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SINA DEINERT

Amo fazer faculdade de moda, mas vir pra faculdade sexta feira é horrível.

- Prestem atenção aqui! - A professora me despertou.

cada vez que essa mulher abre a boca a minha depressão aumenta.

- Esse aqui é o Dylan Johnson, a partir de hoje ele será colega de turma de vocês. Quero que o recebam com muita atenção e principalmente ajudem-o com o que ele perdeu já que está entrando atrasado.

Não fode!

- Você pode se sentar ali, atrás de Sina! - Apontou para mim

- Bom dia, linda! É um prazer te rever! - Dylan sussurrou no meu ouvido.

"Linda"? Outra pessoa costuma me chamar assim...

•••

Dylan me incomodou literalmente a aula inteira.

Fala sério, já não aguento mais macho na minha vida!

- Você está sem carro? Eu posso te dar uma carona se você quiser! - Dylan segurou no meu braço enquanto eu passava pela porta da faculdade.

Eu o aguentei por quatro horas seguidas, por que eu iria querer mais alguns minutos ao lado dele?

- Ela já tem uma carona! - Me assustei com a voz de Noah atrás de mim me puxando pela cintura e tirando a mão do Dylan do meu braço.

- Você quer uma carona, Sina? -  Dylan ignorou Noah e direcionou seu olhar a mim. Eu fiquei encalhada por anos e quando eu acho que isso vai mudar aparece esses aí...

- Não, não, não! Peraí, qual a parte de "ela não quer" você não entendeu? - Noah perguntou com a voz firme e soltou a minha cintura se aproximando mais de Dylan.

- E você responde por ela agora? O que foi? É namoradinho dela? Por que se for, acho bom você começar a abaixar a cabeça quando for passar na porta.

Ah pronto!

- Como é? - Noah perguntou incrédulo.

- Como é o que? Não sabia que na noite passada ela estava sentando horrores para... - Dylan foi interrompido por Noah acertando seu rosto com um soco.

- Eu vou te mostrar o que eu sou! - Noah disse enfurecido deu um passo em direção ao garoto caído no chão.

A situação já atraía vários olhares.

- Não, não, não! Para, Noah! Vamos embora. - Falei e puxei seu braço saindo do local. - Que porra foi essa? - Perguntei cruzando os braços quando entramos no seu carro.

- Eu que te pergunto! - Cruzou os braços também.

Coitado, ele acha que está em condições de perguntar alguma coisa.

- Ele só ofereceu uma carona! - Falei.

- Ofereceu a minha rola! Ele estava me desafiando - Noah exclamou.

Credo, estamos parecendo um casal brigando.

- Ele falou na minha cara que você estava dando pra ele - Noah falou com a cara fechada.

- Eu não te devo satisfação de quem eu transo ou não! Eu não sou nada sua. - Disparei.

- Não é nada minha? Beleza! Mas então me
explica o por que você ficou tão puta quando me viu com a Giselle.

Não é possível que ele esteja falando isso.

- Você quer mesmo comparar as situações? Eu achei que você já havia se conformado que foi um completo filho da puta. - Eu respondi aumentando a voz e ele se calou, voltando a atenção para o volante e seguindo para minha casa.

•••

Ia abrir a porta mas Noah travou a porta.

- Desculpa, tá bom? Eu fiquei puto pelo o que ele falou... - Noah disse quando eu o encarei.

Isso foi uma forma de dizer que ele ficou com ciúmes?

- Não tinha necessidade, Noah! - Respondi firme.

- Desculpa! - Sussurrou num tom que quase não deu para ouvir e se aproximou lentamente.

Noah juntou nossos lábios em um beijo calmo, levou suas mãos até o meu rosto e fez um carinho ali.

É, infelizmente o meu auto-controle desaparece nesses momentos quando se trata de Noah.

Separamos nossos lábios quando a falta de ar chegou.

- Não posso deixar qualquer um aí tentar roubar a minha garota... - Disse baixinho no meu ouvido, me fazendo arrepiar.

- Abre a porta, Noah! - Eu falei em meio a um sorrisinho e ele abriu a porta, deixando um beijo na minha bochecha.

noah

aquilo significou que eu estou desculpado né?

não

que? por que não?

porque as coisas não são tão fácies assim, já te falei isso

mas o que custa, linda? eu te falei que não vai mais se repetir

não sei não

amanhã é sábado, vou aí na sua casa

letters to a prisoner | noartOnde histórias criam vida. Descubra agora