liberdade

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Liberdade - uma busca constante ao longo da vida, muitas vezes inconsciente. Na infância, estamos sempre buscando aprender e crescer, tentando alcançar a independência. Han Jisung dedicou sua vida à autonomia, ao desenvolvimento, à liberdade. Por anos, ele foi como um filhote no ninho de sua mãe, e quando finalmente teve a oportunidade, voou para longe. Não fugia, mas sim recomeçava. Esforçou-se para se reconstruir, se reinventar, se respeitar, se libertar.

No entanto, desde que seus olhos encontraram os dele, a sensação de liberdade desapareceu. Lee Minho tornou-se seu ópio, sua perda. Seus olhos estavam úmidos, tristes e solitários. Não era mais o Minho que ele conhecia, tão livre e gentil. Parecia vazio, isolado. Jisung se dedicou durante meses para seguir em frente, esperando que seus esforços valessem a pena, que Minho também encontrasse sua liberdade, que alcançasse tudo o que merecia. Mas Minho parecia uma pessoa diferente.

Han desejava segurá-lo, explicar seus motivos, beijá-lo com paixão e raiva. Portanto, não estavam em um filme, e Minho não era uma donzela em apuros. A dor aumentou quando Minho o ignorou e foi ajudar Seungmin, como se Han não significasse nada em sua vida. Era esse o plano? Agir como se nada tivesse acontecido entre eles? Han poderia fazer isso? Na verdade, ele não havia percebido antes, mas todos estavam agindo assim. Chan conversava com Changbin, fingindo não sentir a tensão entre Minho e Han. Seungmin ignorou o fato de Han estar ali. Todos estavam fingindo. Era tudo tão falso que um arrepio percorreu todo o corpo de Han. Ele odiava se sentir assim, aprisionado pelo fingimento de pessoas que talvez o amassem. Não devia ter saído do Rio de Janeiro.

— Vocês querem dar uma olhada no hotel? Posso aproveitar e buscar a chave para o Han — Disse Chan, mantendo a mesma calma que exibiu ao receber Han na portaria. Tudo parecia superficial, fingido. Han engoliu em seco e apenas assentiu, forçando um sorriso. No fim das contas, essas pessoas não eram realmente seus amigos, muito menos sua família. Ele estava ali por cortesia, porque era conveniente e, principalmente, para escapar de sua mãe.

Não tinha nada a ver com Minho, com seu físico agora mais forte, com seus cabelos morenos e úmidos, caindo sobre sua pele tão clara quanto da última vez que o viu. Aquele homem era o mesmo que Han procurava incessantemente nas postagens dos amigos com ele no Instagram, já que em seu próprio perfil ele só compartilhava paisagens, fotos de seus gatos e imagens estranhas de Felix dormindo ou tirando meleca do nariz. Esse era o homem que Han fingiu enviar mensagens, mas nunca o fez.

E assim, eles seguiram Chan em direção aos quartos, ignorando Minho. Han mal conseguia raciocinar, tudo estava confuso; seu coração clamava por socorro, mas sua mente ordenava que ele acalmasse seus batimentos imediatamente.

No fim, Han Jisung sempre seria o egoísta. Após uma vida inteira se forçando a lutar apenas por si mesmo, a dor se intensificava mil vezes mais quando ele permitia pensar em outra pessoa. Mas será que ele estava certo sobre o que era melhor para Minho? Minho parecia ter dado a volta por cima? Bem, Han não tinha certeza, mal olhou para ele. Observou-o por um tempo curto, que mais pareceu anos, mas não conseguiu discernir nada, não sentiu uma faísca saindo de seus olhos. Eram como duas pessoas diferentes. Essa sensação era equivalente a de ser lançado ao fundo do mar com as mãos amarradas a uma pedra de concreto.

— E aí, ela disse: "Eres un jodido joven imbécil." Dá pra acreditar, Bin? Quer dizer, calma aí, senhora, eu só peguei a mala errada. Pra eu derrubar aquela véia maldita era um sopro, li-te-ral-men-te! — Jeongin comentou, rindo, enquanto Seo estava ao seu lado, parecendo desinteressado em suas palavras. Algo neles estava fora do comum.

Jeongin parecia estar se esforçando ao máximo para chamar a atenção de Seo, falando sem parar. Além disso, gesticulava muito com as mãos. Era como se fosse uma criança estúpida buscando a atenção de pais ocupados. E Seo, um otario completo, jurando que enganava alguém a não ser a si mesmo com essa tentativa de prender o sorriso bobo. Jisung fez uma careta ao observar a cena. No entanto, o mais desconfortável era JihYo, de mãos dadas com Seo, em silêncio, apenas observando e demonstrando desconforto.

Jeongin não demonstrou muitas reações ao ver JihYo; talvez tenha sentido que não deveria. Por que dizer algo se o relacionamento de um amigo não deveria causar desconforto? Mas causava. E muito. Porque, no fundo, ele sabia o que estava acontecendo ali. Jisung os considerava idiotas. Todos eles. Mas quem ele era afinal, se não mais um tolo? A pessoa por quem estava apaixonado estava na mesma cidade, a poucos metros dele, e ele sequer conseguia olhá-la. Todos ali pareciam idiotas. Até Chan, com sua conversa sobre o hotel, como se não tivesse assuntos mais sérios para resolver com seus verdadeiros amigos agora.

— Acho que você devia ter chutado ela, Yang. — Jisung comentou, rindo. Teria sido cômico. Talvez Seungmin tivesse empurrado Yang na delegacia, e então os dois acabariam presos. Mas que se dane, velhas europeias merecem. Jeongin talvez fosse o amigo de Minho que Han mais gostava. Chan era amável, mas não tinha aquela mesma animação, não era o tipo que expressava suas opiniões com tanta franqueza, muito menos era tão impulsivo. Yang era único, muito diferente de todos eles. Lembrava um pouco Han. Isso era cativante aos olhos de Jisung. Talvez isso também fosse cativante aos olhos de Seo. Han simplesmente não entendia por que ele estava agindo assim, namorando, evitando ouvir seu próprio coração. Usando pessoas para escapar de quem realmente era. Será que ser diferente o enojava? Mas se sim, então por que ele apoiou tanto Jisung ao longo da vida?

— Também acho. — Changbin comentou, sua voz serena e fraca. Ele exibiu seu primeiro sorriso discreto desde que viu Yang, e de repente, parecia que eles eram os protagonistas de sua própria história. Não havia mais ninguém ali. Changbin não estava de mãos dadas com uma garota, e Yang não estava ansioso para segurar sua mão. Como podem ser tão cegos a ponto de não perceber o que estava acontecendo ali? Pareceu uma eternidade, mas foram apenas alguns segundos.

Até que JihYo soltou a mão de Seo e começou a rir, fazendo uma pergunta sobre churrasco para Chris. Churrasco. Lee Minho. Eles iriam fazer um churrasco, é claro, e Han mal se lembrava disso porque estava ocupado demais pensando em outras coisas. Ou em outro alguém. Ele teria que ir até lá, encarar Lee, fingir que nada aconteceu, assim como o próprio estava fazendo. Afinal, era isso que ele queria, não é mesmo? Mas o que eles eram agora? Nunca foram amigos de verdade. A única ligação entre eles antes da paixão era o ódio. Mas dizem que o real oposto da paixão é a indiferença.

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