My Way Back - Levi Ackerman

13 - Primeira Parada: Capital

"Sempre quis fazer parte dos seus desenhos"

aviso: menção de morte, ameaças

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A CARRUAGEM ESTAVA ENVOLTA em um silêncio quase opressor enquanto Levi e eu passávamos pelas ruas de paralelepípedos do Distrito de Stohess. O único som que nos acompanhava era o rítmico bater dos cascos dos cavalos contra as pedras.

Havia outros conosco um pouco mais adiante, como, Erwin que seguia à frente com sua presença imponente, mas para mim, o plano já havia começado.

Eren, junto de Armin e Mikasa, estava à procura de Annie com o objetivo de cercá-la no beco subterrâneo que o comandante nos mostrara dias atrás. Hange aguardava alguns quilômetros adiante, pronta com armadilhas para emergências, enquanto Jean, disfarçado, ocupava o lugar de Eren.

Era impressionante que o disfarce tivesse enganado a todos.

— Nervosa? — A voz de Levi me trouxe de volta à realidade, me afastando da visão da janela.

— O quê? — Perguntei confusa, enquanto olhava para ele me acostumando com suas roupas formais. Erwin o havia retirado da linha de frente por causa da lesão recente em sua perna, então faz tempo que não o vejo de uniforme.

— Você não para de estalar os dedos. — Apontou ele com o olhar. Só então percebi que minhas mãos estavam inquietas. — Você faz isso quando está nervosa.

Corei levemente, surpresa por ele notar algo que nem eu mesma havia percebido que estava fazendo.

— Essa missão toda me deixa tensa. — Confessei, respirando fundo e coçando a testa. — Muita coisa pode dar errado. — Dei de ombros, tentando soar casual.

Levi, com sua postura firme e olhar penetrante, cruzou os braços.

— Não vai dar. — Disse ele sem rodeios. — Você conhece Erwin. E o pirralho loiro, Armin...Ele sabe o que está fazendo.

Havia algo reconfortante na forma direta com que Levi lidava com as coisas. Apesar de suas palavras serem curtas e práticas, havia um peso no seu olhar que me fazia sentir segura. Ainda assim, algo não dito pairava no ar, uma tensão crescente entre nós.

— Eu sei — Murmurei, desviando o olhar. — Só... Parece que qualquer erro pode custar tudo.

Levi ficou em silêncio por alguns instantes, seus olhos fixos em mim. Por um momento, ele parecia... vulnerável, como raramente o via.

— Sobre o que aconteceu outro dia.— Ele começou, a voz mais baixa, quase hesitante. — Quando Erwin apareceu e interrompeu.

Meu coração disparou. Eu sabia exatamente do que ele estava falando. Aquele momento entre nós, interrompido bruscamente.

Minhas mãos pararam de estalar, mas agora o nervosismo se manifestava de outra forma: um calor que subia pelo meu rosto ao mesmo tempo em que fitava Levi.

— Eu queria ter terminado aquilo. — Disse ele finalmente com sua voz firme, mas com uma suavidade inesperada. — Talvez eu devesse ter dito o que estava pensando antes de Erwin aparecer.

A carruagem, de repente, parecia muito menor e com o ar mais denso. Meus olhos se encontraram com os dele, e a intensidade no seu olhar era diferente daquela frieza habitual.

— O que você teria dito? — Minha voz saiu quase em um sussurro, hesitante.

Levi não desviou o olhar.