~Sam Winchester ~O cheiro do café recém-passado invadiu a cozinha enquanto eu terminava de mexer os ovos na frigideira. Era cedo, e a luz do amanhecer ainda lutava para penetrar pelas frestas da janela. As sombras dançavam nas paredes, criando um ambiente quase tranquilo, se não fosse pelo ruído suave do café pingando e o ocasional estalar do fogo baixo no fogão.
Ouvi passos pesados no corredor antes mesmo de vê-lo. Dean sempre fazia um esforço extra para não ser silencioso, mesmo em momentos como esse. Ele apareceu na porta da cozinha, os olhos ainda meio fechados de sono, com uma expressão que misturava curiosidade e agradecimento.
— Bom dia, dorminhoco — eu disse, sem tirar os olhos dos ovos.
— Que horas são? — Dean perguntou, esfregando o rosto com as mãos, tentando afastar o sono.
— Pouco depois das seis. —Respondi, enquanto transferia os ovos mexidos para um prato e começava a preparar o bacon. — Fiz café.
Ele grunhiu em resposta, indo direto para a cafeteira. Pegou uma caneca e serviu-se de uma generosa quantidade de café. Eu sabia que era sua tentativa de acelerar o processo de acordar.
— Não sabia que você já estava acordado — Dean comentou, depois de um longo gole.
— Não consegui dormir direito — admiti, dando de ombros. — Achei que preparar o café da manhã seria uma boa forma de começar o dia.
Dean se aproximou e olhou para a frigideira, observando os pedaços de bacon começando a chiar.
— Parece bom. Esse banquete por acaso é pra Lenora?
Meu corpo ficou tenso imediatamente. A pergunta de Dean veio com aquele tom típico dele, meio provocativo, meio sério, que sempre conseguia me tirar do eixo. Virei para ele com uma expressão que tentei manter neutra, mas sabia que ele era bom em ler as entrelinhas.
— Não, claro que não — respondi, talvez rápido demais. — É só... café da manhã.
Dean ergueu uma sobrancelha, um sorriso malicioso se formando nos lábios. Ele sempre soube como me desconcertar, especialmente quando se tratava de algo que ele achava ser uma fraqueza minha.
— Ah, claro, só café da manhã — repetiu ele, sarcástico. — Porque ontem à noite você e Lenora pareciam bem... confortáveis um com o outro. O que aconteceu nessa cozinha ontem a noite?
Eu podia sentir meu rosto esquentar. Não que houvesse algo a esconder, mas a maneira como Dean colocou as coisas fez parecer que havia mais do que realmente existia.
— Não aconteceu nada demais. Eu apenas a confortei naquele momento de exaustão.
— Tudo bem, Sammy, se você diz. Só estou dizendo que, se estivesse rolando algo, eu seria o primeiro a apoiar. Por mais que eu não me dê bem com a maluca, eu posso atura-la por você.
Revirei os olhos, finalmente tirando o bacon da frigideira e colocando-o no prato. Apesar das provocações, eu sabia que Dean estava apenas tentando se divertir às minhas custas, talvez aliviar a tensão da nossa rotina.
— Só come o café da manhã, Dean — falei, colocando o prato na mesa e sentando-me em frente a ele.
Ele deu uma risada curta e pegou um pedaço de bacon.
— Sim, senhor.
O silêncio tomou conta por alguns segundos, quebrado apenas pelo som dos talheres e do bacon crocante. O aroma do café fresco preenchia a cozinha, misturando-se com o cheiro de ovos e torradas. A luz suave da manhã entrava pela janela, aquecendo o ambiente.
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𝐌𝐲 𝐑𝐨𝐦𝐚𝐧 𝐄𝐦𝐩𝐢𝐫𝐞 | 𝗦𝗮𝗺 𝗪𝗶𝗻𝗰𝗵𝗲𝘀𝘁𝗲𝗿
FanfictionEm uma Roma no ano de 1812, a bela e destemida Lenora é confrontada com um destino cruel: um casamento forçado com seu próprio tio. Determinada a escapar dessa prisão dourada, ela faz um pacto com uma misteriosa bruxa, prometendo retornar após cinco...