Criminal

Ponto de vista

[Capítulo grande]

Dimas

Zayan já não parece mais o mesmo, estávamos cuidando dos ferimentos da Sky e ele não conseguia parar de chorar. Ele não chorou nada em cinco anos desde que tudo aquilo aconteceu.

Pensei que ele não sentia tanto quanto dizia sentir mas eu estava errado. O vendo tremer agora eu percebo que Zayan apenas estava guardando tudo e embora parte disso fosse culpa dele sinto que não é mais certo julgá-lo tanto dessa forma.

Flashback on

5 anos atrás.

- Sarah! Não!.... isso não pode tá acontecendo não....

Zayan gritava e chorava com Sarah sangrando em seus braços, o próprio pai havia atirado em sua barriga e ela estava se contorcendo de dor.

Mesmo ainda puto por Zayan ter escolhido ela ao invés de nós quando os homens saíram dali nós três sentimos a obrigação de ajudar por causa do bebê.

- Vou te dar dois dias Zayan, dois dias pra me dizer o que tinha no maldito chip do contrário eu vou matar seus amigos também.

Aquele homem era bizarro, ninguém sabia o nome dele mas sabíamos que Sarah era irmã do Bruno então provavelmente aquele homem também era pai dele. Corremos até ela no chão enquanto Zayan tentava estancar o sangue que escorria de sua barriga, o bebê não parava de se mexer com certeza a bala havia a afetado.

-....me ajudem....por favor... o que...o que eu faço?... ela tá morrendo! O bebê tá morrendo!

Zayan estava tendo uma das suas crises que costumava ter no abrigo. Faziam anos desde a última, Ângelo tirou a camisa e amarrou na barriga dela bem forte, Sarah gemeu de dor e já estava pálida. Ouvimos a sirene da polícia do lado de fora e nos assustamos, tínhamos acabado de roubar uma loja e pra piorar aconteceu toda essa situação na boate onde estávamos envolvidos.

- Merda, Zayan você vem comigo e Max tenta despistar os policiais com o carro.

Sem questionar eles fizeram o que eu disse, Ângelo encarou Sarah chorando e eu sabia que aquilo era o sentimento que ele também tinha por ela. Eles saíram correndo pro carro e eu peguei Sarah no colo a levando pra saída dos fundos.

Só havia uma estrada em meio a um campo aberto, a boate ficava no fim da cidade e era como um ponto turístico não havia mais nada por ali perto, só conseguiríamos chegar ao hospital de carro e levaria horas eu precisava tentar conseguir ajuda.

Coloquei ela no chão porque não havia outro lugar ali, estava muito frio mas não tinha alternativa eu precisava conseguir ajuda.

- Fica com ela eu vou procurar alguém.

- Não... Dimas porfavor.... ela tá... porfavor...

- Se eu não procurar ajuda ela vai morrer! Não tem nada por perto e os caras estão com o carro. Fica com ela faz pressão na barriga, vou tentar conseguir um telefone no bar e ligar pra ambulância.

A barriga dela estava visivelmente dura, Sarah estava ofegante e no mesmo instante ouvi um som de água, Zayan olhou para baixo e depois olhou pra mim ainda mais desesperado ao dizer

- A bolsa dela estourou... merda... corre!

Sai em disparado para o bar outra vez e procurei até encontrar o telefone, tentei ligar mas não tinha sinal. Peguei meu celular descarregado no bolso e procurei por um carregador e quando achei precisei me conter em esperar ele ligar.

Ainda ouvia o som da polícia correndo pela estrada lá fora, tentei ligar do telefone do bar outra vez e quando já estava perdendo as esperanças consegui sinal e liguei pra ambulância. Expliquei um pouco da situação e eles me confirmaram que mandariam uma ambulância.