capitulo 5

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~ Lenora Frost ~

Após a retirada dos irmãos, o silêncio ecoou pelo local me deixando desconfortável.

— Que sensação ruim...Eu deveria tê-los acompanhado. — Disse inconformada.

Sem ideia do que poderia fazer, sentei na cadeira da biblioteca e deixei meu olhar vagar por aquele paraíso repleto de conhecimentos. Meus olhos por fim focaram em uma enorme pasta sobre uma mesa no canto da parede, juntamente com um diário velho. Me aproximei pegando-os em mãos e retornei a sentar. Com um misto de expectativa e receio, deslizei meus dedos pela superfície poeirenta da pasta, sentindo uma corrente elétrica de emoção percorrer sua pele. A capa desgastada cedeu sob seu toque, revelando um tesouro de papéis amarelados pelo tempo.

Escrito naquelas folhas poderiam ser tudo, até mesmo aquilo que eu não gostaria de saber. Mas o que me deixava mais intrigada seria o diário que estava acompanhando; aquele que seria tão parecidos com o que escrevia aquilo que sentia em meu peito.

Levemente fui vagando as folhas, e assim lendo cada informação que contia ali. Não seria sobre Samuel, muito menos sobre seu irmão, seria sim sobre o seu pai – John Winchester – aquele que se pronunciava sempre nas páginas, relatando todo tipo de conhecimento em caçadas, das caças até as formas de pegá-las.

Aos poucos a minha mente foi dando espaço para informações além do comum, como criaturas, demônios, anjos...tudo e todo ser inimaginável estava sendo descrito naquele diário de folhas desgastadas.

Mas o que mas me chamou atenção não foi sobre as criaturas em si, mas sim a sua vida família. Seu convívio entre pai, irmão e ele.

Seu relacionamento com seu pai não era tão bom — diferente de se irmão que era o soldado — Samuel aparentava seguir suas próprias escolhas, e por mais que houvesse desapontamento vindo do seu pai, ele não deixaria a sua vida por causa de algo decidido por John e não pelo mesmo.

Você não é tão diferente de mim.

compreender profundamente a história dos irmãos Winchester, percebi que não era tão diferente de Samuel quanto imaginava. As lutas internas, as tensões familiares e a determinação em seguir meu próprio caminho ecoavam nas experiências dele.

Assim como Samuel, eu também enfrentei momentos de conflito e desafio em minha jornada. A sensação de estar presa entre as expectativas dos outros e minhas próprias escolhas era familiar. Eu entendia a ânsia por independência, a necessidade de seguir meu coração, mesmo que isso significasse desapontar aqueles ao meu redor.

Imersa aos livros, não vi o horário passar. Deixei o diário sobre a mesa na página que permanecia lendo e me direcionei a cozinha para buscar algo para me alimentar. Enquanto pegava uma fatia de bolo e colocava sobre o prato, ouvi um leve destrancar vindo da porta principal.  Sem hesitar, saio e me apressei para guardar os documentos que havia pego, colocando-os novamente na mesa distante das outras.

— Lenora? — A voz de Samuel me surpreende se aproximando cada vez mais. — O que faz aí?


Tentei manter a calma, guardando rapidamente os documentos e mantendo a expressão tranquila.

— Oh, Samuel! Eu estava só na cozinha pegando um lanche rápido. Perdi a noção do tempo com esses livros fascinantes.— Apontei para os livros na sala. — Como foi a caçada? Alguma novidade emocionante? — Tento desviar a atenção de Samuel, mantendo-me  relaxada e casual. Mas seu olhar logo fica confuso.

𝐌𝐲 𝐑𝐨𝐦𝐚𝐧 𝐄𝐦𝐩𝐢𝐫𝐞 | 𝗦𝗮𝗺 𝗪𝗶𝗻𝗰𝗵𝗲𝘀𝘁𝗲𝗿 Onde histórias criam vida. Descubra agora