Capítulo 2

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~Lenora Frost~

"Não pensei que pudesse ficar por tanto tempo presa a um caixão. O que o meu egoismo me levou a fazer?"

Eu estava longe de casa, da minha família e da minha terra Natal. Como vim parar aqui?

As minhas perguntas incessantes vasculhavam a minha mente fazendo rodeios me deixando ainda mais confusa a cada segundo que se passava. Minhas mãos seguras sobre as minhas vestes, meus dedos contornava o velho trapo que ainda me cobria, tentando conter aquele sentimento de confusão que tomava conta de mim.

- E agora? Como faço para retornar?

- Eu não sei. - A ruiva dizia sem esperança. Mas seu semblante muda, como se uma pequena lâmpada flutuasse sobre a sua cabeça. - Eu tenho uma ideia..

- Sou toda ouvidos. - Dizia interessada.

Ela caminha em direção a um pequeno criado mudo de madeira e segura em mãos um pequeno aparelho, que logo foi levado ao ouvido. Um breve "olá" pode ser ouvido, assim em seguida se iniciou uma conversa entre ela e o aparelho.

- Está bem? - Perguntei preocupada. Mas ainda na conversa, ela apenas acenou com a cabeça e se direcionou a saída para uma conversa mais privada. Não demorou muito e logo ela retornou com um sorriso de ponta a ponta.

- Creio que o aparelho mágico tenha lhe dado suporte. O que ele te indicou? - Por alguns segundos ela ficou em silêncio em confusão, mas logo volta a falar.

- Eu consegui ajuda com alguns amigos. Eles são especialistas nisso, o que acha de irmos até eles?

- Ótimo. Vamos então...

No caminho, íamos em algo que se chamava "táxi", uma imensa lata com rodas de borrachas que fora trocada por carruagem. Não entendo a modernidade, por que trocaram algo tão pessoal, por isso?

Pela vitrasa, podia admirar a imensa lua que cobria as ruas com a sua luz indolor. Assim como o passar dos anos, ela nunca mudará, por mais que tenha as suas fases; esse seria um dos motivos de ser meu satélite natural favorito, e uma das minhas maiores admirações. Logo o veículo foi estacionado e assim caminhamos em direção em algo que parecia mais uma caverna.

- Então você tem amizade com homens de pedra? - Perguntei enquanto caminha vamos para mais perto.

- Não são homens de pedra, apenas o local que eles vivem é meio...peculiar.

- Estou vendo. - Disse um pouco desacreditada. Antes que ela retirasse o aparelho novamente de suas vestimentas, um barulho de tranca foi ouvido e logo um homem alto e loiro aparece,

- Charlie! - Disse abraçando a mesma. - Essa deve ser a garota, certo?

- Lenora, é um prazer conhece-lo.- Estendi a minha mão a espera que ele retribuisse os comprimentos.

O loiro sorri e aperta a minha mão, logo ele se afasta do meio da porta nos dando liberdade para entrar em sua residência. Fiquei um pouco incomodada, já que era algo incomum uma jovem de respeito entrar na casa de um homem pela noite, mas para retornar a minha antiga vida eu teria que fazer isso.

Ao entraremos descemos por uma imensa escada acompanhadas do loiro que nos levava em direção a uma sala principal onde havia uma mesa com um...mapa mundi. Sentado em uma das cadeiras estava um moço de cabelos compridos que logo revelou um sorriso meigo a ver a ruiva ao meu lado.

- Charlie!.. - Ele se levantou para comprimenta-la de braços abertos. Posso dizer que a sua altura me assustou um pouco, pensei que fosse menor.

Após comprimentar a ruiva, ele me olha e pergunta - Essa é a garota que você falou pelo telefone? - Ele se referiu a mim.

𝐌𝐲 𝐑𝐨𝐦𝐚𝐧 𝐄𝐦𝐩𝐢𝐫𝐞 | 𝗦𝗮𝗺 𝗪𝗶𝗻𝗰𝗵𝗲𝘀𝘁𝗲𝗿 Onde histórias criam vida. Descubra agora