14 - Tintas

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"A morte não é o bastante para me afastar de você."

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NÓS VOLTAMOS PARA O QG da Tropa de Reconhecimento, sem Erwin, mas com um cristal quase que indestrutível conosco, que por sinal, aprisiona a nossa traidora e portadora de titã.

Hange a colocou no porão e mal sai de lá desde que chegamos, ela passa horas estudando e às vezes, eu e Moblit quem temos que lembra-la de se alimentar ou tomar banho - Levi que faz isso, na verdade.

Mas, minha mente só pensa em como Erwin está. Provavelmente sendo questionado pelo que fizemos, e mesmo ele sabendo se cuidar sozinho e já tem seus planos, não consigo conter a preocupação que sinto.

Entrei em seu escritório lentamente e sorri sentindo que seu perfume ainda permanecia na sala, então fechei a porta atrás de mim. Olhei ao redor do cômodo e analisei as estantes milimetricamente organizadas com livros e algumas molduras com desenhos nelas.

Os desenhos que eu fiz.

Me encontre nos desenhos.

Franzi o cenho me aproximando da moldura que estava na parede e vi que era uma ilustração de um besouro em um jardim.

Meu olhar ficou fixo na imagem e me lembrei que foi uma das primeiras vezes em que Erwin havia me incentivado a desenhar, algo que começou como uma simples distração, mas que ele logo viu potencial e importância.

Lembro-me bem de quando ele me surpreendeu com aquele pedido inesperado.

Você deveria desenhar mais. — Ele havia dito calmamente, com aquele sorriso raro mas encorajador.

Na época eu não entendia por que Erwin sempre tão focado em estratégias e batalhas, se importava com algo aparentemente trivial como arte. A minha arte.

Mas ele insistiu, dizendo que o desenho ajudava a observar o mundo de uma forma única, que podia ver detalhes que passavam despercebidos.

Sorri ao me lembrar disso, tocando a moldura do desenho com a ponta dos dedos. Ele sempre soube o que dizer para me motivar, mesmo quando eu não sabia o quanto precisava daquilo.

Respirei fundo me virando em direção à mesa de Erwin, movida pela curiosidade de encontrar mais de meus desenhos. Abri as gavetas uma a uma delicadamente, até encontrar uma pasta grossa e cuidadosamente guardada no fundo de uma delas.

Sorri ao perceber que ali estavam todos os desenhos que eu já havia feito para ele, desde os mais amadores até os mais detalhados.

Ele havia guardado todos.

Peguei um dos papéis, uma ilustração de um pôr do sol sobre as muralhas de Sina, e sorri, sentindo um calor no peito ao perceber o quanto aqueles desenhos significavam para Erwin.

No verso eu havia escrito "criando memórias". Suspirei ao perceber que todas as ilustrações eram de lugares que havia visitado com ele e que, seriam minhas vivências novas desde o acidente.

Ele guardou tudo para que nem ele, as esquecesse.

Mas ao folhear a pasta mais atentamente, lembrei de que ainda precisava ler a carta que ele havia deixado para mim, então a tirei do bolso de minha calça e a abri, lendo.

"Jade,

Se você está lendo isso, significa que estou decidido e que, está na hora de você agir. Não tenho dúvida de que é a pessoa certa para essa missão, e preciso que entenda o quão vital ela é para o futuro de Paradis.

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My Way Back - Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora