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SINA DEINERT

- Estou saindo e não sei se volto hoje, beijo. - Josh deixou um beijo na minha testa.

- E onde você vai? - Perguntei.

- Lembra daquela morena que eu te falei? - Concordei - Então.

- Papai e mamãe saíram, você vai me deixar sozinha aqui mesmo? - Dramatizei. - Mancada hein?

- Não exatamente, eu te amo. - Disse e deu as costas, saindo do quarto.

O que ele quis dizer?

•••

Que tédio!

Não que eu não goste de ficar sozinha, mas hoje está um saco!

Terminei de fazer meus trabalhos para entregar na próxima semana e deitei no sofá da sala para assistir alguma coisa.

Coloquei um filme de romance qualquer e fiquei por ali mesmo.

"Será que Josh já chegou?" Pensei ao ouvir o interfone tocar. Caminhei até o portão e abri, colocando só o rosto para o lado de fora.

Mas que porra??

- Soube que você está sozinha hoje... - Noah disse enquanto passava por mim e entrava.

- O que você está fazendo aqui?

- Vim te fazer companhia - parou na minha frente - e trouxe comida japonesa - esticou os braços me esfregando as sacolas.

Até isso o Josh contou?

- Eu ia te convidar pra entrar, mas como você já entrou sem eu convidar, vem! - Chamei-o puxando pelo braço para dentro de casa.

Chegando na cozinha, minha primeira preocupação foi abrir as embalagens; ele não trouxe só comida japonesa, ele trouxe comida japonesa, hambúrguer artesanal, refrigerante e chocolates...

Detalhe; Tudo das marcas que eu mais gosto.

Estou começando a concordar com o Josh que esse cara é um bom partido.

•••

- Por que? - Perguntei para Noah, que estava deitado no meu colo fazendo desenhos imaginários na minha perna.

- Por que o que? - Me encarou.

- Por que você está fazendo isso? Por que você respondeu a minha carta, me ligou de dentro da prisão, veio me ver quando saiu, me fez companhia na boate e veio assistir filme comigo? - Disparei literalmente do nada.

- Por que você não volta a assistir o filme? Estava tão bonitinha. - Respondeu a minha pergunta com outra pergunta.

grosso!

- Eu não sei... Eu só... quero. - Noah disse depois de um tempinho calado.

Fiquei calada e voltei a prestar a atenção no filme.

- Papo reto, que bagulho chato! Tinha um filme melhorzinho não? Mulher burra essa aí. - Reclamou.

- Sua bunda! - Brinquei dando um tapinha na sua cabeça.

O filme é maravilhoso cara.

•••

- Eu não estou acreditando que eu estou me submetendo a isso! - Noah reclamou de braços cruzados.

Ele estava achando o filme "horrível", então eu trouxe ele para o meu quarto para fazer skincare.

- Vim aqui na esperança de ganhar uns
beijos e estou sendo feito de boneca.

- Eu sei que enquanto você estava preso você sonhava em fazer skincare comigo. - Brinquei.

- Nossa sim, eu não aguentava mais esperar por esse momento... - Noah também brincou.

•••

- Caralho Sina!! Toma cuidado, essa porra está arrancando a pele, filha!! - Noah choramingou enquanto eu tirava a máscara de seu rosto.

- Para de drama, está acabando.

- Nunca mais eu chego perto desse negócio,
puta merda.

Quem vê nem pensa que é bandido.

- Pronto! - Eu disse quando terminei de tirar todo o produto de seu rosto.

- Esta doendo ainda, vai ter que dar uns beijinhos para melhorar...

- Coitado gente, ele ainda tem esperança... - Brinquei dando um beijo na sua bochecha.

— Você ainda vai implorar por um beijo meu Sina, você vai ver!

Tadinho, acho que o chocolate afetou o cérebro dele.

letters to a prisoner | noartOnde histórias criam vida. Descubra agora