- Eu sei Natália, sei de tudo isso.

- Então vai procurar uma ajuda, fazer uma terapia. - digo fechando a cara. - Eu faço e é ótimo.

Pedro não fala nada, só pede licença e sobe para o seu quarto, desejo de coração que ele procure ajuda.

Vejo ele subir as escadas e me sinto realmente feliz, então volto a cuidar das orquídeas que estão em cima da mesa de jantar.

Já era final de dia, quando decidi procurar Carol, ela ficou sumida a tarde toda, tem feito muito isso desde que Pedro chegou.

- Vou lá falar com a Carol. - digo levantando do sofá onde eu e meu irmão estamos conversando há horas.

Subo as escadas e vou até o quarto, geralmente era onde ela estava.

- O que está acontecendo aqui? - pergunto parando a porta do quarto e vendo que algumas malas estão abertas em cima da cama, e roupas e equipamentos estão espalhados pelo quarto todo. - Você está indo para algum lugar?

- Sim, estou indo embora. - ela diz sem se virar para mim. - Pedro me contratou para te fazer companhia, agora que ele voltou, não tem mais sentido eu ficar aqui. - ela diz se virando pra mim com o kimono rosa na mão.

De Volta ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora