letters to a prisoner | noart

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NOAH URREA

Porra de GB fodido do caralho.

Eu estou no crime a anos, conheço cada tipo de bandido, principalmente o tipo do GB, sei que ele não vai simplesmente esquecer do que viu e seguir com a vida sem se beneficiar com nada.

Como em todos os dias dos últimos meses, eu e Josh estamos sentados em uma mesa que não fica necessariamente centro do refeitório, mas também não é tão afastada.

- Irmão, você está muito calado hoje, parece que está preocupado com alguma coisa. Está tudo bem? - Josh despertou minha atenção.

- Tranquilo, mano. - Digo e olho para a porta, vendo Gabriel entrar com seus animais de estimação - muitos chamam de parceiros - Ele pega uma bandeja de comida e vem em direção a mesa que eu estou sentado.

- E aí meu mano! - GB diz e se senta ao lado de Josh, que se afasta e me olha confuso. - Dormiu bem?

Dormi, sonhei que estava comendo a sua mãe, aquela vagabunda.

- E aí - Digo sem dar importância e encaro Josh, que me olhava sem entender o que estava acontecendo.

- E então, já que ontem eu te fiz um favor,
hoje você vai me fazer um. Sabe como é né, aquele lance de troca de favores. - GB diz e eu o encaro.

Só essa que me faltava, traficante de meia tigela achando que vai me dar ordem.

- Você não me fez favor nenhum, por tanto,
eu também não vou fazer porra nenhuma. - Eu continuo o encarando, ele solta o garfo no prato e me olha.

- Ah você vai fazer sim, sabe porque? por que eu estou mandando você fazer.

Dá até vontade de rir.

- Você sabe com quem que você está
falando? - Perguntei e debrucei-me na mesa enquanto encarava-o.

Nesse momento, alguns dos olhares daquele refeitório já estava direcionados a situação.

- Lá fora você pode ser a porra que você quiser, mas aqui dentro você é só um preso como qualquer outro. E aqui dentro, quem manda sou eu. - Ele retrucou.

"Como qualquer outro" Agora ele está começando a me ofender.

- E então, você vai pegar esse brinquedinho que está na minha mão e vai fazer o que eu mandar. - Pela minha visão panorâmica eu consigo ver a mão dele debaixo da mesa com uma meia amarrada, provavelmente com drogas dentro.

- Chega mais pertinho aqui - Eu disse e ele aproximou o rosto - Sabe o que você vai fazer com esse pacote? - Perguntei e não obtive resposta, ele continuou parado no mesmo lugar - Vai enfiar ele na buceta da sua mãe.

Foi só eu terminar de falar que ele empurrou a minha bandeja de comida no chão com certa brutalidade e levantou da cadeira me encarando.

Nesse momento, Josh já estava tremendo de medo, o moleque congelou. Enquanto isso, o refeitório inteiro já olhava para a mesa.

- Eu acho bom você começar a me obedecer... - Ele gritava para todos ouvirem - Ou se não... - ele ia dizer porém eu o interrompi.

- Se não o que? O que você vai fazer? - Eu alterei meu tom de voz e levantei, ficando cara a cara com Gabriel, que me encarava com fúria nos olhos.

Eu vou adorar descontar toda a minha raiva acumulada dos últimos três anos nessa cara ridícula.

O mesmo não disse nada, e quando eu ia dizer senti um peso no rosto e cai em cima da mesa que estava atrás de mim.

O desgraçado acertou meu rosto com uma bandeja de alumínio.

Ai não né cara, como que eu vou impressionar a gatinha?

Levantei da mesa o mais rápido possível, ainda um pouco tonto pela queda conseguia ouvir os gritos dos detentos, acertei seu rosto com um murro que fez o mesmo cair.

Ele levantou do chão com a mão no local que eu havia acertado e no mesmo momento veio pra cima de mim. Acertou meu rosto algumas vezes e quando eu consegui tirá-lo de cima de mim, eu o joguei para o lado e subi em cima dele enquanto acertava murros e socos por todo o rosto dele. Até que chegaram dois guardas e me tirou de cima do mesmo.

- Parou a palhaçada! - Um dos guardas gritou e me segurou, e o outro segurou o filho da puta do GB que ameaçava vir para cima de mim.

- Para solitária, os dois! - O outro guarda gritou e me empurrou.

Merda, tudo que eu não podia fazer era ir para solitária enquanto Hanna tenta ganhar a minha liberdade. E foi exatamente o que eu fiz.

Eu juro que eu ainda mato o Gabriel.