8 - Presságio de pavor

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"O que mais eu preciso perder para me encontrar?"


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  TRÊS DIAS SE PASSARAM desde que as investigações envolvendo o ataque contra os titãs de Hange começaram e, até o momento, não descobrimos nada concreto, pelo menos nada além do que já havíamos notado ou teorizado.

E isso me frustra.

Sabia que as pessoas responsáveis poderiam ter descontado sua raiva por terem perdido alguém importante, mas no fundo, o que fizeram foi ajudar as criaturas que precisamos exterminar do mundo em que vivemos. É como se os assassinos estivessem do lado oposto ao nosso.

Apesar desse ocorrido, a Divisão de Reconhecimento recebeu algumas solicitações de novatos para serem enviados em missão conosco, o que me surpreendeu, pois, ao longo dos anos, nossos números diminuíam cada vez mais. No entanto, a esperança em meu coração se reacendeu com a notícia.

Os treinamentos começaram no dia seguinte à escolha de cada regimento pelos cadetes, e Erwin queria que todos aprendessem uma nova formação. Quando recebi as instruções, percebi que era completamente diferente da que estávamos acostumados a fazer, e talvez por isso ele tenha resolvido mudar.

Mesmo que ele não tenha dito de fato o motivo dessa expedição, sinto que todos confiam no comandante assim como eu, então farei o que foi pedido a mim: ir e voltar, somente para testar a capacidade dos cadetes novos de ir em segurança até Shinganshina.

— Não vai beber, Erwin? — Hange questionou, apoiando-se na cadeira enquanto olhava para o loiro, que observava a janela da taverna em que estávamos. — Acho que precisa relaxar antes da missão. — A morena deu de ombros, tomando um pouco de sua cerveja, e eu engoli em seco, observando-a. Era a terceira caneca dela.

— Acredito que não é a forma ideal de se tranquilizar. — Explicou ele, dando de ombros, ainda sem olhar para a mulher.

— Ah, vamos! A missão é depois de amanhã! — Mike exclamou, brindando com Hange e abrindo um sorriso, arrancando gargalhadas da mesma. — E você, Jade?

Virei para olhá-los e notei que ambos já estavam levemente corados por conta do álcool. Resolvemos sair um pouco para conversarmos melhor e relaxar, mas uma taverna local não seria sinônimo disso, já que a música alta, cantarolada por várias pessoas, gritando e dançando, não deixava. Ainda assim, viemos.

— Vou passar, estou bem. — Respondi, negando com a cabeça, e finalmente Erwin desviou o olhar da janela.

— Está chateada porque seu namorado não veio? — Hange brincou, se aproximando e jogando um dos braços sobre meu ombro, me fazendo arregalar os olhos assim que a ouvi.

— Namorado? — Erwin e Mike perguntaram ao mesmo tempo, e eu revirei os olhos, ouvindo a morena rir ao meu lado, seu hálito de cerveja batendo em meu ombro.

— Hange! — Exclamei, sentindo meu rosto esquentar imediatamente. — Você sabe que não é nada disso!

— Ah, Jade, sempre tão humilde. — Ela riu, dando-me um leve aperto no ombro antes de se afastar. — Mas todos nós sabemos que você tem uma queda pelo nosso querido capitão Levi.

— Você realmente exagera às vezes. — Respondi, tentando parecer indiferente, mas sabia que meu rosto estava completamente corado. Hange sempre soube como me deixar envergonhada com suas brincadeiras.

Erwin observava a cena com um sorriso de canto, mas não disse nada. Ele sabia quando era melhor não se envolver. Mike, por outro lado, parecia divertir-se com a situação enquanto bebia mais de sua cerveja.

My Way Back - Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora