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SINA URREA

|cinco anos depois

- Matthew! Para de rabiscar a boneca da sua irmã e sobe para o banho. - Falei vendo o meu menino sentado no sofá, rabiscando o rosto da boneca da Maitê.

- Ai calaleo'! Todo dia isso... E eu nem estava rabiscando, eu só estava dando uma melhorada nesse negócio feio... - Ele reclamou, jogando a boneca em qualquer canto do sofá e levantando, indo em direção ao seu quarto.

Eu não preciso nem falar do abuso dessa criança, né?

Matthew é uma mistura de Noah e Josh... Assim vocês já conseguem imaginar...

O som das gargalhadas da minha filha invadiu a sala, em seguida ela entrou, pendurada de cabeça para baixo no ombro do pai.

- Mamãe! Mamãe! - Ela veio correndo para os meus braços, segurando uma flor vermelha nas mãozinhas - Eu e o papai pegamos para você. - Disse, esticando a flor para mim e dando um beijo molhado na minha bochecha.

- Na verdade, quem pegou foi eu, mas eu deixo você levar um pouco dos créditos. — Meu marido falou, vindo até mim e beijando a minha cabeça.

- Dois puxa saco! - Matthew gritou lá de cima.

- O banho, Matthew Urrea! - Gritei, e em seguida ele apareceu na sala novamente, com o cabelo molhado, toalha pendurada no ombro e bermuda.

- Já tomei, mamãe! - Meu filho disse e eu ri.

- Não tem nem cinco minutos que você subiu, Matthew! Chega aqui perto! - ele veio, com um sorrisinho amarelo. Cheirei o mais novo e fiz careta.

Eu nunca vi uma criança que não gosta de tomar banho igual a esse menino. Ele tem mania de molhar o cabelo, trocar de roupa, passar perfume e me falar que tomou banho...

- Vai tomar banho, moleque! - Noah disse rindo e deu um tapa na cabeça do mesmo, que se virou, voltando para o banheiro e resmungando.

- Que saco! Eu já tomei banho ontem, nem
estou precisando...

•••

- Saudade de você, linda! Do seu corpo... - Noah sussurrou no meu ouvido, me apoiando no balcão da cozinha enquanto suas mãos passeavam por todo o meu corpo.

- Nós transamos ontem, Noah... - Falei, sentindo os seus beijos descerem para o meu pescoço.

- Mesmo assim, eu estou com saudade da minha mulher... - Ele resmungou, continuando a beijar o meu pescoço.

- Ора! Ора! Opa! Pode parar a palhaçada aí. Que pouca velgonha' é essa? - Separamos assustados, vendo o Matthew de bracinhos cruzados nos encarando.

- Ah moleque, vai arrumar o que fazer... - Meu marido reclamou, se afastando do meu corpo.

- Vem, mamãe! - Matthew me chamou, me puxando pelo braço e virando o rosto para o Noah - Deixa ele aí e vamos brincar..

- Eu que te coloquei no mundo, criança! Eu cheguei muito antes que você, viu? Antes de você sonhar em nascer a sua mãe já me amava. - Meu marido implicou.

- Mas isso não importa. Eu continuo sendo o homem da vida da minha mamãe. - Matthew retrucou, e eu sorri, me abaixando e pegando o mesmo no colo.

- É o homenzinho da vida da mamãe! - Falei afinando a voz e beijando todo o rostinho do mesmo.

- Palhaçada isso! Quando é a minha vez, chega pirralho atrapalhando. - Noah resmungou de braços cruzados.

Ai ai, essas minhas crianças...

letters to a prisoner | noartOnde histórias criam vida. Descubra agora