Criminal

Confiança

Expliquei a ela tudo sobre os casinos da cidade, sobre os jogos de azar e felizmente ela já sabia um pouco sobre cada coisa. Confesso que não era minha intenção envolver ela nesse plano é algo grande e arriscado até mesmo pra quem tem experiência.

Mas eu devia uma chance a ela, por tudo o que eu disse e tudo que a fiz sentir... ela é uma pessoa que gosta de liberdade, ama ficar no jardim e é extremamente hiperativa, só por ter ficado depressiva isso já diz muito sobre o que estava sentindo.

— Você entendeu?

— Não... desculpa mas isso é complicado.

— Tá tudo bem... uma peça pra cada jogador, a quarta peça é um coringa isso quer dizer que se te entregarem a quarta peça você perde.

— E como faço pra isso não acontecer?

— Sempre faça o primeiro movimento, não espere até eles dizerem que vai começar tome a frente da situação. Vamos de novo.

Estávamos jogando Blackjack era o jogo mais importante no nosso plano porque ele nos levaria até a sala do administrador onde poderíamos fazer o assalto. Esse plano levaria mais de um ano pra ser organizado mas já era importante ensinar ela desde agora.

Sky aprende muito rápido e não tem medo ou vergonha de perguntar suas dúvidas. Estamos jogando a quatro horas e ela já me venceu duas vezes mesmo eu colocando pegadinhas no meio do jogo, ela é realmente incrível e eu estou fascinado.

— Black-out, jogo duas, eu ganhei... de novo.

— Puta merda... como fez isso?

— Joguei as melhores primeiro, porque voce estava jogando as piores. Não tem como me vencer se eu tenho várias cartas e você apenas duas boas.

— Eu nunca pensei nisso...

— Uma coisa que eu aprendi com um garoto do orfanato é que nunca podemos usar nossos melhores truques primeiro.

— Um garoto? Quem era?

—... um amigo... meu primeiro namorado.

Sky não fala muito sobre sua vida no orfanato sempre preciso perguntar a ela as coisas pra que diga o mínimo e acredito que sua vida lá não tenha sido boa, mas eu tenho curiosidade e gosto de saber sobre ela.

— Quantos anos você tinha?

— Quinze... a gente fugia todas as noites pra tomar sorvete e conversar, era inocente pelo menos eu achava isso..

— O que houve?

— Perdi a virgindade com ele, achei que tinha sido importante pra nós dois mas dois dias depois ele terminou comigo... era só isso que ele queria.

Ela não parecia triste em contar parecia mais irritada, Sky parece que sempre teve esse jeito rebelde e impulsiva me pergunto se gostava mesmo desse garoto.

— O que fez com ele?

— Porque acha que fiz alguma coisa?

— Porque no pouco tempo em que conheço você eu nunca ousaria fazer algo assim.

Ela sorriu concordando já sabendo que tem um jeito áspero de ser, pela sua cara não queria me dizer o que tinha feito sinal que se envergonha.

— Eu transei com todos os amigos dele depois disso e deixei que filmassem. Queria que ele soubesse e que visse mas só consegui ficar mal falada. O conselho infantil foi até o orfanato e obrigou que os meninos fossem transferidos, alguns deles foram pra abrigos.

— Da pra ver que se culpa.

— E como não me culparia? Os outros garotos não tiveram culpa do que eu fiz e pagaram por isso...